O termo virtualização nasceu no tempo dos main-frames. Na atual versão para servidores e storage, um software permite que cada máquina real seja multiplicada em várias virtuais. Desse modo, as empresas conseguem enxergar a capacidade de processamento total disponível, independentemente do servidor. As aplicações não ficam restritas a um único computador, e os usuários não percebem que estão compartilhando recursos.
De acordo com a demanda por processamento, o poder computacional pode ser deslocado de uma aplicação para outra. Há, assim, uma economia em recursos físicos para servidores, já que o uso torna-se compartilhado. A consolidação resolve bem o passado e a virtualização prepara as máquinas para o futuro.
O conceito existe desde os anos 60. No entanto, apenas no início deste século tem ganhado espaço na cadeia de fornecimento brasileira: a virtualização. Nos EUA, mais de 40% das empresas já adotaram essa tecnologia, que implica redução de custos e otimização de recursos. Uma pesquisa da consultoria International Data Corporation (IDC), líder nos segmentos de tecnologia da informação e telecomunicações, mostra que essa prática já está a caminho de se tornar padrão, principalmente entre as mil principais instituições do mundo (Fortune 1.000). Mas e o Brasil?
Com departamentos de TI se tornando mais conscientes com problemas de energia, a virtualização é uma saída para tornar os servidores menos agressivos ao meio ambiente, consolidando as funcionalidades de várias máquinas em um único equipamento. Em muitos casos, uma máquina virtual em funcionamento equivale a uma máquina real desligada.
No país, os distribuidores já têm atuado junto aos fornecedores oferecendo soluções para clientes que estão migrando para ambientes virtuais. Os grandes fabricantes de hardware já marcam presença localmente nesse setor, em especial oferecendo produtos homologados pelos fornecedores de software de virtualização. O IDC aponta que a cada dólar investido em hardware, ele se transforma em US$ 3 de gastos em gerenciamento durante a sua vida útil. Além disso, ações como reduzir o tempo gasto com gerenciamento, hardware, energia elétrica e gastos com ar-condicionado (esse para refrigeração das máquinas), permitindo que fiquemos em conformidade com um ambiente sustentável, são os grandes desafios para as próximas gerações.
Outro ganho em relação ao assunto é o espaço físico. Para virtualizar, não são necessários grandes investimentos em hardware. Além disso, se os recursos existentes já não forem mais suficientes, é rápido e eficaz o processo de montar um novo ambiente, evitando novas surpresas com aquisições de hardware.
Para os distribuidores, é hora de ingressar nesse ramo da virtualização. O ideal é construir parcerias sólidas e estratégicas para o fornecimento de uma solução para o canal, além de oferecer cotidianamente suporte e capacitação para disseminação dessa nova tecnologia, que ainda é pouco comum entre o setor.
* Texto escrito por Alberto Rodrigues, vice-presidente da ABRADISTI.