*João Moretti
A mobilidade é um dos assuntos mais comentados nas companhias. O mercado tem se mostrado rentável, principalmente, no Brasil. E isso pode ser traduzido em alguns números. Segundo pesquisa da consultoria IDC divulgada em março deste ano, a venda de smartphones no país em 2012 teve aumento de 78% em relação ao ano anterior. Ou seja, foram cerca de 16 milhões de unidades.
Com aumento de 171%, a venda de tablets no país representou mais de 3 milhões sobre 1 milhão de aparelhos em 2011. A consultoria ainda indicou que a venda de desktops no mesmo ano foi de 6,7 milhões. E de notebooks ficou em 8 milhões. Se formos pensar há alguns anos, os PCs lideravam esse comércio.
Hoje vemos a força dos dispositivos móveis e a preferência por eles. Neste cenário, investir em mobilidade é uma necessidade para as empresas que querem crescer. Nos meus mais de 15 anos no segmento, hoje posso dizer que é muito recompensador ver que o eu previ e lutei para acontecer. Atualmente os dispositivos móveis são uma realidade nas empresas e nas ruas.
Segundo estimativas da consultoria americana de marketing digital e mídia, eMarketer, os gastos mundiais em mobile atingiram US$ 8,41 bilhões em 2012, contra cerca de US$ 4 bilhões em 2011 e apenas US$ 2,34 bilhões em 2010. Na América Latina, o Brasil representa 90,4% contra a média de 86% do continente.
Já a consultoria norte-americana Gartner estima que os gastos das empresas brasileiras com TI alcançarão US$ 134 bilhões em 2013. No setor de dispositivos que inclui PCs, tablets e celulares, dentro deste valor total o gasto deve corresponder em US$ 24,3 bilhões. Ainda de acordo com a consultoria, o país concentra 45% dos gastos com tecnologia na América Latina.
Vale ressaltar que quando uma empresa investe em soluções de mobilidade, antes de tudo, é preciso ter em mente quais os objetivos do negócio e, é claro, contratar uma empresa realmente que sabe o que faz e que cumpre os prazos. Atualmente muitas empresas estão se aventurando nesse mercado, mas é importante verificar antes para que o investimento não seja em vão, já que desenvolver aplicativos móveis é muito diferente de criar aplicativos para desktop e web e requer experiência e conhecimento no assunto.
Com esse crescimento acelerado do mercado mobile um aspecto que preocupa também é o da mão de obra especializada. O número de profissionais qualificados é ainda pequeno para a alta demanda de serviços. Infelizmente, as universidades e até as escolas técnicas não estão ainda capacitadas para oferecerem cursos sobre a tecnologia móvel para profissionalizar o mercado.
Enfim, acredito que o mercado de mobilidade no Brasil tem muito a melhorar ainda, mas estamos no caminho certo. Prevejo ótimas perspectivas e com certeza muitas inovações estão por vir.
* Por João Moretti, diretor geral da MobilePeople – empresa especializada em soluções móveis corporativas.