*Por Julia Sousa
Mudar o nome da sua empresa, criar uma nova filosofia operacional ou de relacionamento com o mercado, uma nova logomarca, ou um design diferenciado são ações que fazem parte de uma estratégia corporativa ou mesmo de uma intenção de criar diferenciais para um novo posicionamento da empresa frente aos clientes, funcionários, fornecedores, concorrentes e, claro, a mídia. Mas por que e quando essas ações podem se tornar necessárias?
A evolução é inevitável. E o conceito de Rebranding mostra, exatamente, que hoje é impensável administrar uma empresa de uma mesma forma para sempre. Inclusive se você faz isso, provavelmente sua empresa já está estagnada e perdendo negócios. O mercado, a economia, o contexto político e a sociedade mudam e evoluem. Mudar faz parte da vida de uma empresa, seja em grandes transformações ou pequenos ajustes.
Quando falam em alterar o nome de uma marca, muitas dúvidas sobre a real necessidade e as conseqüências dessa ação acabam surgindo. Porém, existem vários casos de grandes empresas que conhecemos hoje que já tiveram outro nome em algum momento. O Google já foi chamado de Backrub, o Yahoo era conhecido como Guia de Jerry e, até a Pepsi já foi Bebida de Brad.
Vários fatores podem motivar uma troca de nome da empresa. Desde que seja por uma estratégia publicitária, no caso do nome ser muito pequeno, muito grande, ter uma pronúncia complicada, ser genérico, não ser visual ou não ter boa compatibilidade com os sites de buscas, por exemplo. Bons nomes contribuem para fazer com que a marca ganhe vantagem competitiva, estimula o crescimento da empresa, expande o mercado de clientes, traz inovações e mais rentabilidade.
Porém, na maioria dos casos essa ação pode ser uma questão de sobrevivência para a empresa. Em casos em que, por algum motivo, a corporação teve sua reputação manchada, a alteração do nome pode ser uma eficiente estratégia de recuperação e reconstrução da reputação.
A Philip Morris, por exemplo, empresa fabricante dos cigarros Malboro, descobriu através de pesquisas, que seu nome remetia às pessoas a ideia de morte e doenças. Por isso, se tornou Grupo Altria, na tentativa de isolar outras marcas de cigarros das associações negativas que eram feitas.
Outro exemplo é o famoso fast-food de frango, KFC, que também já usou essa estratégia. Conhecida anteriormente como Kentucky Fried Chicken, a empresa reduziu seu nome a KFC, para retirar a visibilidade do “Fried Chicken”, que significa frango frito. Eles entenderam que associar o nome da marca à comida frita e que não faz bem à saúde, não seria um bom negócio. Fizeram um poderoso trabalho com a nova sigla e, agora, poucos realmente sabem o que significam as letras do KFC.
Em casos também como o da companhia aérea Malaysian Airlines, que teve dois trágicos acidentes em seis meses, a alteração do nome já está sendo estudada como uma estratégia para devolver um pouco da reputação da empresa. E acredito que, principalmente em casos como esse, mudar o nome seja uma das únicas maneiras de mudar também a imagem negativa da companhia.
Seja para recuperar, revitalizar ou recriar valores, projetos bem sucedidos de mudança de nome podem proporcionar resultados significativos na maneira como a empresa é percebida pelo mercado. Em todos os casos, desde que feita da maneira correta, essa ação pode tornar-se uma importante decisão para que a empresa seja vista com mais seriedade e se torne lembrada positivamente.
*Por Julia Sousa, diretora de desenvolvimento de negócios da Status Labs - empresa de gerenciamento de reputação on-line, marketing digital e relações públicas dos Estados Unidos.