ECM na área pública

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu sua primeira entrevista como presidente da Republica à revista Veja na edição de 20 de agosto de 2003. Durante a entrevista, um fato chamou a atenção do repórter: 

[private] “Durante a conversa com Veja, levantou-se duas vezes da poltrona para pegar papéis sobre sua mesa de trabalho e mostrar números e metas. A certa altura, em tom jocoso, reclamou que Gilberto Carvalho, seu fiel escudeiro de muitos anos, retirara uma papelada de sua mesa. Mandou acionar dois ministros - Luiz Gushiken e José Graziano -  para que lhe trouxessem documentos que sabia estarem em poder dos auxiliares.”

Ou seja, chamou a atenção do repórter o fato do presidente Lula não ter localizado um documento em sua mesa.

E em uma entrevista no fim de 2008, o presidente Lula contou a “Piauí” como conheceu Dilma Rousseff, os motivos pelo qual a escolheu como sua candidata e alguns depoimentos interessantes. Segue alguns trechos:

“Já próximo de 2002, aparece por lá uma companheira com um computadorzinho na mão. Começamos a discutir e percebi que ela tinha um diferencial dos demais que estavam ali porque ela vinha com a praticidade do exercício da Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul.”

“Ela era uma menina tímida no meio de grandes professores”, disse Ildo Sauer. “Mas toda hora ela puxava aquele computador, que parecia ter tudo, até análise sobre o aço da palheta da turbina.”

“O que o Lula viu nela?, perguntei, e Olívio respondeu: Um certo comedimento, o fato de ela ter uma visão articulada da área, uma discrição, uma modéstia sem falsidade. Ela com o laptop dela. Está tudo organizado ali. Tem números, elementos, quadros. Ela é sempre afirmativa. “

E mais alguns fatos importantes.

Em abril de 2010, o Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ, define as Recomendações para Digitalização de Documentos Arquivísticos Permanentes e enfatiza na sua apresentação o seguinte:

“A adoção  de  um processo  de  digitalização  implica  no conhecimento  não  só  dos princípios  da  arquivologia,  mas  também  no  cumprimento  das  atividades  inerentes  ao processo, quais sejam a captura digital, o armazenamento e a disseminação dos representantes digitais. Isto quer dizer que os gestores das instituições arquivísticas e os demais profissionais envolvidos  deverão  levar  em  consideração  os  custos  de  implantação  do  projeto  de digitalização,  compreendendo  que  um  processo  como  este  exige  necessariamente  um planejamento  com previsão  orçamentária  e   financeira  capazes  de  garantir  a  aquisição, atualização e  manutenção  de versões  de  software e  hardware,  a adoção  de  formatos  de arquivo  digitais e  de  requisitos  técnicos  mínimos  que  garantam  a  preservação  e  a acessibilidade a curto, médio e longo prazos dos representantes digitais gerados.”

E por fim, um projeto muito importante vem a cada dia evoluindo e cada vez mais presente quando se trata de acesso a informação. Trata-se do e-Ping (Padrão de Interoperabilidade do Governo Eletrônico) que em sua parte introdutória enfatiza o seguinte:

“Um governo moderno, integrado e eficiente, exige sistemas igualmente modernos, integrados e interoperáveis, trabalhando de forma íntegra, segura e coerente em todo o setor público.

Nesse contexto, a interoperabilidade de tecnologia, processos, informação e dados é condição vital  para o provimento de serviços de qualidade,  tornando-se premissa  para governos em todo o mundo, como fundamento para os conceitos de governo eletrônico, o e-gov. A interoperabilidade permite racionalizar investimentos em TIC, por meio do compartilhamento, reuso e intercâmbio de recursos tecnológicos.”

Os três poderes Executivo, Judiciário e Legislativo no âmbito federal, estadual e municipal, definitivamente adotaram soluções de GED/ECM para um melhor gerenciamento de seus documentos, conteúdos, informações e processos. No ano que se encerrou, foi notável a quantidade de editais que tinham como objeto, serviços e produtos relacionados a GED/ECM.

E um fato muito importante tem sido a inclusão de mapeamento, melhoria e implantação de processos em sincronia e sintonia com a gestão de informação e tratados de forma coerente e integrada. E fica em aberto, uma metodologia minimamente padronizada na elaboração e implantação de Processos e Gestão Documental como a metodologia DOMP.

Por tudo isso, pelo menos na área pública, no que depender da Gestão de Processos e Gestão da Informação a expectativa é das melhores e com certeza a presidente eleita Dilma Roussef não terá problemas em encontrar documentos, não só em sua mesa como no seu laptop. [/private]

 

* Texto escrito por Wilton Tamane, administrador de empresas especializado em sistemas e técnico em Eletrônica Industrial. Consultor na área de scanners e gerenciamento de documentos.

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