Engenharia da USP cria núcleo para desenvolvimento de softwares

Engenharia da USP cria núcleo  para desenvolvimento de softwares

A Poli Júnior é capaz de entregar projetos para os mais variados setores, com preços até 60% mais baixos do que o mercado

Por Prado Junior

 

O Brasil é o segundo mercado de aplicativos que mais cresce no mundo. Segundo levantamento do Adjust, empresa de análise e prevenção de fraudes do setor, nosso País está atrás apenas da Indonésia. 

São atribuídas uma nota para cada mercado, relativo ao crescimento no setor. O Brasil aparece em segundo, pontuando 9,39, enquanto a Indonésia marcou 17,6 pontos. A Coreia do Sul vem coladinha no Brasil, com pontuação de 9,11.

De acordo com a Sensor Tower, no segundo semestre de 2019 o número de instalações de apps nas plataformas do Google e da Apple chegou a 28,7 bilhões.

O Núcleo de Tecnologia da Poli Júnior, empresa júnior da escola de engenharia da USP, desenvolve aplicativos e sistemas internos que facilitam a vida de muitos profissionais. "Para desenvolver esse tipo de projeto, basta ter uma ideia. Praticamente tudo é possível de ser feito", diz Rodrigo Miksian Magaldi, gerente da área, entrevistado pelo Instituto Information Management.

IM: Como surgiu a iniciativa de criar o Núcleo de Tecnologia?

Rodrigo: O Núcleo de Tecnologia da Poli Júnior surgiu em 2007 com o intuito de simplificar e impulsionar o crescimento dos nossos clientes. Na prática, a equipe atua no desenvolvimento de softwares personalizados que solucionam problemas gerenciais e administrativos de empresas e instituições por meio da centralização de dados, organização de recursos e através do controle, integração e automatização de atividades e processos internos.

IM: Quantas empresas já foram atendidas pelo Núcleo?

Rodrigo: O Núcleo de Tecnologia conta com uma média de 30 projetos entregues. 

IM: Vocês pretendem levar essa expertise para outras áreas, ou irão se concentrar na Engenharia?

Rodrigo: A Poli Júnior é a empresa júnior de Engenharia da USP, então, os nossos serviços concentram-se nesse mercado só que apresenta uma atuação em diferentes vertentes. Ao todo, a empresa júnior atua em cinco vertentes. Além do Núcleo de Tecnologia, nós também temos o de Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção e Engenharia Química. 

IM: Qual o perfil dos empresários que procuram a Poli Júnior?

Rodrigo: Atualmente, somos procurados por pequenos, médios e grandes empresários que enxergam na empresa júnior uma oportunidade de obter uma entrega de alta qualidade por meio de um investimento 60% mais acessível do que o mercado oferece. Mas, também existem as pessoas físicas (MEI) que nos procuram para ter uma consultoria de como iniciar um negócio próprio e ter um apoio no desenvolvimento deste projeto. 

IM: Quais as soluções mais procuradas?

Rodrigo: As soluções mais procuradas na Poli Júnior dependem da área de atuação de cada engenharia. Por exemplo, o Núcleo de Engenharia de Produção atende muita demanda de projetos de análise de dados, que gera tratamento dessas informações de modo a guiar as empresas a tomarem decisões. Além disso, entregamos muitos projetos de pesquisa de mercado responsáveis por analisar as situações e demandas do mercado a fim de direcionar a atuação das empresas.
Já o Núcleo de Engenharia Mecânica e Eletrônica, entrega muitos projetos na área de desenvolvimento de produtos onde é feita uma consultoria em projetos de máquinas, mecanismos e circuitos para se realizar a ideação e concepção de dispositivos com funcionalidades específicas ou personalizadas. Enquanto isso, o Núcleo de Engenharia Química trabalha muito com projetos de gestão de resíduos a fim de reduzir custos e prejuízos da linha de produção através da destinação inteligente dos rejeitos. O núcleo também entrega muitos projetos de viabilidade técnica e econômica onde auxiliam nossos clientes a entrar em um novo ramo de produção a fim de exponencializar lucros e inovar seu negócio.

No núcleo de Engenharia Civil entregamos muitos projetos de instalações prediais, isto é, projeto elétricos, hidrossanitários e de encanamento de gás. Esses projetos garantem que o cliente terá um funcionamento perfeito das instalações de sua residência, prevendo a quantidade de material a ser gasta e evitando desperdícios e prejuízos. E, por fim, nosso núcleo de Tecnologia realiza muitos projetos nas seguintes duas grandes áreas: sistema de informação e aplicativos. A parte de sistemas de informação contempla plataformas de diversos segmentos tais como gestão de empresa, e-commerce e marketplace. Os mais pedidos pelos clientes são e-commerce, lojas online e plataformas personalizadas para gestão de empresas e negócios. Já quanto aos aplicativos, desenvolvemos para Android e IOS sendo que os segmentos mais pedidos são o de pagamentos e aqueles B2C, como serviços e mercadorias. Desta forma, nota-se que cada uma das cinco grandes áreas da engenharia possuem altas demandas específicas de sua área.

IM: Qual o desafio mais complexo que a Poli Júnior enfrentou e entregou?

Rodrigo: O desafio mais complexo da Poli Júnior foi o projeto Gerdau.
A empresa Gerdau é uma siderúrgica multinacional sendo destaque nacional no setor de aços longos com presença em quase todos os setores do cotidiano do brasileiro desde a área automotiva até itens domésticos. A unidade de Cotia produz uma grande diversidade de produtos que varia tanto no tamanho quanto na especificidade química dos produtos, fazendo com que os processos se tornem complexos e sujeitos a gargalos.

O Projeto Gerdau surgiu com o intuito de identificar os gargalos presentes nos processos e para isso foi utilizado um tipo de mapeamento chamado Value Stream Mapping (VSM) ou Mapeamento de Fluxo de Valor (MFV), uma forma bem completa de entendimento dos problemas pertencentes a cultura Lean Manufacturing.

Após análises profundas da equipe e entendimento do estado atual, foi criado junto ao cliente soluções personalizadas junto a um estado futuro em que os produtos poderiam estar prontos em cerca de 30% dos valores anteriores e custos operacionais anuais diminuíram significativamente.  Além disso, tornou-se possível começar uma cultura Lean Manufacturing, algo muito valorizado no mercado atual.

IM: Qualquer empresa pode procurar a Poli Júnior?

Rodrigo: Com certeza. Basta ter uma ideia em mente que nós ajudamos a tirar o projeto do papel. 

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