Você gostaria de estar nas nuvens?

Após uma apresentação a uma platéia de executivos, escutei um deles murmurando ao fundo em tom de paródia: “Estou nas nuvens!”. Na verdade, ele traduzia o sentimento geral, já que todos ali esperaram por anos por uma solução de computação robusta, versátil, segura, elástica e, sobretudo, econômica. Você gostaria de estar nas nuvens também? Creio que todos nós, mas como tudo na vida, há um caminho a percorrer até chegarmos lá, e todos poderão chegar. 

[private] Durante muitos anos as áreas de negócios, em um ciclo vicioso e frenético, demandaram, compraram, instalaram e operaram parques computacionais enormes, baseados em modelos de negócios tradicionais. Desta forma, investiram muito capital e pagaram altos preços para manter tudo funcionando.

A computação em nuvem, ou cloud computing, chegou para revolucionar um modelo que está com os dias contatos, inovando na forma e trazendo o que todos buscavam com o advento da crise econômica global: redução de custos.

Em conversas cotidianas com executivos das áreas de TI e de negócios, notamos uma grande preocupação em planejar detalhadamente a migração do modelo atual para cloud computing. Muitos já começaram esta jornada através de modelos de virtualização de algumas aplicações disponíveis em arquitetura X.86, e outros ainda ensaiam este início.

Com o aumento na confiabilidade da plataforma baseada em X.86, muitas aplicações comerciais de missão crítica já têm suas versões disponíveis nesta forma, e muitas outras ainda migrarão.

Das diversas verticais que conhecemos, como Telecomunicações, Finanças, Energia e Farmácia/Química, podemos citar a área de finanças como uma das mais interessantes para iniciar esta trajetória. Isto porque, como vemos no Brasil, esta vertical desenvolveu uma gama de sistemas dentro de casa durante os anos cruéis de hiperinflação, o que fez com que chegássemos a um nível muito grande de códigos desenvolvidos em plataforma mainframe. Embora muitos destes códigos tenham desaparecido durante o bug do milênio, devido à portabilidade para sistemas comerciais como ERP/SAP, há ainda um montante substancial disponível nesta plataforma e que poderá facilmente ser migrado para a arquitetura X.86/Linux ou Windows. Por outro lado, as aplicações já em X.86 poderão iniciar sua virtualização em um processo de adoção da nuvem privada.

O caminho mais adequado para se iniciar a movimentação para a nuvem é começar através da virtualização destes aplicativos, ou seja, da criação da sua nuvem privada, ou private cloud. A nuvem privada consiste de um ambiente virtualizado, padronizado através de tecnologias e seguro, que poderá interagir com a nuvem pública provida por um provedor de tecnologia em informação e comunicação, ou provedor de serviços (ICT), chamado Federação. Isto dá a elasticidade necessária às empresas sem requerer investimentos substanciais em infraestrutura para projetos pontuais. Paga-se mensalmente pela utilização de recursos como virtual machines (VMs) e sistemas de armazenamento de dados em um modelo de Infrastructure as a Service (IaaS), inclusive usando modelos mais sofisticados como Software as a Service (SaaS), onde sistemas de CRM na nuvem pública podem ser integrados ao ambiente de nuvem privada.

Com a criação de uma nova base de custos dentro do modelo de cloud computing, estima-se que as empresas economizariam pelo menos 35% (trinta e cinco por cento) durante os três primeiros anos, em comparação ao modelo atual. Estes recursos economizados seriam redirecionados à área de competitividade e inovação em TI aplicada aos negócios.

Antes do início de uma migração para o modelo de cloud computing, as empresas deverão fazer um Raio-X completo de seus ambientes computacionais, incluindo um inventário detalhado das aplicações, suas interdependências, arquitetura técnica, entre outros detalhes, para então definir o alinhamento entre as estratégias de cloud computing e de negócios da sua corporação.

Hoje em dia, as companhias precisam se reinventar a todo o instante e TI se consolidou como um dos principais pilares de inovação e suporte ao negócio. Pense nisso e mude a forma como sua corporação fica nas nuvens. Desafio: pegue um pedaço de papel e liste seus principais sistemas, categorize-os de forma simples como core e não core, virtualizáveis ou não (ainda), e escreva qual deles já foram virtualizados ou possuem algum projeto nesta área. Se estiver entre 0% e 10 % do total do seu universo de sistemas, há muito por se fazer ainda... Corra! Porque seu competidor já descobriu como poderá ser mais eficiente e ter um grande “Hub de Serviços” na nuvem privada com custos mais acessíveis. Se estiver superior a 10% em uma linha de tempo de 6 (seis) meses, parabéns! [/private]

 

* Texto escrito por Marcio Kanamaru, Diretor de Soluções para os mercados de Telecomunicações, Mídia & Entretenimento na EMC Brasil.

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