Cloudsourcing: o inevitável modelo de terceirização

Cloudsourcing: o inevitável modelo de terceirização

Paulo Henrique Pichini*

O uso de tecnologia de informação como diferencial competitivo por parte das empresas já esta fora de discussão quanto à sua eficiência e necessidade. O que vem exigindo atenção e decisões por parte dos CIOs é outro assunto – a profunda transformação vivida hoje, em que os modelos tradicionais de provisionamento passam a conviver com ofertas baseadas na computação em nuvem. A avalanche de novas soluções e serviços disponibilizados via internet e em modelo de cloud computing coloca na mão dos usuários mais “conectados” serviços novos, arrojados e de custo granular (ou por demanda). Esses serviços destacam-se por sua facilidade de aquisição e rapidez de ativação. Coibir o uso destas soluções em nuvem significa demonstrar ao usuário que a empresa ou seus processos de governança em tecnologia de informação estão atrasados e são muito conservadores.

A solução para atender as demandas dos clientes internos com a velocidade e custos adequados é adaptar parte dos processos e soluções para o uso em modelo de cloud computing. Trata-se de algo semelhante aos serviços que o usuário já utiliza de forma autônoma e independente, porém dentro dos processos e políticas de segurança e provisionamento definidos pela empresa. Uma vez feito isto, o controle do uso de TI passa a ser resgatado pelos CIOs e os mecanismos de segurança retomam sua eficiência.

Neste cenário, as áreas de TI estão buscando implementações de aplicações em nuvem customizadas ao seu ambiente.  Este planejamento para migração de parte de seu ambiente ou mesmo implementação de novas aplicações na nuvem exige um trabalho de consultoria e provisionamento prévio que garantirá menores custos, maior velocidade e eficiência na implantação do projeto. É neste momento que entra em cena os Cloud Facilitators (nome usado no mercado americano – no Brasil, esse tipo de player foi apelidado de Cloud Angels), empresas especializadas em análise de cenário atual, considerando toda a complexidade do ambiente de produção de TI das empresas. Os Cloud Angels sabem como transformar este ambiente, ou parte dele, para uso de modelos baseados em nuvem. Além disto, são os Cloud Angels os responsáveis por garantir a segurança das informações que trafegam na rede corporativa e que agora estão, em parte, atuando em um ambiente externo (ainda que em nuvem privada). É papel dos Cloud Angels, também, fazer o gerenciamento dos ambientes, o provisionamento e, principalmente, a orquestração (“orchetration”) entre o ambiente tradicional e o novo ambiente implementado em nuvem. Este processo de terceirização cria o novo modelo de outsourcing que estamos chamando de cloudsourcing.

Mais do que transformar o uso da tecnologia de informação, a implementação e uso de cloud computing por parte das empresas está modificando os métodos e processos de aquisição e disponibilização de TI. Isso acontece, primeiramente, porque com os mecanismos de provisionamento, as compras são feitas sob demandas periódicas e geográficas (por área de interesse). Um segundo ponto a ser analisado é o fato de que a solução em nuvem tem sua aquisição regida por contratos flexíveis em quantidades (elásticas) e, ao mesmo tempo, rigorosos níveis de serviços (SLA).

Assim sendo, os gestores atuais de TI devem ter ferramental especializado para gerenciar contratos tradicionais, contratos de outsourcing e contratos de cloudsourcing. Estamos vivendo uma fase de transição em que todos esses modelos podem conviver juntos e em harmonia. Uma forma da corporação vencer os desafios do momento atual é contar com a expertise dos cloud angels. As pessoas à frente dessas empresas podem ajudar o CIO a realizar a gestão do ambiente. Isso é feito de modo a garantir à equipe de TI a entrega de informações essenciais e sumarizadas que possam permitir o acompanhamento de tudo o que se passa, chegando-se ao ponto de entender qual o impacto do uso das novas tecnologias e dos provedores no aumento da eficiência dos resultados do negócio.

 

*Paulo Henrique Pichini é Chief Executive Officer da Go2neXt – Cloud Computing – Builder & Integrator

 

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