É chegado o último trimestre do ano, período em que as organizações se planejam para os próximos doze meses. O cenário em questão envolve análises sobre as projeções de receitas e de custos previstos, que resultam no famoso planejamento orçamentário, um universo baseado em cenários e orientações internas e externas.
Mas qual a receita para que planejamento se torne um produto plenamente realizado conforme as previsões? Esta é uma questão que seria possível de ser respondida se os agentes externos não refletissem de maneira tão impactante para o sucesso ou insucesso da missão a ser cumprida.
O mercado é e sempre será instável. Cenários como a economia mundial, as crises políticas e até mesmo os desastres naturais são fatores que podem comprometer os negócios de uma empresa e, consequentemente, de toda sua cadeia, independente de onde estiverem localizados devido à globalização.
E nos momentos em que as empresas precisam tomar rápidas decisões, vários são os conceitos postos para a análise do melhor caminho. Muito se fala das técnicas orientais descritas pelo general chinês Sun Tzu, autor do livro “A arte da guerra”, que há dois milênios, fornecia seus fundamentos ao afirmar que “o mérito supremo consiste em quebrar a resistência do inimigo sem lutar”. Será?
O universo mercadológico em que vivemos hoje demanda por executivos que estejam preparados para a guerra num cenário de bipolaridade mundial. E o principal elemento é a tomada de decisão. Aqui, aproveito este espaço para apresentar o coronel da força aérea americana, John Boyd.
Autor do ciclo OODA (Observation, Orientation, Decision e Action), que foi apresentado na década de 70, Boyd desenvolveu uma teoria praticada nos planejamentos das operações da força aérea americana e que se tornou uma significativa contribuição para a evolução do combate aéreo. Mais tarde, essa mesma teoria serviu de base para os procedimentos aplicados em tecnologias que apóiam as análises. Estamos falando do Business Intelligence.
Nos negócios, a Observação está voltada à leitura dos diversos indicadores; a Orientação preza as habilidades de análises, cenários e simulações exercitadas; em Decisão são elencadas as informações mais importantes, tanto internas como externas; e em Ação se capacita a elaboração, compartilhamento e execução do plano de ações.
Controlar uma organização é como comandar uma aeronave. Assim como um piloto, o executivo tem uma missão a cumprir, um orçamento a administrar, habilidades a adquirir e, claro, deve tomar decisões impactantes.
Em pleno ar, em território hostil e com uma missão a cumprir, qual habilidade será prioritária caso algo aconteça diferente do planejado? Uma ou mais aeronaves aparecem fora do previsto. O que devo fazer?
Diante deste incidente, antes de usar suas habilidades de piloto, você terá que tomar uma decisão, que poderá custar sua vida, a missão (e os benefícios dela) e o custo extraordinário da sua aeronave. Logo, uma das principais habilidades de um piloto é tomar decisões rapidamente, sob pressão, individualmente e com recursos limitados. Quem se arrisca dizer que este não é o dia a dia de um executivo de negócios?
Mais desafiador ainda no mundo corporativo é ter essas habilidades em cada um dos pilotos presentes em uma organização. E diante dos desafios previstos e não previstos para cada gestor na sua missão de elevar ao máximo a tomada de decisão assertiva, qual metodologia e quais instrumentos, você executivo, está provendo para alcançar sua missão?
* Texto escrito por Allan Pires, presidente da Targit Brasil.