A importância da Excelência Gerencial na Distribuição de TI

Por Mariano Gordinho*

A busca pela excelência gerencial não é um objetivo exclusivo das empresas de distribuição de TI. Qualquer organização empresarial, independente de seu tamanho deve buscar uma gestão eficiente, atuante e moderna.O que diferencia a importância da excelência gerencial em uma empresa de distribuição de, digamos, uma indústria, de uma empresa varejista ou um prestador de serviços?

Sem ignorar os desafios e problemas de cada um dos setores mencionados acima (seguramente terão de enfrentá-los caso não invistam e definam metas claras de excelência gerencial), podemos afirmar que, dadas as suas características e modelo operacional, as empresas de distribuição de TI não sobreviveriam sem excelência gerencial.

E quais as bases para fazermos tal afirmação?

Os distribuidores de TI movimentam altos volumes de estoques de produtos que têm níveis de obsolescência acima da média de outros setores e, que precisam de constantes ajustes de preços para se manterem competitivos; concedem crédito em larga escala e altamente pulverizado, a partir de créditos obtidos junto a seus fornecedores, via de regra criando operações de fluxo de caixa negativo, aonde os prazos de pagamento que ofertam são superiores aos prazos de pagamento que obtem;  operam um modelo tributário complexo no qual se tornam administradores de receitas e despesas fiscais, que tem demanda intensiva de capital; e a maior parcela de sua lucratividade vem da eficiência logística e da capacidade de administrar e operar um ambiente de negócio com uma clientela altamente capilarizada e geograficamente fragmentada.

A soma de todas as afirmações do parágrafo acima resulta em um negócio que exige alta eficiência na administração dos recursos de capital, dos riscos creditícios e precisão praticamente cirúrgica no acompanhamento dos resultados.

Fazer isso sem excelência gerencial é impossível! No negócio de distribuição não basta um bom ERP e bons processos, é imprescindível uma gestão eficiente, atuante e especialmente excelente. Daí nossa convicção em afirmar que sem um grupo de profissionais dedicados, qualificados e preparados para trabalhar num ambiente extremamente demandante, operar um negócio de distribuição de TI torna-se uma tarefa dificílima.

A distribuição assumiu papéis e funções que anteriormente competiam aos fabricantes e revendedores.

Em um passado não tão distante, os distribuidores eram equiparados aos atacadistas: Grandes operações de armazenagem, Vendas de volume e concentradas, Retirada e Pronta Entrega.

Hoje os distribuidores faturam, cobram e entregam produtos por conta e ordem de seus parceiros, para empresas e indivíduos, e em todo o território nacional; administram e executam programas e ações de marketing por seus fornecedores; treinam e capacitam recursos de seus parceiros e promovem a integração de todo esse ecossistema.

A falta de excelência gerencial na distribuição repercute por toda a cadeia em que opera: a falta de estoque, o crédito inadequado, a cobrança ineficiente, o preço errado, uma operação logística mal executada, ou seja, qualquer um desses fatores pode comprometer o sucesso e eventualmente até a própria viabilidade de um parceiro.

Fica claro o papel da excelência gerencial em nosso modelo de negócio e o quanto a ausência dela ou o não comprometimento com ela pode colocar em risco toda a operação.

 

*Mariano Gordinho é Presidente da ABRADISTI, Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação.

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