As oito tendências da Comunicação Digital

Este ano não tem se mostrado um período de grandes revoluções quando o assunto é Comunicação Digitalimages (2) aplicada ao mundo empresarial. Em compensação, vemos um importante ganho de maturidade, além da busca pela efetividade nas iniciativas das empresas, até por conta do baixo crescimento dos mercados da Europa e EUA.

Na agenda da Comunicação Digital percebemos grandes temas como a Internet das Coisas (IoT - Internet of Things), as ações real time (varejo, comunicação etc) e a evolução da utilização das nuvens de informação. Dessa forma, podemos apontar oito tendências mais relevantes neste mercado:

 

  1. 1.    Omnichannel advertising: além de ser um termo conhecido pelo varejo online, ele está entrando no contexto da comunicação digital por trazer uma abordagem crítica de performance associada a uma particularização de contextos por natureza de canal. Claramente, os consumidores esperam por uma experiência integrada em todos os canais disponibilizados, proprietários ou não, e isso inclui as atividades de transação, relacionamento e comunicação, tanto no offline, como no online. Com isso, espera-se uma otimização do efeito dos impactos das campanhas, que quando integradas à personalização ainda herdam o efeito de ganho de relevância e, assim, otimizam complementarmente a efetividade dos investimentos realizados.

 

  1. 2.    Marketing em real time: o dinamismo disponibilizado pelas novas ferramentas digitais, incluindo as redes sociais, permite ações imediatas. O varejo online tem utilizado fortemente este recurso, mas a Comunicação Digital está cada vez mais ativa, como podemos ver, por exemplo, em grandes eventos como o Oscar ou a Copa do Mundo.

 

  1. 3.      Hyper segmentação e micro targeting: uma grande quantidade de informações dos consumidores são deixadas em sites e redes sociais. Apesar das fortes leis de sigilo de dados, apenas 47% dos clientes efetivamente não autorizam a coleta de seus dados de navegação em sites europeus. Com isso, tornam-se viáveis ações de extrema precisão de segmentação e escolha de audiências para campanhas e ações, das mídias ao retargeting.

 

  1. 4.      Realidade aumentada e tecnologia vestível (wearables): viabilizados por tecnologias que representam elos entre o mundo digital e o real, estes formatos trazem novas oportunidades e aplicações de comunicação para o mercado. Ainda que não tenham alcançado plena maturidade, são oferecidos uma grande oportunidade de experimentação de aplicação e, claro, diferenciação. Os óculos foram uma febre, mas ainda não decolaram. Os relógios estão em pleno boom inicial de vendas. As aplicações de varejo para vestuários e cosméticos estão saindo na frente na aplicação destas tecnologias.

 

  1. 5.    Automação de marketing: este não é exatamente um tema novo, mas vem se tornando tópico praticamente obrigatório de atuação do marketing maduro. Antes restrito a empresas de grande porte, por conta de seu custo, agora traz funcionalidades mais popularizadas. Como exemplo, podemos pensar na sua integração às réguas de relacionamento e aos ciclos de comunicação das empresas, além da aplicação de maneira sistemática de peças de engajamento, ganhos de awareness e outras finalidades específicas.

 

  1. 6.    Content marketing: outro tema que também não pode mais ser considerado novidade, hoje já com cases clássicos (como Red Bull) e com metodologias amplamente discutidas (como story telling), ainda, muitas vezes, se subqualifica a prática, ao se enxergar o content marketing como uma mídia. Na verdade, ele é uma das dimensões possíveis de atuação da comunicação digital em amplo espectro, além de sua aplicação ser definitivamente multicanal. Assim, mesmo se discordamos sobre sua inserção/categorização nesta avaliação, não podemos discordar de sua importância no ambiente digital. Tendo em vista que ambientes web são ambientes semânticos, estratégias de content marketing são definitivamente poderosas, já que viabilizam a atuação em conjuntos inteiros de temas e keywords pela internet.

 

  1. 7.    Mobile marketing: todos os reports de vendas de dispositivos móveis apontam há bastante tempo para o franco crescimento da base instalada de aparelhos. Esta modalidade é, inclusive, a grande ferramenta de inclusão digital no Brasil. De maneira análoga ao Content Marketing, o mobile não deve ser visto meramente como mídia propriamente dita, já que diversos formatos são passíveis de serem utilizados, bem como a possibilidade (ou necessidade) de se integrar estas ações a ferramentas/peças complementares (sites/landing pages). Da mesma maneira, seu potencial de crescimento é inegável e certamente ainda apresenta diversos recursos a serem criados e explorados.

 

  1. 8.    Agências de performance: mercado em franco crescimento e amadurecimento no último ano, ele aponta para a consolidação a partir deste ano. Num ambiente de farra de investimentos em media display (mídia digital), estas agências trouxeram ferramental e racionalização aos investimentos em mídias online, tirando maior performance das campanhas a partir de análise detalhada das conversões das ações. Um importante recurso que vem sendo explorado de maneira crescente são as ações de remarketing que, principalmente para o e-commerce, estão permitindo recuperar o usuário/cliente fora de seus ambientes de domínio e controle para recolocá-lo nos funis de conversão da empresa e, assim, aumentar a conversão de consumidores.

 

Em conclusão, podemos entender que mesmo que alguns dos formatos digitais mais antigos tenham chegado a seu nível de maturidade, a internet e a evolução tecnológica que a sustenta trazem recorrentemente novos formatos e recursos que incrementam os imperativos e as possibilidades de comunicação digital. Por isso, apontamos que os gestores de comunicação digital precisam atuar de maneira extremamente antenada e integrada, antecipando a provável tendência de migração da função de CMO (Chief Marketing Officer) para CXO (Customer Experience Office).

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