As fábricas do século XXI: inovação e sustentabilidade na era das máquinas inteligentes e da Internet

* Por Fabiana Schiavetto Maciel

 Um ambiente barulhento, abafado, escuro e cheio de graxa. Essa é a imagem que muitos têm em relação às indústrias. Mas,
Fabiana Maciel
esse modelo de produção industrial está com os dias contados, quando se pensa em uma revolução silenciosa chamada indústria 4.0 ou indústria inteligente, conceito surgido em 2011, na Feira de Hannover, na Alemanha.

O capital de investimento necessário para possibilitar uma fabricação com pouca mão de obra, uma das principais características da indústria 4.0, vai se tornar o fator decisivo da nova era da produção industrial. As fábricas vêm se tornando cada vez mais automatizadas e eficientes, em uma mudança vai muito além da influência nos processos de produção. A indústria inteligente chega para mudar a maneira de trabalhar e de se relacionar da empresa com seus colaboradores, clientes e fornecedores.

A Quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0 – século XXI

Inaugurando a era da indústria 4.0, ainda em transição, temos a internet como protagonista associada aos sistemas de big data. Utilizada inicialmente como pivô de comunicação entre as pessoas entre si e entre pessoas e máquinas, hoje ela adapta seus protocolos e permite que máquinas conversem com máquinas sem nenhuma intervenção humana neste processo.

Se antes os equipamentos só eram programados para obedecer as ordens enviadas por um software, a partir de agora eles também emitirão informações sobre seu próprio ciclo de vida por meio de sensores inteligentes. Tudo isso de forma interconectada em um banco de dados único.

Essa já é a realidade das fábricas do futuro que oferecem ambientes de manufatura cada vez mais flexíveis, sustentáveis e adaptados às necessidades dinâmicas de cada segmento. E se as empresas têm vantagens com esse modelo, os consumidores também se beneficiam dessa flexibilidade que é traduzida em produtos cada vez mais customizados.

Quem manda ainda é o cliente

Na indústria 4.0, o conceito de ter o cliente como foco permanece e ganha novos alcances, à medida que os produtos serão realmente personalizados para necessidades individuais. Estamos falando de fábricas não apenas conectadas entre si, mas também conectadas ao cliente.

Gradativamente, todos nós viveremos experiências como essa, pois estamos apenas no estágio inicial de uma mudança profunda que integra o mundo físico ao mundo virtual – a Internet das Coisas.

Internet das Coisas ou Internet of Things (IoT)

Esse é o termo utilizado para a revolução tecnológica que amplia a autonomia das coisas por meio da internet. São automóveis, eletrodomésticos, equipamentos - como o Google Glass - e máquinas, conectados à rede e realizando diversas ações autonomamente, de acordo com uma variação incrível de programações.

O resultado disso? A IoT industrial tem a capacidade de incrementar significativamente a produtividade e a competitividade das economias, ou seja, é o futuro da manufatura moderna.

Os benefícios de uma indústria 4.0 na prática

A energia elétrica representa um dos mais altos custos do processo operacional e será ao mesmo tempo uma das maiores reduções da indústria moderna, que busca, cada vez mais, eficiência e sustentabilidade. Como um todo, haverá a redução de custos operacionais e erros humanos. Haverá o aumento da segurança, da conservação ambiental e o fim do desperdício. Na comunicação, maior transparência nos negócios e melhor atendimento das demandas dos clientes com impactos, inclusive, na geração de novas receitas. Para o cliente, as empresas poderão oferecer uma personalização e escala de produção.

A Internet das Coisas no Brasil

A resposta não é matemática, e sim financeira, já que o capital de investimento necessário para possibilitar uma fabricação com pouca mão de obra humana vai se tornar o fator decisivo da produção desta nova era.

Uma pesquisa feita pela Accenture - em 2015 - com mais de 1.4 mil líderes de empresas globais, sobre planos e investimentos em Internet das Coisas, revelou que as expectativas são arrojadas, mas apenas 7% dos entrevistados têm estratégias definidas para IoT.

Trata-se de algo grandioso e que requer altos investimentos. Portanto, este seria o fator número um para que a chegada da indústria 4.0 ainda não tenha alcançado solo brasileiro. Some a isto a imprevisibilidade dos prazos e da metodologia de implementação. Por fim, considere o atual cenário de incertezas e dificuldades, que torna esse desafio ainda mais difícil.

É preciso unir forças para conquistar o apoio e o comprometimento de outras empresas, do governo e de instituições acadêmicas e de pesquisa. Sem contar a necessidade de uma capacitação especializada de engenheiros, gestores e profissionais técnicos em geral a respeito das novas tecnologias.

* Fabiana Schiavetto Maciel é Relações Públicas com MBA em Gestão de Comunicação e Marketing e atua como Coordenadora de Marketing / Especialista em Marketing Industrial na Klüber Lubrication South America.

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