Por Ricardo Buranello*
No último ano, de acordo com levantamento feito pelo Gartner Group, o Brasil gerou 144 bilhões de dólares em receitas de produtos e serviços relacionados com o segmento da tecnologia da informação. Estes dados posicionam o país como o principal mercado emergente depois da China. Quando consideramos que o Brasil está acima da Índia, país onde empresas de todo o mundo terceirizam serviços, é possível ver o enorme potencial de nossos mercados locais e latino americanos. Existe um notável aumento de demanda para produtos e serviços vindos da revolução da “Internet das Coisas”. De fato, hoje existem 55 parques tecnológicos distribuídos em todo Brasil, com mais alguns em estágios de planejamento.
Entretanto, empresas que consideram adotar a tecnologia M2M em seus produtos para entrar no segmento da “Internet das Coisas” vem em sua maioria de fora das indústrias relacionadas com telecomunicações; e mais ainda de fora do M2M.
A comunicação Máquina a Máquina, o cada vez mais popular M2M, permite que todos os tipos de aparelhos e produtos eletrônicos ganhem um salto em utilidade. Ele entrega benefícios para os usuários pois agrega a aparelhos novos e existentes conectividade para a internet ou operações para redes de monitoramento, podendo remover fios para conectar aparelhos em sensores, monitores e outros periféricos; além de também possibilitar a esses produtos funções GPS e localização.
Então como empresas que atingiram o sucesso e se mantiveram lá na dura realidade econômica de hoje, com sua competência principal e conhecimento profundo de seu negócio, negocia com as complexidades do M2M em detrimento de seu próprio foco?
Adotar o M2M como um valor agregado para um negócio é uma decisão difícil. Mais ainda quando empresas e indivíduos que tomam essa decisão entendem e obtêm sucesso em suas próprias indústrias, mas geralmente não possuem o conhecimento aprofundado para navegar confortavelmente no espaço M2M.
Porém, isto é algo que empresas precisam urgentemente considerar. Com cada vez mais aparelhos sendo conectados, este tipo de valor se torna cada vez mais essencial para os consumidores finais. A chave para uma integração bem sucedida ao M2M é selecionar os provedores certos que forneçam o hardware, software e serviços necessários. Um bom fornecedor pode ajudar com questões que vão desde a cobertura da conectividade a até dimensões físicas do aparelho, entre outras coisas. Isto tudo para fazer parte da Internet das Coisas, um segmento econômico que irá gerar, de acordo com uma pesquisa feita pela Cisco, 14 trilhões de dólares em uma década na qual o M2M representará 45% deste total, e 50 bilhões de coisas estarão conectadas até 2020.
Existem empresas que hoje investem em fábricas locais para produzir hardware e tecnologias M2M para as necessidades específicas da América Latina. Existem também escritórios regionais que fornecem suporte e serviços locais para ajudar negócios a ingressarem na revolução da Internet das Coisas. A largada já foi dada, e a linha de chegada é o futuro.
*Ricardo Buranello é diretor da Telit América Latina e possui muitos anos de experiência no segmento M2M.