Ataques de hackers: A segurança está na educação

Uma rede de computadores da Casa Branca foi invadida por hackers, demonstrando o quanto os fraudadores estão muito a frente dos sistemas mais protegidos do mundo e a vulnerabilidade das informações expostas na internet.©gambhiraphotoart

Segundo informações do Washington Post, a rede de computadores foi invadida nas últimas semanas e não é possível mensurar os danos, uma vez que as investigações estão em andamento.

Como medida imediata para avaliar e minimizar a ameaça, os técnicos do local realizaram cortes temporários na rede e providenciaram a suspensão da conexão para algumas pessoas (provavelmente aquelas que possuíam privilégios elevados dentro da rede). “Os cortes temporários e a perda de conectividade para nossos usuários são apenas o resultado das medidas que tomamos para defender nossas redes”, disse a fonte ao Washington Post, que não revelou o tipo de atividade suspeita que foi detectada.

A questão é preocupante, pois se um país como os estados Unidos onde a preocupação sobre ataques cibernéticos é umas das principais pautas de discussão de seu governo, imagina-se em outros países onde isso não prioridade.

Para Gisele Arantes, especialista em direito digital e sócia do Assis e Mendes, falou para o Site Information Management repercutindo o assunto. A especialista defende que a sociedade está atrasada quando se trata de segurança digital, alertando ainda que a internet não veio com um manual de “instruções” e proteção e por conta disso, as pessoas e as empresas não sabem usá-la da forma adequada.

“ O assunto da Casa Branca foi rapidamente divulgado mundialmente mas mesmo assim a questão merece mais que uma simples notícia. È preciso que haja medidas mais amplas e uma discussão em fóruns mundiais para que a segurança das informações e dos dados de todos os governos e empresas estejam protegidos de criminosos indiscriminados”, reforçou.

Ela argumenta ainda que embora as tecnologias e a conectividade façam parte das práticas atuais, as pessoas não foram "educadas" para aprender a utilizar a internet e utilizá-la de forma segura.

“ O Brasil também já foi alvo deste tipo de criminosos e mostrou quanto , assim como em outros lugares, ainda somos vulneráveis quanto aos dados críticos.”, diz a advogada, “ temos de levar em conta que a segurança cibernética é pouco eficiente e é um assunto muito sério para se tratar levianamente.”

Por isso a especialista faz algumas recomendações que se aplicam tanto aos dados públicos e os não públicos da esfera dos governos quanto dos dados e informações críticos das empresas em geral.

Em primeiro lugar ela recomenda que os responsáveis atentem para a os tipos de comunicação externa, principalmente no que diz respeito a comunicações estratégicas e por isso prepararem uma estrutura de comunicação, regrada e com barreiras diversas de proteção. “ Muitas vezes o que ocorre é que o perigo de invasão está presente nas coisas mais comuns do dia a dia, no email que pode esconder um ataque do tipo fishing ou ao abrir um arquivo desconhecido, enfim na mais simples das tarefas pode haver um grande perigo escondido”, comenta a especialista.

Outra importante recomendação da especialista é categórica: “ Educação”.

Segundo Gisele Arantes, quanto mais informados sobre a responsabilidade de receber e compartilhar informações mais haverá dificuldade para que brechas sejam abertas para os cibercriminosos.

“ A educação das pessoas é a base para que não haja mais tanta facilidade no vazamento de informações ou portas vulneráveis que permitam agressões graves a instituições ou empresas”, finaliza.

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