Documentos e a Copa do Mundo

Parece que está longe, mas não está. Pensar em 2014 é logo ali, na esquina do mundo. Mundo de informação e de um encontro de países e, portanto, culturas, idiomas e ídolos diferentes. E, porque não dizer, de documentos diferentes. Sim, tudo começará nos aeroportos, com a verificação de documentos: passaportes, vistos e fotos, só para começar. Daí, saindo do aeroporto, será necessário manipular a moeda corrente, o Real. E, se não for com cédulas, será com cartões. Cartões de crédito, de débito ou cartão pré-pago (aquele que você carrega com uma quantidade antes de viajar e daí é só ir usando). E será necessário pagar o táxi, o restaurante, o hotel, a loja, o vendedor na porta do estádio e muitas outras coisas. 

[private] Sabe-se que uma Copa do Mundo movimenta muitos recursos, sejam estes financeiros, humanos ou sociais. Assim, o Brasil precisa estar preparado para esta explosão de documentos que a Copa fará circular no país. Qualquer pessoa que tenha um comércio precisará estar preparada para enfrentar as diferenças e atender bem os visitantes. Portanto, a grande aliada será a tecnologia. Internet, máquinas de cartão, caixas automáticos, celulares, computadores e tablets serão equipamentos de primeira necessidade.

Para isto, será necessário um pacote de acompanhamentos como, por exemplo, banda larga, acesso e conversão de mídias diversas (TV, cinema, rádio, Internet), meios de armazenamento, transmissão e apresentação de informações, sistemas embarcados.

Nunca se esteve tão perto da chamada convergência entre a telefonia celular (móvel) e a Internet. Esta convergência vem sendo denominada pelo meio empresarial de Mobile Business ou m-Business. A palavra de ordem é mobilidade. Esta mobilidade envolve, portanto, velocidade. O usuário deixa de estar ou ir ao encontro do computador para poder utilizá-lo. Nesta nova ordem das tecnologias, o computador é que está (ou vai) onde o usuário está.

Para se ter uma noção dessa nova modalidade de negócio, ao se pesquisar na Internet o termo “Mobile Business”, tem-se o retorno de 1.170.000.000 resultados. É muita coisa! É importante que as empresas entendam que consumo, meio ambiente e tecnologia podem andar juntos, pois gerarão novas oportunidades para que as empresas criem estratégias de negócios com base no consumo consciente e no desenvolvimento socioambiental. Ao fazer uso de tecnologias que visam a convergência entre Internet e telefonia móvel, estarão se preparando para novas perspectivas na área de “negócios móveis”, ou mobile business. As empresas devem ainda estar preparadas para essas novas oportunidades, tal qual afirmadas por David A. Marca, durante o International Conference on e-Business (2008): “Internet, wireless (sem fio), banda larga e vídeo poderão fornecer novas oportunidades para combinar estas tecnologias em soluções para economia de afluência maciça”.

Nesta perspectiva, deve-se retomar o conceito de segurança jurídica, por meio da qual os negócios jurídicos realizados terão sua validade garantida e assegurada. A segurança jurídica que se menciona aqui é característica essencial à garantia de todos os passos para concretização do negócio (seja uma reserva de hotel ou pagamento da conta em um restaurante), tanto do ponto de vista do consumidor quanto do fornecedor. Assim, os negócios jurídicos que serão eletrônicos, digitais e móveis poderão manter e prover os elementos comprobatórios necessários, caso alguma das partes (fornecedor ou consumidor) não cumpra o que foi acordado. Deve-se lembrar que 33% dos entrevistados em uma pesquisa realizada pelo CETIC.br em 2007 alegam ter receio de fornecer informações pela Internet e que 26% demonstram falta de confiança no produto que será recebido. Estes são medos concretos dos usuários brasileiros da Internet.

Assim, acredita-se que o fornecedor que puder oferecer transações seguras ao seu público consumidor terá um benefício concorrencial e incrementará suas vendas. Toda a estrutura que hoje é oferecida, e está voltada prioritariamente à pesquisa de produtos e preços, tem a possibilidade de realizar venda de forma segura, fechando a cadeia econômica. Sabe-se que somente 13% dos interessados efetivam uma compra, mas que 44% dos usuários de Internet realizam pesquisa de preços online. Então, não são somente os estádios que necessitam estar prontos em 2014, mas também toda a nossa infraestrutura tecnológica e de negócios eletrônicos, digitais e móveis. [/private]

 

* Texto escrito por Angelo Volpi , Tabelião em Curitiba, escritor, articulista e consultor e Cinthia de A. Freitas, Professora Titular da PUCPR e Doutora em Informática

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