* Por Eduardo Carvalho
Aprendemos bastante com a Copa do Mundo de 2014 – ou ao menos deveríamos ter aprendido, seja no campo ou fora dele. A infraestrutura de Tecnologia da Informação do nosso país passou por uma verdadeira prova de fogo. Segundo dados do Governo Federal, somente as interações nas redes sociais superaram 3 bilhões. O volume de dados chegou a 166 terabytes durante o mundial, que contou com 517 horas de transmissão. Acha pouco?
Vamos além: segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia, batemos o recorde de envio de fotos. As redes de telecomunicações instaladas pelas prestadoras registraram volume de tráfego de dados equivalente a 2,6 milhões de fotos. E tudo isso há mais de um ano. Para as Olimpíadas de 2016 certamente podemos esperar ainda mais movimentação e, claro, muito mais exigências com relação à infraestrutura de TI – tanto para conectividade, que garante a boa experiência dos usuários, como para suportar o volume de dados e armazenar todas as informações.
Este é o momento para as empresas investirem em tecnologia se quiserem, de fato, obter bons resultados com as Olímpiadas no Brasil. Explico: muito falamos sobre os conceitos de big data, por exemplo, mas será que sabemos como extrair benefícios reais para os negócios? As companhias que conseguirem estruturar as informações, em tempo real, para análise, terão mais agilidade de resposta e certamente poderão aproveitar melhor as oportunidades durante o evento esportivo.
A Copa do Mundo serviu como treino. Nos saímos bem, e isso é importante claro, mas ainda precisamos melhorar para superar as expectativas em 2016. Teremos muito mais vídeos, áudios e posts durante o evento. E, mais importante do que suportar tudo isso com qualidade (de transmissão e armazenamento), é contar com excelente conectividade. E este sim é um grande desafio quando o assunto se refere a uma base gigantesca de usuários conectados ao mesmo tempo. Ainda mais quando tantas redes de transmissão em tempo real se tornam tão utilizadas como hoje em dia. Veja o exemplo do Periscope e do Snapchat.
Essa questão da conectividade é fundamental para oferecer a melhor experiência para os usuários. O tema, aliás, torna-se cada vez mais central. A discussão, hoje em dia, gira em torno do UX – User Experience. De nada adianta oferecer serviços incríveis se os acessos acabam lentos e/ou intermitentes. Por isso, é importante investir e repensar no dimensionamento dos ambientes de TI para torna-los capazes de suportar alto volume de dados sem perda de desempenho.
O acesso mobile também é uma outra ótima oportunidade. A venda de smartphones no Brasil cresceu 33% no primeiro trimestre de 2015, isso em comparação com o mesmo período em 2014. Apesar de a IDC ter revisado para baixo projeção de vendas para o restante do ano (talvez até mesmo em função da alta do dólar), já são 14,1 milhões de novos dispositivos no mercado nos três primeiros meses de 2015. A sua empresa está preparada para o mobile? Se a resposta for não, corra contra o tempo. Temos alguns meses até lá.
De tudo isso, o que resta saber é: o que sua empresa aprendeu com o mundial no Brasil? E, mais importante, o que ela fará de melhor no próximo ano?
* Por Eduardo Carvalho, presidente da Equinix no Brasil