Cisco divulga estudo sobre a conectividade nas escolas do século XXI

Cerca de 250 milhões de crianças do mundo todo que hoje chegam na quarta série do ensino fundamental não sabem ler e tecnologia-estilo-vector-fundo-azul_53-13829 (1)escrever. Só na América Latina há 58 milhões de crianças sem acesso à educação básica primária e 63 milhões que não frequentam o ensino secundário. A necessidade de transformar o processo educacional é latente e a tecnologia é um dos grandes aliados nesse processo.

A fim de apoiar mais países a verem na tecnologia e na digitalização os elementos-chave para transformar a educação e resolver alguns dos seus desafios mais importantes, a Cisco apresenta o relatório “Programa de Conectividade Escolar para o Século XXI” na América Latina. De acordo com o relatório divulgado simultaneamente em diferentes países da região, os casos da Irlanda, Portugal, Nova Zelândia, Uruguai e Estados Unidos podem ser considerados como referência global no quesito “Conectividade nas Escolas”, como países que conseguiram conectar todos as suas escolas e transformar os processos educacionais em sala de aula em menos de cinco anos.

"A maioria dos países já têm algum tipo de programa para a conectividade das escolas. Infelizmente, as velocidades de conexão muitas vezes são lentas e a conectividade raramente se estende até a sala de aula. Em outras palavras, podemos estar conectando as escolas, mas muitas vezes não estamos conectando professores e alunos à comunidade global de aprendizagem", disse Andrés Maz, Diretor de Políticas de Tecnologia Avançada da Cisco.

"No estudo que realizamos, vimos como a tecnologia aplicada à educação leva a melhorias significativas no processo educativo, dando às crianças acesso a melhores conteúdos, aos professores aplicações para melhorar o ensino e aos responsáveis ​​pela gestão escolar, novas ferramentas para que façam seu trabalho de forma mais eficiente. Descobrimos que a tecnologia apresenta oportunidades maravilhosas para transformar todo o processo educacional", completa o executivo.

O relatório é a primeira iniciativa de um esforço multifuncional da Cisco para expandir políticas governamentais nacionais destinadas a conectar escolas à Internet. O objetivo da iniciativa é aumentar o foco das políticas em conectividade de banda larga de alta velocidade dentro das escolas e fornecer ferramentas para a criação de programas nacionais bem-sucedidos.

A tecnologia é considerada um catalisador para a mudança em setores como a educação. Ela fornece acesso melhor e mais amplo aos materiais educativos, aumenta e aprimora as habilidades dos alunos, proporciona instrutores mais preparados e eficazes, permite buscas on-line e o uso de conteúdo externo, facilita a aprendizagem à distância e expande a colaboração de professores e alunos para além dos limites da sala de aula.

Conectividade escolar no mundo

De acordo com a investigação realizada pela Cisco, países europeus, asiáticos e norte-americanos mais ricos têm virtualmente todas as escolas conectadas à Internet. Mas enquanto estes países têm um alto nível de acesso à Internet, a qualidade da conectividade de rede varia. Por exemplo, na Europa a banda larga não é ubíqua e as redes locais muito menos, de modo que a maioria dos estudantes têm acesso a velocidades de banda larga abaixo de 30 Mbps.

No resto do mundo, a conectividade das escolas é ainda mais desigual. O Instituto de Estatísticas da UNESCO realizou pesquisas sobre a tecnologia na educação na Ásia (2012) e na América Latina e Caribe (2010/11). Segundo os relatos, há grandes lacunas na conectividade das escolas, não só entre os países em desenvolvimento, mas também entre os países desenvolvidos.

Nos países para os quais existem dados disponíveis, a conectividade de Internet em escolas públicas de ensino médio varia entre 6% e 100%, mas poucos países oferecem banda larga a todas as suas escolas públicas de ensino médio. A disponibilidade de redes LAN (locais) em escolas públicas de ensino médio em países em desenvolvimento ainda é limitada e não há informações sobre a extensão da cobertura nas escolas.

As lições deixadas por países bem-sucedidos

Além de conseguir conectar todas as suas escolas a uma banda de largura média de 1 Gbps por 1.000 estudantes, os progressos alcançados pela Irlanda, Portugal, Nova Zelândia, Uruguai e Estados Unidos são considerados modelo, de acordo com a Cisco, pelo modo como esses países tornaram isso possível.

"Nós descobrimos que são casos que têm elementos em comum. Todos são baseados em uma visão clara do governo de transformação da educação através da digitalização e da conectividade. A implementação foi rápida e eficiente, levando entre 3 e 5 anos. Existiram diferentes fontes de financiamento. E os projetos focaram não apenas em levar conectividade para as escolas, mas em impactar o ensino em sala de aula ", disse Andrés Maz.

No caso da Irlanda, 4.009 escolas e mais 900 mil estudantes passaram a contar com conexão, com um investimento de diferentes fundos inferior a 50 milhões de euros. Em Portugal, foram 6.864 escolas e 1,2 milhão de alunos impactados, atingindo 100% das escolas e se posicionando como um dos países europeus com maior e melhor conectividade, com velocidades de até 48 Mbps por escola. Na Nova Zelândia, pouco menos de 3 mil escolas e 738 mil estudantes se conectaram  através de fibra óptica em regiões de fácil acesso e de redes sem fio, no caso de instituições remotas. No Uruguai, o único país da América Latina que se destacou, 2.453 escolas foram conectadas através do Plano Ceibal, com um investimento de US$ 238 milhões. Já nos Estados Unidos o total foi de 98.328 escolas conectadas e quase 50 milhões de estudantes impactados em um período menor de cinco anos.

O que é uma escola realmente conectada?

De acordo com o relatório apresentado pela Cisco, o fato de que uma escola estar conectada à Internet não é tão importante como a forma como ela está conectado.

A Tecnologia Educacional envolve vários aspectos, incluindo a qualidade da conexão (velocidade da Internet) da escola, a extensão de sua rede LAN (local), a existência de uma rede WAN conectando a escola com outras instituições de ensino, a instalação de roteadores Wi-Fi dentro dos seus prédios, as ligações físicas da Internet e seu gerenciamento (com firewalls de Segurança e filtragem de conteúdo) e os serviços de banda larga em cada sala de aula e em cada computador (PC, tableta, scannesr, impressoras, monitores, placa de LED, etc).

Recomendações para os países

Entre as recomendações do relatório da Cisco para países interessados ​​em transformar a educação por meio de conectividade está a necessidade de ter uma razão ou visão convincente do porquê de conectar escolas. Um compromisso superior é essencial para garantir a vontade política e o financiamento necessários para levar a cabo o programa, aponta o relatório.

O relatório recomenda que haja um plano apoiado em objetivos mensuráveis, o que é crucial para manter o programa encaminhado e realizado de acordo com prazos estabelecidos. É também crucial ter fontes confiáveis ​​e estáveis ​​de financiamento.

Outro ponto apontado é o elemento da Tecnologia em si, que inclui componentes importantes de conectividade, como a largura de banda, as redes locais e os serviços de hardware e de suporte. A capacitação dos professores e de conteúdo apropriado também são considerados elementos essenciais para que o programa de conectividade nas escolas seja bem-sucedido.

Finalmente, um mecanismo de acompanhamento e avaliação é apontado como essencial para o progresso e para determinar também se a conectividade existente precisa ser atualizada, o que demandaria um novo programa.

Citações de apoio

Andrés Maz, Diretor de Políticas de Tecnologia Avançada da Cisco

"A Cisco decidiu publicar este relatório não apenas porque a Educação é uma questão de agenda pública, mas também porque sabe que a conectividade é um dos caminhos para a transformação da sociedade e uma chave para ajudar a resolver seus problemas atuais”.

"Descobrimos que é possível conectar todas as escolas de um país em menos de cinco anos."

"Não se trata apenas de conectividade para as escolas, mas de conectividade nas escolas. Somente quando os alunos puderem interagir com aplicações em sala de aula poderemos transformar o processo educacional de um país".

 

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