Brasil faz palestra sobre plano estratégico de TI na CeBIT

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)  está presente na CeBIT 2013, em Hannover, na Alemanha. Em uma palestra na International Business Area (IBA),  Virgílio Almeida, secretário de Política de Informática do MCTI, apresentou ao público um panorama dos investimentos e incentivos que o Brasil oferece às empresas dispostas a investir em tecnologia de informação e comunicação (TIC).

 

“Até 2015 o País vai investir  US$ 250 milhões no Projeto TI Maior (Programa Estratégico para Software e Serviços de Tecnologia de Informação), que propõe o incentivo a setores de importância estratégica na economia brasileira”, citou o secretário. Além de investimentos financeiros estão previstos o apoio à pesquisa e leis de incentivo. Segundo Almeida, O TI Maior definiu 10 setores como de importância estratégica na economia brasileira. São eles as áreas de saúde e educação, óleo e gás, energia, grandes eventos esportivos, agronegócio, finanças, mineração, segurança e defesa, mídia e comunicação e cloud computing.

 

O projeto TI Maior é somente parte de uma estratégia mais abrangente para alavancar os negócios no País, que já é o sétimo mercado mundial de TIC. Segundo levantamentos parciais, o Brasil movimentou cerca de US$ 233 bilhões em 2012, sendo US$ 123 bilhões em TI e US$ 110 bilhões em comunicação, uma tendência crescente se avaliadas as estatísticas apresentadas pelo secretário.

 

“Inovação é a chave para o futuro do Brasil, e o setor de TI é a chave para inovação”. Assim resumiu Virgílio Almeida as ideias que apresentou ao público em sua palestra na IBA. Segundo ele, o País já é uma referência em tecnologia de informação, o que, aliado a fatores como um crescente mercado e a grande oferta de mão de obra, com cerca de 1,2 milhões de profissionais qualificados, oferece condições propícias para o investimento estrangeiro.

 

O Brasil não deseja apenas atrair investimentos estrangeiros mas, também, posicionar suas empresas no mercado externo. Iniciativas neste sentido são, por exemplo, a representação do Ministério no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Os chamados “HUBS Internacionais” promovem iniciativas de integração e parcerias, propiciando assim uma inserção internacional.

 

Estratégia no mercado internacional

 

Para Ruben Delgado, presidente da SOFTEX (Associação para Promoção da Excelência do Sofware Brasileiro), o mercado de TI se consolida mais a cada participação na CeBIT. “Essa estratégia começou a ser desenvolvida na CeBIT 2012. Atualmente o Brasil se firma a cada ano como um player mundial. O País já possui identidade internacional e uma estratégia definida para este mercado”, explica Delgado, que vê com otimismo a participação das empresas brasileiras na CeBIT 2013. “Temos que ver o Brasil e a sua marca “Brasil IT+” como uma loja que está se inserindo cada vez mais neste grande shopping que é o mercado mundial de TI”, resume.

 

Infraestrutura e comunicação

 

A International Business Area (IBA) da CeBIT contará ainda, no dia 8 de março, com palestra de José Gontijo, diretor do Departamento de Indústria, Ciência e Tecnologia da Secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações (MiniCom). Gontijo falará sobre as principais ações que estão sendo levadas a efeito pela pasta, entre elas o Programa Nacional de Banda Larga, que tem como proposta dotar o País de uma moderna infraestrutura de comunicação de dados.

O executivo do MiniCom também abordará as oportunidades de negócios oferecidas pelo setor de Telecomunicações no Brasil a partir da implantação da quarta geração de banda móvel, da televisão digital interativa, que abre um leque de possibilidade para a oferta de aplicações e serviços, e da regulamentação do Mobile Payment. O fato de o País sediar dois grandes eventos esportivos de expressão mundial (a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016) implica em implantar uma grande infraestrutura de comunicações e serviços, com oportunidades para toda a cadeia produtiva do setor de TIC.

Encontro de CEOS europeus e latino americanos

Também no dia 8 de março, o Brasil estará em destaque na IBA durante um encontro de CEOs europeus e latino americanos que debaterão sobre e-commerce e m-commerce no País. O objetivo deste encontro, organizado pela Lateinamerika Verein  (associação empresarial de informação para empresas alemãs com interesses na América Latina) e pela Deutsche Messe AG (promotora da CeBIT), é destacar as oportunidades de negócios no mercado brasileiro de e-commerce e m-commerce. Participam dos debates Philipp Bock, cofundador e CEO da Allpago na Europa; Benedikt Franke, CEO do Media Group na América Latina, Thiago Appella, diretor de Operações para o Brasil da Wooga GmbH e Tim Fabian Besser, sócio-diretor da Besser International GmbH e VP Internacional da European Games Group.

Mudanças sociais foram tema da cerimônia de abertura da CeBIT 2013

 

“Pensem não somente no seu novo produto, mas também nas consequências que este pode ter para a sociedade”. Com este apelo a chanceler alemã Angela Merkel chamou a atenção dos cerca de 2500 convidados na abertura da CeBIT 2013. Em seu discurso, no encerramento da solenidade, Merkel reforçou que  internet  e "sharecomomy"  são mais que uma inovação técnica, "elas são a expressão de uma mudança profunda, para a qual a economia social precisa encontrar uma resposta”. O comentário foi visto por analistas como uma crítica indireta às condições de trabalho impostas pelo gigante de vendas da internet, a  Amazon,  a seus empregados temporários.

 

Merkel, porém, também vê os avanços positivos que a “shareconomy” pode trazer para o dia-a-dia. Ela lembrou que utilizar conjuntamente ao invés de possuir já faz parte da rotina diária de muitos cidadãos alemães ao alugar, por exemplo, um carro de cooperativa. Agora o uso da “shareconomy” no setor de TI pode ser a oportunidade para a criação de novas empresas e, consequentemente, novos campos de trabalho. Segundo Angela Merkel, a crise financeira só pode ser superada através de crescimento. “Somente as indústrias automobilística e de máquinas pesadas não são suficientes. Para crescer precisamos do setor de TI”, afirmou.

Já o professor Dieter Kemp, presidente da BITKOM (Associação Alemã de Tecnologia da Informação, Telecomunicações e Novas Mídias), ressaltou os benefícios técnicos da “shareconomy”, que "dá mais poder ao consumidor e faz desaparecer as fronteiras entre produtor e consumidor."

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