Com as próprias mãos

Arnoldo Mendonça, executivo da Asyst, tem uma vocação inequívoca de ser artesão. A marcenaria para ele é mais que um hobby é um exercício de equilíbrio e arte.

[private] DM - Quando você descobriu a marcenaria como hobby?
A paixão pelos trabalhos manuais sempre esteve presente em minha vida. Ainda criança me envolvia na construção de objetos com as mãos e com algumas ferramentas. Acho que herdei essa característica dos meus avós, que em algum momento de suas vidas trabalharam como marceneiros ou carpinteiros. No término da faculdade, querendo me casar e sem grana, me aventurei na fabricação dos meus próprios móveis. Dividi meu escasso tempo entre a formatura, o estágio e a marcenaria. Consegui fabricar uma sala de estar e mais alguns objetos. Neste momento, compreendi que a marcenaria seria o meu principal hobby por toda a vida. E assim tem sido. Sempre procuro um tempo livre para pensar, projetar, cortar, lixar e montar.

Arnoldo Mendonça, diretor de processos da Asyst Sudamérica, empresa especializada em gestão e operação de Tecnologia da Informação

DM - Onde você pratica esse hobby? Você tem um grupo de amigos que o acompanha?
Hoje, tenho minha própria marcenaria. Um local aconchegante e que considero muito agradável. Nesse espaço, tenho alguns tesouros que ganhei da família como, por exemplo, máquinas alemãs sensacionais, presente pelos meus 40 anos. Gosto de praticar marcenaria sozinho, mas há momentos em que compartilho meu espaço, minhas ideias e os objetos construídos com familiares e com os amigos. Para mim “marcenerar” é algo contemplativo, quase uma oração. São momentos reflexivos e de muita concentração.

DM - Qual a importância de manter esta atividade paralelamente á sua atividade profissional?
Certamente é o equilíbrio. Profissionalmente, estou sempre em uma velocidade alucinante. Preciso ter respostas rápidas, focadas em processos otimizados, nas melhores práticas e nos diversos negócios dos clientes que atendemos. Ao entrar em minha oficina, deixo esse turbilhão de compromissos, resultados, métricas e desempenho para trás. No meu refúgio, como costumo chamar a oficina, o equilíbrio chega aos poucos, de maneira silenciosa, apesar do barulho das máquinas. Isso me ajuda a contrabalançar as emoções.

DM - O que a marcenaria faz pelo Arnoldo pessoa, que pode repercutir no Arnoldo profissional?
Justamente aquilo que nem sempre é fácil adquirir no ritmo das atividades profissionais. É como se minhas baterias se recarregassem mais facilmente. Saio mais equilibrado emocionalmente e, com isso, tenho conseguido levar esse equilíbrio às minhas atividades, às equipes de trabalho e aos nossos clientes. E, em momentos de estresse, uso a experiência adquirida com a marcenaria. Sempre há uma saída, que muitas vezes não é aquela lembrada rapidamente, mas que pode estar escondida e precisa ser, apenas, melhor procurada. Na marcenaria, várias vezes precisamos de ideias nem sempre tão comuns e triviais para conseguirmos evoluir no manuseio com a madeira, parafusos, colas e com os instrumentos disponíveis. [/private]

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