Como a ciência de dados tem influenciado as estratégias das organizações?

Como a ciência de dados tem influenciado as estratégias das organizações?

A área de tecnologia da informação (TI) é a que mais emprega profissionais com conhecimentos em dados. A pesquisa State of Data, realizada pelas consultorias Data Hackers e Bain & Company, aponta que 61% dos trabalhadores da área apresentam experiência prévia de pelo menos cinco anos.

Outro fator relevante sobre os especialistas brasileiros é que pelo menos 50% dos que atuam no mercado possuem alto nível de instrução formal, como por exemplo pós-graduação. A partir dos dados divulgados, cabe reforçar que a ciência de dados tem contribuído para um ganho de qualidade das organizações e, ainda, incrementado o currículo dos funcionários.

Marcelo José Szewczyk é coordenador da graduação de Tecnologia em Banco de Dados Gestão da Tecnologia da Informação do Senac EAD. Ele explica o conceito geral da ciência de dados e como os conhecimentos estão se expandindo no mercado de trabalho.

“Existem muitas definições sobre ciência de dados, mas podemos resumir que consiste na coleta, tratamento e análise dos dados, de forma a extrair valor do material coletado. Nesse sentido é possível encontrar o que aconteceu (passado) e descrever as condições das bases de dados (presente), além de realizar prognósticos futuros, por intermédio da análise preditiva”, esclarece.

 

Profissões do futuro

Outra pesquisa global que reforça a importância de investir conhecimentos na área de ciência de dados foi apresentada no último Fórum Econômico Mundial (Davos, 2020). Conforme apresentado no relatório, as profissões do futuro, entre elas as relacionadas a TI, vão demandar 6,1 milhões de novos empregos até o final de 2022.

Além disso, os profissionais da área atuam em pelo menos 20 segmentos diferentes. Os principais são: tecnologia e digital (31,7%), serviços financeiros (19,3%) e varejo (11,2%). A boa notícia é que outros setores têm procurado por especialistas, comprovando o aumento de oportunidades: educação, saúde e setor público.

Segundo o coordenador do Senac EAD, esse cenário se deve ao fato de as organizações terem entendimento de que a análise de dados pode ser uma vantagem competitiva para o negócio. “As áreas de vendas e marketing em geral estão investindo na contratação de funcionários com conhecimentos em dados, pois as informações são fundamentais para conhecimento da concorrência, do produto e do comportamento dos consumidores”, argumenta.

Do mesmo modo, o setor financeiro (bancos, corretoras e investidores), de ciências (pesquisa e desenvolvimento) e da saúde (genomas) oferecem oportunidades para quem tem interesse em segmentar a área de atuação.

“O retorno ao chamado ‘novo normal’ mostra que muitas organizações estão buscando manter suas transformações para o mundo digital, pois ficam mais ágeis e eficientes. Neste momento, há mais demandas de organizações do que profissionais prontos para atuarem nesta transformação. Isso tem sido muito divulgado, despertando nos jovens o interesse em investir numa carreira com muitas vagas”, avalia Marcelo.

Ciência de Dados está presente na maioria das profissões da atualidade - Crédito da fotografia: Pixabay

Vantagens da digitalização dos processos

O professor do Senac EAD explica que a principal vantagem da ciência de dados é contribuir para a realização de um eficiente trabalho em análise de dados. A metodologia empregada colabora para o direcionamento de esforços e recursos em objetivos ou resultados mais precisos e de qualidade.

Com essa perspectiva, Marcelo elenca quatro exemplos práticos da aplicação dos conhecimentos oferecidos pela área:

- Desenvolvimento de medicamentos e tratamentos: os laboratórios têm realizado análises de dados muito mais sofisticadas para aprimorar ou desenvolver novos medicamentos num tempo mais curto;

- Logística: podemos observar como a entrega de produtos em casa evoluiu do início da pandemia para hoje. No começo, o prazo geral de entrega era mais longo, com muitos erros de estimativa. Hoje, há entregas no mesmo dia nas grandes cidades. Além de uma modernização nos modelos e recursos de entrega, houve uma evolução muito grande na análise de dados, otimizando todo o processo logístico;

- Marketing: uma análise de comentários que os clientes ou públicos-alvo postam nas redes sociais permite que uma empresa direcione seu foco e esforços para produtos ou serviços mais adequados aos desejos dos clientes;

- Vendas: Uma empresa de varejo que analisa os dados de vendas do último mês para identificar quais lojas ou vendedores se saíram melhor e quais precisam melhorar (análise descritiva dos negócios efetivados no mês).

As informações podem, ainda, ser utilizadas para desenvolverem estimativas futuras (análise preditiva), buscando mapear quais produtos podem ter maior procura nos próximos meses, viabilizando a manutenção de estoques otimizados por loja ou região, evitando produtos encalhados ou falta de produtos para comercializar.

Como se preparar para o mercado de trabalho?

Em primeiro lugar é preciso esclarecer a diferença entre o trabalho desenvolvido pelo cientista e o analista de dados nas empresas. O analista combina informações de vários departamentos (vendas, marketing, RH, produção, estoque e finanças) para trabalhar a análise de dados.

Por outro lado, o cientista domina conhecimentos de matemática e ferramentas de análise de dados como o big data e a programação. Desse modo, trata-se de um perfil mais técnico e voltado a projetos e ações mais específicas desenvolvidas pelas organizações.

O coordenador do Senac EAD reforça que as opções de formação em dados ainda são poucas quando se observa o padrão de cursos do Ministério da Educação. “Algumas instituições já têm no seu currículo de graduação um curso de Ciência de Dados, mas ele ainda é tratado como ‘experimental’, por não fazer parte da grade formal do MEC. Esperamos que logo isto seja atualizado”, pontua.

Por fim, Marcelo recomenda algumas habilidades que devem ser buscadas por estudantes ou recém-formados para se destacarem no mercado: “Fazer cursos de curta duração que abordem o tema de forma simples e prática. O importante é também incluir softwares de análises de dados nestes cursos, para que se tenha um conhecimento prático e com ferramental incluído”, finaliza.

Se você tem interesse em aperfeiçoar os conhecimentos na área de ciência de dados, saiba que o Senac EAD conta com portfólio consistente em TI. Acesse o site da instituição e confira as oportunidades.

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