*Por Adriana Barbosa
Tecnologia vem mudando indústrias maduras. O Netflix rompeu a maneira como empresas de comunicação distribuem mídia, a Amazon dificultou a vida de grandes varejistas como Walmart e Barnes&Nobles, a Airbnb tem mais quartos disponíveis do que Hilton e Marriott. Enquanto a indústria tradicional de pagamentos no Brasil adicionou em 1 ano 300 mil novos POS, só a payleven adicionou 85 mil novos mPOS ao mercado no mesmo período.
De acordo com pesquisa da Accenture, em 2014 o volume de investimento em empresas de tecnologia financeira (fintechs) triplicou: passou de US$ 4,05 bilhões para US$ 12,2 bilhões em 2014. Fintechs são empresas entreantes que, através de tecnologia, se propõe a romper modelos de negócios em serviços financeiros já maduros, seja por trazer um melhor serviço aos clientes, reduzir custos, trazer novos produtos ou atender clientes até então não atendidos. Pode ser também que seja tudo isso junto. No Brasil, já temos exemplos de fintechs focadas em pagamentos (payleven, Iugu), seguros (Bidu, Comparaonline), gestão financeira (ContaAzul, Nibo), empréstimo (Lendico), Big Data (Konduto, Fcontrol), Bitcoin (Mercado Bitcoin) e cartão de crédito (Nubank).
“Mas o que fintech traz de novo ao mercado que empresas financeiras maduras não trazem?”
Tecnologia é o core. Empresas financeiras maduras viram tecnologia se tornar importante ao longo do tempo (lembre-se que no passado bancos não tinham internet banking) e alterar a rota em velocidade de cruzeiro não é fácil. Para as empresas entrantes, tecnologia é o coração da empresa: produtos e processos são definidos do zero, sem fazer remendo em plataformas já existentes, mas como o cliente gostaria de interagir com a plataforma. Para conseguir um POS tradicional, ainda é necessário falar com o seu gerente, preencher uma lista de formulários físicos, pagar a taxa de instalação, esperar o técnico te visitar. Com a payleven, você compra o leitor no site e recebe o leitor no seu endereço em sete dias úteis.
Canais de aquisição online. Enquanto as empresas maduras ainda focam em rede física para ter capilaridade, as empresas novas conseguem disponibilizar o seu produto desde o início não apenas às capitais do Brasil, mas para os 5,5 mil municípios brasileiros. Não ter uma presença física quer dizer que o custo de aquisição de cliente é menor, já que não se gasta com locação e pessoas em cada ponto e é possível alcançar desde o início uma cobertura maior. A payleven já está presente em 2,7 mil cidades brasileiras, com apenas de 3,5 anos de vida.
Qualidade no atendimento aos clientes. Com a mentalidade de menor custo para cada elo da empresa e por querer (ter!) reter cada um dos clientes colocados pra dentro, uma fintech sempre automatiza processos burocráticos que não adicionam nenhuma camada de valor ao produto. Por que ter que falar com um atendente se eu posso conversar, via chat, para resolver minha dúvida sobre pagamento? Por que ter que solicitar que paguem o saldo que tenho a receber se posso deixar já configurado que quero receber em 2 dias úteis?
Nesses 3,5 anos de operação da payleven, inúmeras vezes fomos questionados se empresas tradicionais não fariam o que estamos fazendo. A resposta: sim. Mas a questão não é se essas empresas farão ou não. A questão é se essas empresas conseguirão fazer o que fazemos com a estrutura de custo que temos, com a qualidade que temos e capilaridade que conseguimos. It´s evolution baby!
* Adriana Barbosa é fundadora e diretora-geral da payleven, pioneira em soluções de pagamentos móveis de chip e senha.