Entre os 80 países participantes do PISA, Brasil ficou em 74º lugar no ranking de conhecimentos e habilidades na disciplina
A utilização de tecnologias educacionais pode ser uma grande aliada no sentido de reverter o baixo desempenho dos brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). Segundo relatório divulgado no dia 3 de dezembro pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil caiu no ranking mundial de educação em ciências, leitura e, principalmente, matemática, que apresentou o pior desempenho, ficando entre os dez últimos colocados.
Entre os 80 países que participaram do PISA, o Brasil ficou em 74º lugar no ranking de conhecimentos e habilidades em matemática, índice considerado muito baixo pelos especialistas no assunto. Para muitos, os resultados do relatório só reforçam a necessidade de se reavaliar o atual modelo de ensino da matemática no Brasil, sobretudo quanto ao uso da tecnologia em sala de aula, o que já é uma realidade nos países com melhor colocação.
Como o Brasil possui cerca de 40 milhões de alunos no ensino básico, as inovações tecnológicas, por outro lado, garantem redução de custo e escalabilidade necessárias para melhorar os indicadores educacionais. Esse é o caso da Escola Estadual Henrique Dumont Villares, em São Paulo (SP), que registrou um aumento de quase 30% no desempenho de seus alunos em matemática no último ano em comparação com o exercício anterior, segundo o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp). Um dos principais motivos foi a implantação e utilização do sistema de jogos digitais para o ensino da disciplina, em funcionamento desde 2017.
O índice é aplicado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por meio de provas de conhecimento, com a finalidade de produzir um diagnóstico da situação da escolaridade básica paulista em Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Redação. Os resultados integram o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), que tem a E.E. Henrique Dumont Villares como primeira colocada.
O sistema de matemática digital da escola foi desenvolvido e fornecido pela startup Matific, especializada em gamificação para o ensino matemático da educação infantil até o sexto ano. A plataforma é utilizada atualmente por 500 mil alunos brasileiros de cerca de mil colégios públicos e privados.
No entanto, disseminar o uso de tecnologias educacionais junto aos professores ainda é um grande desafio no país. Não por acaso, muitas instituições de ensino superior, sobretudo as faculdades que oferecem curso de pedagogia, integram em suas grades curriculares a aplicação de novos métodos de educação, incluindo uso de plataformas digitais.