Depois do DI, EDMS (GED), ECM, o EIM

A evolução das tecnologias de gestão da informação tem dado grandes saltos nas últimas décadas. Quem atua em TI há cerca de 30 anos, ainda lembra do cartão perfurado, dos disquetes de 8”, dos sistemas mono processados, das “redes” de comunicação com 9.600 bps, de interfaces do usuário baseado em TTY, entre outras. 

[private] Especificamente no mercado da gestão de informações não estruturadas (ou seja, aquelas não processáveis por tradicionais sistemas de processamento de dados, como imagens, vídeos, áudios, arquivos MS-Office, etc.) assistimos avanços semelhantes.

Até a década de 60, a única alternativa além do papel, eram os sistemas micrográficos, como o microfilme, sistemas COM (Computer Output to Microfiche), jaquetas e cartões-janela, que ainda encontramos hoje em dia.

Na década de 70 começam as primeiras iniciativas de digitalização de documentos, surgindo comercialmente o document imaging – apresentado aqui no Brasil como  “processamento eletrônico de imagens” (já existia o processamento eletrônico de dados).

Na década de 80 outras tecnologias começam a ajudar no processo de gestão de documentos – explicitamente o document management (versionamento de documentos eletrônicos), COLD (Computer Output to Laser Disk) – saída do computador em discos ópticos como alternativa para o COM, e workflow – para a gestão do fluxo de documentos em processos de negócio. Esse mercado foi batizado no exterior como mercado de EDMS – Electronic Document Management Systems, traduzido como GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos no Brasil.

Com o advento da internet uma série de novos conteúdos surge e traz consigo o desafio da gestão destes. Citamos as páginas web compostas de “templates” e conteúdo que precisa ser versionado, aprovado e publicado de forma sincronizada; gestão de e-mails (com anexos); URLs entre outros. Para tanto a disciplina de Web Content Management passa a ser somada e a indústria troca a sua denominação para ECM – Enterprise Content Management em cerca de 2000.

Mas a evolução não para. Diversos autores, associações e fornecedores começam a se utilizar da expressão EIM – Enterprise Information Management para designar a nova abrangência de nossa indústria. A linha entre informações estruturadas e informações não estruturadas passa a ser cada vez mais tênue e isso faz com que fique cada vez mais integrada a gestão da informação.

Por exemplo, ao se “fatiar” uma imagem de um “press release” em uma logomarca, dados de contato, um título, primeiro parágrafo, o que se tem? Uma sequência de informações estruturadas formando algo não estruturado? A grande vantagem aqui é o reuso dessas informações em outras aplicações.

Ou então, quando um sistema de gestão empresarial (ERP) apresenta os dados de um funcionário juntamente com as imagens de seus documentos em uma única interface para o usuário, o que é isso?

Outro exemplo é o uso de ferramentas de BI – Business Intelligence extraindo dados a partir de informações não estruturadas.

Com esses exemplos procuramos demonstrar que fica cada vez mais difícil separar o mundo estruturado do mundo não estruturado. Com a expressão EIM procura-se trazer para baixo de um único guarda-chuva todos os tipos de informação de uma organização.

Obviamente as estruturas organizacionais deverão ser adaptadas para fazer frente a esta nova movimentação. O CIO – Chief Information Officer - deverá fazer jus à expressão: “Information” passando a entender áreas que até agora não lhe diziam respeito como o arquivo, as iniciativas de digitalização e até as políticas de gestão documental sob o risco de ser atropelado, já que segundo diversas estimativas a quantidade de informações não estruturadas é bem superior. [/private]

 

* Texto escrito por Walter W. Koch, diretor da ImageWare. Consultor internacional em Gestão Documental e TI. Professor dos cursos de pós-gradução da Fesp e Unip. Implementou alguns dos maiores projetos do País. Ministra cursos em diversos países da Europa, África e Oriente Médio. Autor do livro Electronic Document Management - Concepts and Technologies publicado em Dubai em 2001.Responsável pelo Treinamento da AIIM no Brasil.

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