Por Rogério Tomirotti
O conceito de trabalhar em rede se tornou realidade na década de 40 e, com a criação da ARPANET na década de 60, utilizando com circuitos de 50 Kbps que interligavam três univercidades dos Estados Unidos, observamos o desenvolvimento de tecnologias e equipamentos (hardware, software e protocolos) que, aos poucos, popularizaram o conceito de rede corporativa, deixando de ser um privilégio apenas das grandes corporações.
Vivemos um momento de transição, de quebra de paradigma em tecnologia de redes de dados. Novos conceitos e novas tecnologias estão transformando os ambientes de rede corporativas e também das service providers. Podemos citar, por exemplo, o SPB (Shortest Path Bridging – IEEE 802.1aq) que é considerado como a nova geração de virtual LAN para Cloud Computing.
Novas arquiteturas, como o VENA Fabric Connect (Virtual Enterprise Network Architecture), viabilizam o conceito de entrega de recursos e serviços para os usuários ao invés de disponibilizar acesso físico à rede. Isto significa que o colaborador sempre terá acesso às suas aplicações, aquivos e recursos independente da localidade ou meio de acesso à rede.
Fisicamente é um conceito de redundância looping free onde os componentes trabalham no modo ativo-ativo. Se um dos pontos sofrer alguma interrupção, a convergência é feita em milésimos de segundo. Mas para os usuários que utilizam essa estrutura com múltiplos caminhos, a percepção será sempre a de um caminho único, mais curto e eficiente.
Deixando a parte técnica de lado, você pode se perguntar como isso contribui para melhorar a vantagem competitiva dos negócios. Pense em duas empresas concorrentes disputando um importante projeto, o cliente fica em uma localidade remota, onde ambos concorrentes têm escritórios.
Após uma reunião com o cliente, o colaborador da empresa A e o colaborador da empresa B vão para seus respectivos Branch Offices. O colaborador da empresa A acessa a rede pelo escritório remoto, usando um computador local, para obter informações contidas em um servidor na matriz. Mas a rede da filial, por questões de segurança, tem restrições de acesso a alguns servidores. Para obter acesso ao servidor da matriz, é necessário abrir um chamado de autorização no TI que, baseado em um acordo de nível de serviço (SLA) pode demorar horas ou até dias para que o pedido seja atendido. A empresa pode perder o negócio por possuir processos internos ineficientes.
Enquanto isso, o colaborador da empresa B - seu concorrente - chega à filial, faz login em um computador e automaticamente sua rede local é disponibilizada, com todas as permissões de acesso inerentes a este usuário. Ele acessa as informações necessárias e, em uma hora, conclui a proposta e envia ao cliente. Acesso simples e rápido, sem a necessidade de intervenção humana.
Enquanto a empresa A tem sua infraestrutura de rede baseada em conceitos de conexão física - concebidos há mais de 50 anos - a empresa B faz uso da virtualização da rede, que não se limita somente em disponibilizar um ponto de acesso, mas passa a entregar dinamicamente recursos e serviços para cada colaborador de acordo com regras pré-estabelecidas independentemente da localização, meio de acesso ou dispositivo. Este cenário representa uma nuvem privada (private cloud) e faz parte do conceito IaaS (Infrastructure as a Service).
Agregando uma ferramenta Network Access Control - que permite, restringe ou bloqueia acesso à rede de acordo com políticas de segurança - e uma ferramenta de Orchestration - que centraliza as configurações e replica para os elementos de rede de acordo com a demanda - à tecnologia de virtualização, observamos significativa evolução nos processos de TI, uma vez que boa parte dos esforços para configurar ou reprogramar acesso, rotas, políticas, entre outras tarefas passam a ser automáticas em todos os equipamentos envolvidos, a partir do momento que um usuário faz o login, sendo removidas no momento do logout.
Com menos intervenção humana temos diminuição de falhas por erro de configuração e, por consequência, mais disponibilidade. Isso possibilita a TI redesenhar seus processos, tornando-se mais eficiente e mais próximo do negócio da empresa e, aproximando assim a empresa do cliente.
· Rogério Tomirotti, consultor de Professional Services para soluções de Networking e Unified Communcation