A dinâmica do mercado móvel no Brasil está passando por grandes mudanças, com a queda acentuada das receitas provenientes de voz. Agora é a hora de buscar as receitas com transmissão de dados. Vinicius Caetano, analista sênior da empresa de pesquisa em tecnologia Pyramid, destacou durante a Rio Wireless que as “receitas estão sendo erodidas pela guerra de preços. As operadoras têm lançado promoções muito fortes, que são ótimas para atração de market share, mas que não geram receita.”
Para Caetano, a oportunidade para reverter essa tendência está baseada em dois pontos: o aumento do poder de compra da classe C que, nos últimos seis anos, cresceu 273%. “Mas para massificar o uso dos dados é preciso em primeiro lugar reduzir o preço dos smartphones e informar ao consumidor não só sobre os aparelhos, mas também sobre as aplicações, além de incentivar o uso de dados também em planos pré-pagos.”
O Brasil tem um dos menores índices de uso de dados móveis na América Latina. Em 2011, o tráfego de dados no Brasil correspondia a 21,8%, com projeção de atingir 36,1% em 2015, segundo dados da Pyramid. “Para efeitos de comparação, na Argentina essas porcentagens são respectivamente de 39% e 48%. Não vale apenas ficar brigando por preço de uma forma agressiva. Cabe às operadoras aproveitarem a oportunidade e incentivarem o uso do smartphone como acesso principal a internet, criando planos cada vez mais aderentes à realidade do consumidor brasileiro”.
