O Brasil subiu cinco posições e alcançou o 57º lugar, dentre os 132 países avaliados, no Índice Global de Inovação (IGI). No topo da lista, aparecem Suíça, Suécia e, em terceiro lugar, os Estados Unidos. O resultado foi divulgado em 20 de setembro, pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI - WIPO, na sigla em inglês).
No balanço dos países da América Latina e Caribe, o Brasil ficou em 4º lugar, atrás de Chile, México e Costa Rica. Entre os países BRICS, o país aparece em penúltimo, à frente apenas da África do Sul, que está em 61º lugar - China é a 12º colocada, Rússia está no 45º lugar e a Índia, no 46º.
Para Rafael Navarro, presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras ( ANPEI ), única entidade brasileira multissetorial e independente do ecossistema de inovação, a ascensão do país no ranking foi pequena perto do seu potencial. O Brasil pode melhorar seu posicionamento se potencializar o apoio às empresas que promovem inovação, se otimizar políticas públicas, assim como melhor uso dos recursos financeiros e humanos.
"Temos pesquisadores, empresas e estruturas que promovem pesquisa, desenvolvimento e inovação diariamente. Também contamos com bons instrumentos que fomentam a inovação, como a Lei do Bem e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Precisamos potencializar nossas forças e remediar nossas fraquezas como nação. A ANPEI vem trabalhando, há 37 anos, intensamente na colaboração para a construção de um ecossistema forte em conhecimento e articulação, capaz de contribuir para a evolução da inovação no Brasil", comenta.
Três dos fatores que levaram o Brasil a uma melhor colocação, comparado ao ano passado, estão relacionados à retração do Produto Interno Bruto (PIB), inserção de novos indicadores no ranking e a boa atuação empresarial - refletida no desempenho em indicadores como "produtos de alta tecnologia" e "valores recebidos por uso de propriedade intelectual".
Além disso, o Brasil segue obtendo um melhor desempenho em "Insumos de inovação" do que em "Resultados de inovação", ocupando o 56º lugar (ante 59º, em 2020) e 59º lugar (ante 64º, em 2020), respectivamente. O indicador aponta, ainda, as principais fraquezas brasileiras identificadas no ranking, entre elas, a formação bruta de capital, a facilidade para abrir uma empresa e para obter crédito, além da taxa tarifária aplicada.
Ainda segundo o executivo, no caso do ranking, o país não teve um desempenho muito bom em receitas de exportação relacionadas à tecnologia, por exemplo. É importante destacar o fato de que a economia brasileira não vai bem em outros relatórios. Isso porque, figuramos na 51ª posição entre os 63 países avaliados no ranking global de competitividade digital, em 2020. A relevância da ciência, da tecnologia e da inovação tornaram-se nítidas. "Isso inspirou governos de países avançados a fortalecerem a indústria e as estratégias tecnológicas e, ainda, a alcançarem um novo padrão em um mundo sustentável", diz Navarro.