Quatro em cada 10 internautas já ouviram podcasts no Brasil

Quatro em cada 10 internautas já ouviram podcasts no Brasil

Conteúdos produzidos nesse formato já foram ouvidos por pelo menos 50 milhões de brasileiros

Os programas de áudio idealizados, criados e produzidos para serem publicados na internet já são ouvidos por 40% dos 120 milhões de internautas brasileiros. Os dados são de uma pesquisa inédita feita pelo Ibope entre os dias 15 e 18 de janeiro com 2 mil pessoas e divulgada na maratona Piauí CBN de podcast no dia 11 de maio, evento que reuniu grandes players desse mercado para discutir sobre o formato.

Embora já exista uma série de iniciativas para tornar a mídia mais diversa e democrática, o público que consome esse tipo de conteúdo ainda é majoritariamente jovem, homem e integrante das classes A e B, de acordo com a pesquisa. Entre o gênero masculino, 45% já ouviram podcast ao menos uma vez; entre as mulheres, o índice cai para 36%. Entretanto, nos últimos anos, o movimento #MulheresPodcasters invadiu a podosfera, com programas criados e produzidos pelo gênero feminino com uma vasta gama de assuntos.

Diversidade, inclusive, é um dos pontos mais atrativos da mídia. Antes, os programas sobre filmes, séries e histórias em quadrinhos dominavam o cenário brasileiro de podcasts, mas hoje já há uma série de programas voltados para nichos específicos. Na lista dos melhores conteúdos de 2018, elaborada tradicionalmente pela Apple, cinco programas contam com mulheres na bancada e quatro possuem conteúdos jornalísticos.

O público desse tipo de programa também tende a ser extremamente fiel e conectado com os criadores. Do total, 19%, ou 16 milhões de pessoas, ouvem podcasts três vezes ou mais por semana; 21,5 milhões têm o hábito de ouvir podcast ao menos uma vez a cada sete dias. Os mais aficionados pela mídia são os jovens entre 16 a 24 anos: 47% escutam programas ao menos uma vez por semana e 25% pelo menos três vezes ou mais.

Para entender os hábitos dos consumidores de podcasts, o Ibope também fez uma pesquisa qualitativa. Em geral, os ouvintes preferem ouvir os programas enquanto fazem outras atividades, como uma faxina em casa, ou enquanto se locomovem para algum destino no transporte público ou no carro.

Por causa dessa mobilidade maior, os celulares são, em disparado, o dispositivo mais utilizado para ouvir os programas, com 75% dos respondentes optando pelo smartphone. Embora o notebook também seja facilmente transportado, os computadores ficam em segundo lugar, com 40% da preferência. O tablet é o lanterninha, com 8% das respostas.

“O que a pesquisa mostra é o potencial dos podcasts. E, se nos basearmos na tendência de outros países, é um grande potencial”, disse a CEO do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari. Hoje, os produtores brasileiros de podcasts ainda buscam se firmar no mercado como uma alternativa rentável para marcas e anunciantes. Nos Estados Unidos, a mídia já é mais difundida, com programas alcançando milhões de ouvintes e maior atratividade comercial.

Quem percebeu todo esse potencial comercial foi o Spotify, líder de streaming de música em todo o mundo. A empresa comprou, de uma só vez, a produtora de podcasts Gimlet Media e a Anchor, uma plataforma que visa democratizar a criação, edição e publicação dos programas por qualquer pessoa. A Gimlet, inclusive, é responsável pelo podcast Homecoming, transformado posteriormente em uma série original da Amazon Prime Video, com direito a Julia Roberts no elenco principal.

Até o final do ano, o Spotify pretende investir US$ 500 milhões na compra de empresas estratégicas de podcasts. Recentemente, a plataforma também promoveu uma ação de marketing no Brasil para dar visibilidade a podcasts nacionais, com direito a banners em pontos estratégicos com alto fluxo de pessoas, como as estações de metrô da cidade de  São Paulo.

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