Por Jonatas Abbott é sócio e diretor executivo da Dinamize
Em plena era digital, é quase impossível pensarmos em marketing sem automações. Dessas automações, fazem parte as mensagens automáticas de boas-vindas; uma promoção com produtos que poderiam ser interessantes ao consumidor; descontos por causa do aniversário; lembrete com os itens do carrinho abandonado; análises do comportamento do cliente no site e por aí vai.
O resultado? Um dos recursos mais escassos da modernidade – o tempo – agora pode ser utilizado de forma mais eficiente pelos humanos que, graças às tecnologias, podem e devem atuar em áreas mais estratégicas a fim de gerar mais valor aos negócios.
Mas, para que a automação na área chegasse ao que conhecemos hoje, foi necessária uma longa caminhada. Nessa jornada, em que a comunicação, o marketing e as vendas se tornaram best friends forever, passamos por enormes transformações que modificaram profundamente a forma como pensamos e agimos. Por isso, já adianto que: tudo o que ainda não é autônomo caminha para ser.
A transformação digital, acelerada pela pandemia de covid-19, é uma das peças-chaves que potencializaram o mercado global de automação de marketing. Para se ter uma ideia, a expectativa de crescimento de utilizadores de automação na área é de US$ 5,2 bilhões até o final deste ano, segundo dados da MarketsandMarkets. Especialistas ainda estimam que até 2027 o mercado global de automação de marketing chegará aos US$ 9,5 bilhões, a uma taxa de crescimento anual composta de 12,8% durante o período de previsão.
No Brasil, o Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots, que registrou um levantamento com 97 desenvolvedores que atuam na área digital, mostra que sete em cada dez (76%) relataram aumento na procura por robôs, principalmente nos setores financeiro (25%); varejista (22%); e de telecomunicações (14%).
Fato é que existem muitas utilizações associadas à automação de marketing. Inclusive, uma das estrelas em torno do assunto é o e-mail marketing, contrariando as profecias de muitos leigos no assunto que afirmaram a morte do pobre coitado do e-mail aos quatro cantos. Antes considerado rudimentar, o e-mail, ainda mais na área em pauta, consagra-se como o fio condutor de partes essenciais desse ecossistema. Além disso, trata-se da nossa identidade digital – sim, um RG mesmo. Afinal, sem ele muitas portas não são abertas.
É claro que também há muitas outras ferramentas que fazem parte desse fluxo – SMS, redes sociais, mapa de calor, pop-ups etc. É possível ainda integrar a plataforma de automação com outros softwares para oferecer uma experiência mais completa, assertiva e personalizada ao cliente. E digo mais: a automação aliada à análise de dados tem o poder de proporcionar insights completos de oferta e procura no momento crucial.
Em paralelo, na busca incessante por leads, muitos optam pelos atalhos para a chegada do retorno financeiro. Esse cenário corresponde ao boom das bigs techs, já que os Ads não param de crescer – o preço dos anúncios não para de subir. Consequentemente, paga-se mais em troca de menos (menos leads), e pior: todos os dados estratégicos de clientes (da sua marca, por exemplo) são deixados para a Microsoft, Apple, Meta, Amazon...
Por isso, construir, tratar e segmentar a própria base de dados é o único caminho – um pouco mais longo, sem atalhos, mas com a direção apontada para o destino certo. Isto é, agregando valor às experiências, conquistando ganho financeiro expressivo e aumento permanente dessa própria base.
O futuro de toda a internet passa pela inteligência de dados. Portanto, quem não colhe informações e não monta uma base de dados está na Idade da Pedra. A automação de marketing é o ponto de partida da captura até a conversão ao longo de todo o funil de vendas. Dada a sua importância e consolidação frente a um mundo cada vez mais veloz e conectado, o céu ainda não é o limite para ela.