Carência de profissionais em cyber segurança facilita crimes na internet

Carência de profissionais em cyber segurança facilita crimes na internet

Se vagas de emprego são escassas para alguns, para profissionais da área de cyber segurança o que não faltam são ofertas de trabalho. Segundo conduzido pela (ISC)2 principal organização sem fins lucrativos dedicada à certificação de profissionais de segurança da informação, existem hoje cerca de 2,9 milhões de vagas disponíveis nessa área em todo o mundo. Só na América Latina, onde se encontram alguns dos países mais vulneráveis para crimes cibernéticos, incluindo o Brasil, o número de vagas deve chegar a 130 mil até 2020.

“As ameaças nesse setor cresceram muito rápido nos últimos anos e passaram de ações de hackers quase inofensivos para crimes sofisticados envolvendo governos de diferentes países”, diz Vagner Nunes, Country Manager da (ISC)2 no Brasil e autor do livro em inglês The Cyber Skill, sobre a carência global de mão de obra na área. “Esse fenômeno não foi acompanhado pelas universidades, que ainda não conseguem capacitar profissionais na mesma velocidade da demanda”, explica o especialista, que também ministra palestras e webinars para orientar profissionais de IT e Segurança sobre as oportunidades e requerimentos para ter sucesso na carreira.

Com poucos combatentes no front, criminosos virtuais aproveitam para invadir sistemas privados e roubar dados sigilosos. No início do ano, o chamado Collection #1, um dos maiores vazamentos de dados da história da internet, divulgado pelo pesquisador australiano Troy Hunt, expos cerca de 773 milhões de e-mails e mais de 20 milhões de senhas, facilitando a ação de invasores em múltiplos serviços online, incluindo contas bancárias.

O crime engrossa a lista que revela o tamanho da crise no setor. Segundo pesquisa da Symantec, nos últimos dois anos houve um aumento de 600% em ataques ao sistema IOT (termo em inglês para definir “internet de todas as coisas”), o que inclui smartphones, tablets, notebooks e desktops. Em 2017, o crime cibernético gerou um prejuízo de quase US$ 600 bilhões (0,8% do PIB mundial), segundo levantamento da McAfee, em parceria com a Center for Strategic and International Studies (CSIS).

“Estamos em um cenário de guerra sem exército de defesa”, afirma Vagner. Segundo o especialista, a razão do desequilíbrio entre a oferta de mão de obra qualificada e as necessidades do mercado começa com a falta de entendimento claro sobre os requerimentos da área. “Profissionais competentes em modalidades legais, analíticas e mecânicas podem desenvolver uma carreira promissora nesse setor, mas muitos simplesmente desconhecem os caminhos para ingressar na área. Daí minha iniciativa de criar o projeto The Cyber Skill Gap”.

Segundo estudo da empresa inglesa Kaspersky Lab, as mulheres são minoria no ramo, com apenas 11% do total da força de trabalho. A pesquisa mostra que, em geral, elas têm menos confiança sobre possuir os atributos exigidos para exercer a atividade. “As mulheres podem agregar valor significativo para este setor, considerando habilidades naturais tais como precisão nos detalhes e mente analítica, provendo soluções práticas”, escreveu Longinus Timochenco, colunista da Crypto ID e Diretor de Cyber Defense da Stefanini Rafael na América Latina.

A crescente demanda por profissionais de cyber segurança tem botado pressão nos departamentos de Recursos Humanos, que agora precisam de um sistema de recrutamento que dê conta de encontrar e reter talentos altamente assediados pelo mercado. 

Por hora, apesar do stress em tempos onde é preciso se fazer muito com pouco, 68% dos trabalhadores de segurança cibernética entrevistados pela (ISC)2  se declararam “muito satisfeitos” com seus trabalhos no setor, onde os salários no Brasil giram torno de R$ 4 mil (cargos de analista), R$ 15 mil (gerentes de segurança) até R$ 25 mil em cargos de diretoria.



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Fonte: DINO, Divulgador de Notícias

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