Pesquisa revela que 92% dos Coworkings Spaces Brasileiros tiveram perdas devido aos impactos do Covid-19

Pesquisa revela que 92% dos Coworkings Spaces Brasileiros tiveram perdas devido aos impactos do Covid-19

Estudo foi realizado pelo Instituto Nexxera e Studio Sapienza e visa obter os dados referentes aos impactos gerados no primeiro mês de fechamento dos coworking spaces

Os últimos anos foram terreno fértil para o crescimento dos coworking spaces por todo o Brasil. A expansão de grandes redes internacionais e a criação de redes brasileiras, no entanto, vem sofrendo um forte impacto com a pandemia do Coronavírus, o que obrigou os espaços a fecharem as suas portas e seus frequentadores a adotaram o sistema de home office. Diante desse cenário, o Instituto Nexxera e o Studio Sapienza, realizaram um estudo mostrando e identificando os impactos da crise COVID-19 nos coworking spaces brasileiros e que estratégias estão sendo utilizadas por gestores destes ambientes de trabalho. 

A pesquisa revelou que houve uma diminuição do faturamento dos coworkings em  92% (36) dos coworking spaces brasileiros, sendo que 62% (24) tiveram perdas entre 25% a 75% do faturamento em 1 mês de crise. Além disso, dos pesquisados, 30% (18) dos coworking spaces afirmaram que buscarão junto a bancos e financeiras ou já utilizaram de seu capital próprio para lidar com tais perdas. Outros 23% (14) disseram que utilizarão dos recursos oriundos dos sócios, 10% (6) família; 5%(3) com investidores e 2% (1) relataram que terão que fechar o negócio.

“Essa pesquisa mostra o impacto gerado pela crise do coronavírus e como isso vai resultar em espaços de trabalho como os coworkings spaces. O pânico de ficar fechado visto que isto acarreta na não utilização dos espaços físicos e a quebra de contratos dos usuários e empresas, requer alternativas dos gestores para a geração da sustentabilidade e manutenção de seus negócios” revela Prof. Dr. Geraldo Campos, idealizador da pesquisa.

Para o Prof. Geraldo, “muitos gestores já adotaram ações e alguns ainda estão buscando estratégias para o enfrentamento da crise. Com otimismo, isso vai acabar gerando muitas oportunidades”.

Os dados da pesquisa revelam informações referentes aos impactos gerados no primeiro mês de fechamento dos coworking spaces, sendo utilizado um questionário com perguntas fechadas com as categorias: Perfil do coworking spaces; Status de funcionamento no COVID-19; Ações gerenciais para atuar na crise; Impactos econômico-financeiros; Retenção e atração de clientes; Atuação junto a fornecedores; Atuação junto a colaboradores e Pós Crise.

PERFIL DOS COWORKING SPACES BRASILEIROS

Participaram da pesquisa 39 Coworking Spaces espalhados pelo país. Dos participantes, 13 estão localizados em Santa Catarina, 10 em São Paulo, 5 no Paraná, 2 no Ceará e Rio Grande do Norte e 1 no Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Sergipe.

Dos entrevistados, 43% (17) dos coworking spaces oferecem serviços como: posições de trabalho em mesas fixas e compartilhadas, salas privativas, endereço fiscal, escritório virtual, locação de sala de reuniões e locação de espaço de eventos. 

Outro dado importante da pesquisa revela o tempo de existência dos coworkings. Mais de  51% (20) dos pesquisados possuem entre 1 a 5 anos; seguido de 28% (11) entre 5 a 10 anos de existência e 5% (2) possuem mais de 15 anos. Além disso, a pesquisa mostra que 49% (19) dos coworking pesquisados possuem de 1 a 50 coworkers; 28% (11) até 100 coworkers e 23% (9) até 200 coworkers.

PRIMEIRO MÊS DE CRISE COVID-19

No primeiro mês de crise alguns serviços foram mais impactados como: Salas privativas, Locação de salas de reunião, Posições em mesas compartilhadas e Locação de espaço de eventos. Outros serviços como endereço fiscal, escritório virtual e atendimento telefônico personalizado foram menos impactados com a crise do COVID-19.

Já os em relação ao funcionamento dos coworkings, a pesquisa mostrou que 46% (18)

estão abertos com restrições; 34% (13) estão totalmente fechados, 10% (4) estão abertos em pleno funcionamento e 10% (4) estão fechados com atendimento on line.

AÇÕES GERENCIAIS PARA ATUAR NA CRISE COVID-19

Uma das preocupações para o desenvolvimento de ações gerenciais na crise está em como os gestores tomam as suas decisões e quais são as maiores dificuldades para o gerenciamento neste período. Em relação às tomadas de decisões 27% (20) dos entrevistados realizaram essas decisões junto com os seus sócio; 24% (18) junto aos seus colaboradores; 17% (13) junto a outros gestores de coworking spaces e 15% (11) junto a clientes e com menor percentual junto a consultorias e sozinho.

A pesquisa também revela que os gestores de 29% (26) dos coworking relatam que as indefinições de manutenção da quarentena dificultam o gerenciamento, bem como, 21% (19) informam que a dificuldade de caixa também é um limitador do gerenciamento.

DIFICULDADES DOS COWORKING SPACES COMO PEQUENOS NEGÓCIOS

Os coworking brasileiros participantes da pesquisa podem ser considerados pequenos negócios evidenciado pelo número de colaboradores, de coworkers e de proprietários que realizam as atividades de gestores. O primeiro mês de COVID-19 fez com que sócios e gestores buscassem soluções para a manutenção dos coworking spaces, já que, os serviços os principais serviços ofertados forma os mais impactados.

RETENÇÃO E CAPTAÇÃO DE CLIENTES: A CRISE GERADORA DE OPORTUNIDADES

A retenção de clientes tem sido um dos maiores desafios dos gestores de coworking spaces durante a crise. Todos os coworking spaces brasileiros, de alguma forma, tiveram que negociar contratos. Dentre algumas estratégias de retenção as mais utilizadas foram:  71% (28) Negociação de valores de mensalidades, 38% (15) Carência de mensalidades, 30% (12) Vouchers para utilização futura, 28% (11) Realização de eventos on line e  15% (6) Utilização de plataforma de rede de coworkers já existentes.

Pensando em novas captações de clientes e futuros negócios as principais estratégias utilizadas são: 92% (36) Redes sociais, 44% (17) Redes de contatos - networking, 29% (11) Marketing digital com impulsionamento, 23% (9) Ativação de listas de clientes antigos e 13% (5) Inside sales e aplicativos de promoção de ambientes de trabalho.

ATUAÇÃO JUNTO A COLABORADORES E FORNECEDORES

Além da manutenção dos contratos de trabalho mais de 74% dos gestores adotaram junto os seus colaboradores o modelo de trabalho em home office. Dos entrevistados no primeiro mês de crise do coronavírus, 38% (20) mantiveram os contratos de trabalho; 36% (19) deram férias parciais para a equipe; 13% (7) suspenderam temporariamente os contratos e apenas 4% (2) coworking spaces realizaram demissões.

Outro ponto mostra que as negociações com fornecedores foram uma das principais ações realizadas no primeiro mês de COVID-19. A negociação de valores e a redução dos serviços foram as ações que mais aparecem com 29% (25) e 22% (19) coworking spaces respectivamente. A carência de pagamentos e o corte de serviços aparecem em 16% (14) e 13% (11) dos ambientes respectivamente.

OS GESTORES E SEUS OLHARES PARA O PÓS-COVID-19

E como pensam os gestores quando tudo isso passar, quais os planos pós crise? Dos coworking spaces pesquisados 40% (19) estão em fase de elaboração, 35% (17) possuem alguns pensamentos, enquanto 15% já possuem um plano definido e 10% (5) não possuem definição do que farão após a crise.

Outro ponto mostra que os gestores olham o futuro com otimismo, dos entrevistados 61% (28) dos gestores estimam que seus coworking spaces se recuperam ainda em 2020. Já 20% (9) compreendem que irá crescer no pós-crise, enquanto 13% (6) estimam a redução de tamanho; 4% (2) irão fechar e 2% (1) pensam em se recuperar apenas em 2021.

Com isso vemos que a pesquisa nos revelou que os coworking spaces brasileiros sofreram um grande impacto o primeiro mês da crise COVID-19, principalmente no que refere a redução no faturamento. Outro ponto mostrou que o foco na presencialidade como o principal gerador de valor para coworkers e  empresas, além do fechamento total ou parcial dos coworking spaces, colocou os gestores em estado de alerta quanto às questões financeiras.

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