A decisão humana

* por Paula Usier

Diversos estudos publicados durante os últimos anos sugerem que a tecnologia tem deixado o ser humano mais burro. O argumento para sustentar essa afirmação, além de alguns testes de Quociente de Inteligência (QI), é o de que o cérebro não é mais utilizado para guardar informação útil, como faziam nossos antepassados. Hoje, qualquer informação relevante pode ser guardada no celular, no laptop, no pen drive, no e-mail e em outras dezenas de possibilidades.

O fato é que o avanço tecnológico reserva grandes surpresas que, rapidamente, têm se incorporado ao nosso dia a dia. A sofisticação da TI não relega mais aos computadores a simples função de armazenar dados. A capacidade analítica de determinados sistemas é tão sofisticada que pode ser comparada ao cérebro humano.

Quando pensamos em softwares com competência de analisar grandes quantidades de dados, estamos falando de big data. Essa tecnologia, que já está sendo utilizada por organizações de diversos segmentos, é capaz de traçar um perfil completo de todos os setores e processos que envolvem uma empresa e sua atividade, sendo de grande valia para a tomada de decisão dos gestores. Por esse motivo, o ser humano não tem ficado menos inteligente com o passar dos anos.

Utilizando como exemplo o big data, sabemos que por mais que a análise seja feita por uma máquina, a decisão final do que fazer com os resultados apresentados fica a cargo dos gestores. Esse é o processo mais complicado, pois envolve a consideração de outros elementos que não podem ser considerados na avaliação mecânica do software. Afinal, a tecnologia não substitui as pessoas, mas se tornou essencial para facilitar os processos envolvidos nas atividades humanas.

O big data, por exemplo, tem a capacidade de orientar fantasticamente a gestão de médios e grandes negócios, indicando de maneira clara, por meio de suas análises, o que pode ser melhorado para alcançar resultados mais efetivos em busca do lucro e da produtividade.  A ferramenta se mostra extremamente útil em áreas críticas de atuação, como a da saúde, em que geralmente falta verba para fechar as contas. O setor filantrópico, especialmente, sofre com o repasse insuficiente feito pelo governo e as dificuldades para que se mantenha em funcionamento são muitas.

Nesses casos, essa tecnologia aplicada à gestão hospitalar pode encontrar lacunas na administração e fazer com que a equipe gestora pense em uma solução de maneira mais focada, já que o problema foi identificado com base em dados sólidos da própria unidade hospitalar.

Para exemplificar o uso do big data no dia a dia de um hospital, podemos imaginar sua aplicação para melhorar o atendimento ao paciente. Após realizar uma análise do histórico de atendimentos da instituição, o software detecta perfis de comportamento baseados na idade, sexo, convênio e até faixas de horário. Em posse dessas informações, o gestor pode realocar leitos de acordo com a demanda, melhorando a  taxa de ocupação hospitalar e identificando inclusive possíveis sazonalidades. Essa é apenas uma explicação simples do uso da solução, que integrada ao sistema de gestão hospitalar, tem o potencial de ser o braço direito da gestão.

O setor de saúde já aderiu diversas tecnologias voltadas à gestão ao longo de sua história recente. Hoje, podemos afirmar que os sistemas de gestão hospitalar são comuns nessas instituições e que os profissionais da área já reconheceram sua importância para um atendimento mais ágil, humanizado e eficiente.

As novas tecnologias, como o big data, chegam somente para completar esse quadro em constante evolução, mas com um objetivo que não muda: prestar uma assistência médica de qualidade às pessoas.

*Paula Usier - Gerente de Marketing da Wareline - empresa especializada em desenvolvimento de sistemas de informação hospitalar

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