Por João Aguiar*
Formar cidadãos globalizados é um dos desafios mais importantes da educação. Contudo, a capacidade de atrair estudantes talentosos e os melhores professores, independente do lugar onde se encontram, também é uma preocupação constante das mais diferentes instituições de ensino em todo o mundo.
Comparada com a educação presencial, o e-learning tem registrado aumentos consideráveis, inclusive no Brasil. Em 2011, de acordo com dados do Censo de Educação Superior, dos 6,7 milhões de universitários brasileiros, 14,7% estavam matriculados em cursos a distância. De acordo com dados da Hoper Educação, consultoria especializada no segmento da educação pública e privada no Brasil, entre 2009 e 2012, cursos tecnológicos de menor duração aumentaram 75%, já os de bacharelado de longa duração 38%.
Trata-se de uma forte tendência e que já conta com tecnologias não somente capazes de garantir a comunicação acadêmica entre interlocutores distintos, como também de compartilhar conteúdos e desenvolvê-los de forma interativa. Afinal, o aluno que tem uma formação à distância participa da mesma forma do processo, como o que tem um aprendizado presencial, sendo até mais participativo muitas vezes. Isso pode ser comprovado inclusive por resultados bastante positivos no ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes). Em 2010, por exemplo, a maior nota obtida foi de um aluno matriculado em um curso a distância e a média geral das notas dos alunos EAD foi maior do que a dos presenciais.
As soluções atuais enriquecem e fazem do aprendizado combinado (presencial e a distância) uma realidade, inclusive para orçamentos apertados, fornecendo aos professores ferramentas capazes de proporcionar aos estudantes experiências inovadoras e muito mais interativas. Sem falar que ainda pode proporcionar a capacitação em empresas. Avançadas soluções disponíveis no mercado atendem ao desafio de levar especialização para todas as regiões, independente da infraestrutura disponível. É possível estabelecer a conexão de qualquer localidade, seja qual for o dispositivo, desde smartphones, tablets, notebooks, até grandes salas e auditórios, independente da qualidade disponibilizada para a conexão, que em alguns lugares é bastante limitada.
Graças às soluções de administração de conteúdo de vídeo, os professores podem compartilhar ideias, realizar sessões de vídeos com grupos provenientes de diferentes escolas e desenvolver excelentes vínculos internacionais. Entre as vantagens do e-learning empregando o vídeo como recurso principal, pode-se destacar uma maior mobilidade, além de promover maiores interações e a utilização de conteúdo compartilhado, o que facilita a participação. Outra vantagem está no próprio formato. Estudos revelam que o receptor de uma mensagem retém 10% do que escuta. Por outro lado, ao receber uma imagem este índice sobe para 50%.
Algumas universidades brasileiras já enxergam hoje a vídeo colaboração como um recurso primordial para a transferência de conhecimento. Os exemplos e aplicações são inúmeros e bastante variados. Alunos localizados no interior podem acompanhar aulas com a mesma qualidade dos encontros presenciais, inclusive para os alunos, nativos da era digital, essa proximidade e a sensação de presença são importantes. É uma forma de receber conhecimento, sem a necessidade da presença física. Existem casos de estudantes que desenvolvem projetos de pesquisa apoiados por professores orientadores com base em outros países. Esses mesmos profissionais podem ainda ministrar cursos mesmo estando do outro lado do mundo. Mais do que isso, graças aos recursos de alta definição de som e imagem, é possível até a ocorrência de aulas de música, que por conta da necessidade de uma perfeita interação e possibilidade de análise dos sons, requer muita qualidade. Qualificações e defesas de mestrado e doutorado também podem ser realizadas via videoconferência, com a participação de um professor convidado, minimizando os custos com viagem e o tempo de deslocamento dos alunos e dos professores envolvidos.
Contar com as funcionalidades de gravação, administração e transmissão de conteúdo de vídeo viabiliza a educação sem fronteiras, que por sua vez, multiplica o impacto, amplia o alcance, melhora o acesso de todos os estudantes a diversos conhecimentos e ainda proporciona uma nova experiência na forma de comunicar-se e aprender.
*João Aguiar é gerente de engenharia da Polycom