Por Wagner Bernardes, Diretor de Pré-Vendas da Orange Business Services
A geração que escolheu trazer seus próprios smartphones e tablets para o ambiente de trabalho, ao invés de carregar laptops de 3kg com uma bateria útil de 30 minutos, está preocupada em manter suas vidas privadas separadas de sua existência no trabalho. Além disso, quase um quarto (24%) dos trabalhadores geralmente não confiam em dar aos empregadores qualquer forma de controle sobre seus dispositivos. Isso é o que afirma uma recente pesquisa da Ovum, conduzida pela empresa de segurança móvelAdaptiveMobile.
O levantamento, feito com 5 mil trabalhadores, em 19 países, releva estatísticas que deveriam ser consideradas por qualquer um com uma equipe de trabalho móvel ou remoto:
· Mais de 84% dos funcionários classificam privacidade como uma preocupação quando questionados sobre usar seus próprios dispositivos no trabalho.
· 30% dos que responderam preferem que o seu empregador gerencie seus serviços de mobilidade corporativa.
· 42% preferem a sua operadora de telefonia móvel para gerenciar seus serviços de mobilidade corporativa.
· 44% dos funcionários querem manter sua vida pessoal e profissional separadas.
· Os funcionários também se mostram preocupados com o acesso aos websites maliciosos (67%) e aplicativos (57%).
Os resultados desta pesquisa refletem o difícil equilíbrio que ainda é visto entre o uso pessoal e o uso profissional de dispositivos móveis. Os empregadores querem aproveitar os benefícios de uma equipe móvel e conectada; os funcionários também querem, mas não se isso significar que os chefes ganharão uma visão extra sobre sua personalidade e comportamento.
Os detalhes são importantes. Normalmente a política de segurança de BYOD diz que os funcionários devem deletar qualquer arquivo da empresa ao deixá-la, e insiste em proteção sólida da segurança do aparelho quando se trata de alguém com acesso a informação empresarial privilegiada. A maioria dos sistemas de gestão de dispositivos já permite às empresas gerenciarem os dados mantidos em dispositivos pessoais – e é aí que entra a falta de confiança.
Alguns funcionários não querem seus empregadores tendo acesso a seus dispositivos, especialmente como em alguns casos em que a empresa ganha acesso a tudo que esteja arquivado no aparelho: isso pode não só incluir mensagens e e-mails, como detalhes no calendário pessoal e dados de localização, o que aumenta o receio de monitoramento intrusivo demais.
Isso parece estar mudando com a nova geração de soluções MDM (Mobile Device Management) e dispositivos mais sofisticados que chegam ao mercado. Melhorias nos sistemas operacionais dos dispositivos móveis permitem agora às empresas configurar soluções de armazenamento nos dispositivos dos funcionários mais facilmente.
Assim, os departamentos de tecnologia corporativa podem criar uma clara demarcação entre uso pessoal e profissional do dispositivo, colocando uma barreira ao redor da privacidade do funcionário. Por exemplo, no caso de um funcionário deixar a empresa, ela pode deletar o conteúdo corporativo, enquanto o funcionário mantém a privacidade de seus dados quando estiver no trabalho (e quando sair também, claro).
A boa notícia para os CIOs que estão tentando controlar a transição para o BYOD é que a maioria dos funcionários adora a conveniência de usar seu dispositivo móvel para trabalhar: 69% dos funcionários acessaram seus dados corporativos de seus dispositivos este ano, mais de 57% em 2013.
A pesquisa ainda mostra que a readequação do modelo precisa se basear no equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e evidenciar a separação entre os dois papéis. Em resumo, o business everywhere ainda precisa encontrar maneiras de equilibrar as demandas de segurança corporativa com as preocupações de privacidade dos funcionários ao usar dispositivos pessoais para o trabalho.