O Show da Tecnologia ao alcance de todos

Como forma de atender as necessidades da nova classe de colaboradores que se formou nas companhias nacionais e multinacionais, os trabalhadores da Informação, o ECMSHow 2010 previu uma grade de palestras eminentemente técnicas que tinham como objetivo não só informar mas também atualizar esta gama de profissionais no que existe de mais avançado no campo do Enterprise Content Management. 

Acompanhando as mudanças que a Tecnologia da Informação tem trazido e impulsionado como conseqüência das inovações tecnológicas no dia-a-dia das corporações, os mercados brasileiro e latino-americano têm seguido este ritmo em sintonia com o que está acontecendo no mundo.

Nas salas de Show Case, os participantes tiveram a oportunidade de vivenciar na prática os mais diferentes estudos de caso, implantação de projetos e desenvolvimento de ferramentas de ECM.

As exposições foram uma das principais atrações do evento, tanto pelos temas apresentados quanto pela grande procura do público.  Os palestrantes compartilharam com os participantes suas experiências, as novidades da área e as facilidades de um processo de ECM e Gerenciamento de conteúdos. Durante os dois dias se falou em processos, repositórios, padronização, colaboração, preservação de memória e funcionalidades das diversas etapas do ciclo de vida da informação, passando pela taxonomia e a gestão de conhecimento. Em algumas empresas, a área de gestão documental é uma prestadora de serviços para outras divisões da companhia, em alguns casos funciona inclusive como backoffice de algumas operações. A importância dada ao ECM está crescendo, mas ainda há muito que se fazer.  Os primeiros passos foram dados, o caminho das empresas brasileiras está certo, basta que continuem trilhando.

A Lexmark e a sua parceira Tecmach aproveitaram o showcase para apresentar pela primeira vez ao público brasileiro sua solução de ECM da Lexmark após a compra de Perceptive. A ferramenta faz toda a operação de tratamento e armazenamento de documentos. A palestra deu aos participantes uma visão das etapas de todo o ciclo de gerenciamento e  todas as facilidades da interface.

Segundo Wanda Rosalino, especialista em soluções da Lexmark, a Perceptive é uma das 10 maiores do mundo em ECM e, curiosamente não atuava no Brasil, mercado que está em crescimento. Para ela, o segmento nacional é mais interessante em comparação com o americano. Também em conjunto apresentaram um case da indústria farmacêutica que teve como resultados a impressão segura com retenção das atividades de impressão e cópias no servidor; liberação dos trabalhos em qualquer equipamento da rede após autenticação; fácil gerenciamento dos trabalhos no painel da impressora; interface intuitiva e ágil; e exclusão de trabalhos não recuperados em prazo definido. Segundo os palestrantes Nelson Marconi, gerente de Costumer Service da Tecmach, e Carlos Eduardo Dispinzieri, engenheiro de Sistemas da Lexmark e a empresa necessitava permitir a retenção de impressões e cópias; de sigilo e segurança dos trabalhos de impressão; reduzir o volume com cópias e impressões e evitar desperdício.

A interoperabilidade de repositórios de ECM foi o tema da apresentação de Jens Hubel, diretor de arquitetura de sistemas da OpenText e membro do comitê standard de Content Management Information Systems  (CMIS). Esse sistema estabelece padrões de alcance, acesso, aplicações e o futuro do ECM, fazendo com que todos os repositórios falem a mesma linguagem.  O CMIS também foi o tema da apresentação de Claudia Saleh, gerente de soluções da Alfresco e especializada em Interoperabilidade.

Hubel veio ao Brasil exclusivamente para o evento. “Fiquei impressionado com a quantidade de pessoas e a importância que deram ao evento e além de muito honrado em fazer parte do nascimento de uma iniciativa como essa”, disse. Segundo Roberto Sterling, consultor sênior de ECM da OpenText para a América Latina, o CMIS vai ser para o ECM o que o SQL foi para a base de dados.

Mas nem tudo no ECM está perfeito, para Carlyle Macedo,  gerente de soluções da Kodak, que apresentou o tema “Dados e Documentos:  Porque são tratados de forma desigual”, as empresas precisam ser exigentes.  Para ele, as companhias tratam de forma diferente dados e documentos. Para os fornecedores de plataformas de bancos de dados, os níveis de investimento em pessoas,  recursos e escolhas é muito grande, além do suporte e da padronização.

Para Macedo, o mesmo não se faz com fornecedores de ECM. Segundo ele, não há padronização e uma mesma empresa trabalha com vários repositórios com diferentes linguagens, o que dificulta a interoperabilidade. “É preciso haver um padrão, investir mais em ECM e as empresas precisam exigir mais de seus fornecedores”, afirma.

Facilidade, agilidade e inovação são buscas constantes do mercado. O principio do Cloud Computing foi o tema da apresentação de José Roberto de Lazari, CIO da SML e de João Alfredo Andrade Pimentel, diretor da Corpflex. Uma solução de ECM em nuvem permite deixar o processo de gestão de documentos mais ágil. A captura de documentos pode ser feita a partir de qualquer lugar do mundo a distância um clique.  Da mesma forma, o compartilhamento dos documentos, pesquisa e visualização podem ser feitos de qualquer local.

Segundo Lazari, essa é uma solução ideal para médias empresas, pois o investimento em tecnologia é praticamente nulo. Elas precisam  apenas de um computador e de acesso a internet. Isso porque o contrato prevê uma atualização de tecnologia a cada  quatro anos o que elimina grandes investimentos e a obsolecência do parque tecnológico.

Quanto à segurança, Lazari admite que ainda há alguma desconfiança, mas o compartilhamento pode ser feito por meio de uma rede privada (VPN,) garantindo a confidencialidade dos dados. “É a democratização do ECM, uma solução simples e de implementação imediata, com a inovação e segurança que as empresas precisam”, garante.

Mantendo a linha da Web 2.0 e os benefícios que ela pode trazer para os negócios, Renata Santiago, consultora, falou sobre a importância de saber se relacionar nas mídias sociais e na  rede  mundial de forma geral. Além de se  posicionar é preciso  saber apresentar-se para o seu público,  perceber suas necessidades e dar uma resposta positiva, garantindo, assim, sucesso. Ela ressaltou a importância de ser acessível e transparente, além de explicar as facilidades oferecidas pela ferramenta, que promova maior interatividade dentro da empresa, maior produtividade e ganho de tempo no atendimento aos clientes. Embora ela acredite que as coisas aqui no Brasil possam demorar um pouco para engrenar. Para a consultora, o brasileiro é muito comunicativo mas as relações de segurança são muito rígidas, entretanto diferente de outros países que são mais reservados, porém possuem relações de segurança mais flexíveis, facilitando os acessos à rede.

Todo o trabalho de ECM não seria possível se não houvesse uma forma de organizar e buscar os documentos. A Taxonomia, metodologia de indexação de conteúdo, ferramenta utilizada pelos princípios da biblioteconomia, é um importante fator do gerenciamento de conteúdo e informação. Somente a partir dela é possível estruturar os conteúdos por meio de metadados e ligações entre os termos mais utilizados em cada companhia, por exemplo. Segundo Gledson Silva,consultor e professor da TerraFórum, é preciso, no entanto, que haja uma padronização respeitando necessidades regionais, locais e globais.

As indexações devem fazer sentido, tanto para os usuários, quanto para os criadores de conteúdo. “É preciso estabelecer filtros para que se possa chegar mais rápido ao documento desejado”, afirma.  Silva, no entanto, se preocupa com o futuro do ECM, caso não haja uma padronização, já que muitas soluções de gerenciamento não permitem  customização de termos, o que torna a busca por documentos muito mais difícil.

Segundo Daniel Lázaro, líder de Information Management da Accenture para a América latina, o país tem um enorme potencial de crescimento a curto prazo nesta área, principalmente porque as médias empresas começam a investir em gestão de conteúdo. Em sua apresentação sobre a alta performance em gestão eletrônica de conteúdo, mas que  iniciativas de ECM  são importantes e não devem partir só da área  tecnologia, mas englobar todas as áreas da empresa. De acordo com  o executivo, no entanto, o investimento no gerenciamento de  informações precisa ser justificado e muitos dos decisores ainda não têm a visão do benefício dessas soluções. A busca corporativa do Retorno Sobre Investimento, o famoso ROI foi o tema de outra de suas palestras, já que a gestão de conteúdo  visa, além de outros benefícios, reduzir os custos de uma empresa, por isso, o investimento feito nessas ferramentas pode ser bastante rentável.

O diretor global de digital business solutions da Recall, Christian Vassalotti, fez uma apresentação especial, com o tema  “Como as empresas podem gerir a transição do documento em papel para o digital, implementar a automação de processos, implementar workflow e ao mesmo tempo aumentar sua eficiência e sua conformidade” . Como empresa global, a Recall tem uma vasta experiência no assunto e pôde discorrer com tranquilidade para um público ávido em obter novas informações sobre a gestão de conteúdo e a preservação da memória e do conhecimento das organizações.

A preservação também foi tema da apresentação de José Guilherme Junqueira, diretor de Pré-vendas, Produtos e Processos da Metrofile.  Para eficiência nessa área, segundo ele,  é preciso que se defina políticas de gestão documental que tenham como foco a preservação dos documentos e das informações tanto em formatos analógicos quanto digitais,  além da  garantia de sua disponibilidade, não só pela importância estratégica que possuem, mas também  para o fiel  cumprimento de normas legais e regulamentares, atendendo, dessa forma, os requisitos de compliance. Aliás esse foi o tema desenvolvido por Paulo E. Folkman, líder técnico de Enterprise Content Management para a América Latina da IBM.

No âmbito institucional e corporativo, compliance é o conjunto de disciplinas para fazer cumprir e atender as leis e regulamentares,  seguir as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da instituição ou empresa. Folkman lembrou que o compliance em ECM inclui também conteúdo digital que pode ter valor legal  e normas específicas nacionais e internacionais, as  quais as empresas globalizadas devem seguir.

Por isso é preciso criar uma estratégia que englobe várias solucões de ECM como repositório central para armazenamento do conteúdo não-estruturado que tenha segurança,  guarda e archiving integrados para e-mails e arquivos diversos, bem como soluções de classificação para separar o que é relativo a negócio ou não, e e-Discovery integrado, para busca e análise dos conteúdos. ‘’Somente a união destas soluções , trabalhando de forma integrada, e com uma boa equipe para implementar as melhores práticas para este contexto, é que a empresa estará aderente às normas”,  finalizou o executivo.

Algumas dessas práticas compõem os fundamentos em ECM  que foram explanados por Walter Koch , consultor e professor da certificação da AIIM no Guia Training. Em sua palestra abordou as estratégias, métodos e ferramentas utilizadas para capturar, gerenciar, armazenar, preservar e entregar conteúdo e documentos relacionados aos principais processos das organizações. Koch também falou sobre a importância das certificações na área  para os trabalhadores da informação.

Luiz Alfredo Santoyo , consultor e diretor da ABGD (Associação Brasileira de Gestão Documental) falou da importância do Records Management e do Records Information Management nas corporações. Segundo ele, o RM teve início em 1800 com a invenção dos arquivos físicos e de pastas suspensas. As coisas mudaram bastante de lá para cá. Hoje esse trabalho é terceirizado na maioria das corporações, uma vez que, as necessidades do mercado  exigem agilidade na recuperação da informação, multiacesso remoto, com bandas condizentes, utilização de todas as mídias de forma integrada, integração com softwares gerenciais e com técnicas de ECM, gestão completa  de processos documentais, o que  gera bases confiáveis de informação, contínua atualização tecnológica, segurança física, lógica e de acessos.

Wilton Tamane, consultor e diretor da CNC explicou como o Capture/Imaging pode impactar positivamente nos negócios. Segundo ele, em qualquer processo de negócios no qual documentos façam parte, e onde a forma e o tempo de acesso determinam a produtividade desses processos, as tecnologias de GED permitem um ganho de produtividade e redução de custos que justificam de uma forma muito clara, todo o investimento.

“SharePoint 2010 – Uma Visão Completa” foi o tema da palestra de David Kato, consultor da TerraForum e professor do Guia Training. Ele expôs sobre a contribuição que o uso dessa plataforma tem nas tarefas colaborativas baseadas em web. A nova versão da ferramenta traz novas funcionalidades e um desempenho maior, mas para se ter um bom projeto de Sharepoint  Conforme disse, para sua implantação são requisitos estratégia, governança, arquitetura de informação, taxonomia, arquitetos técnicos criativos e gestão de mudanças.

Na Prática

Um dos cases movimentados no showcase foi o da Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT). Com a implementação de uma ferramenta de ECM, a entidade conseguiu agilizar processos, reduzir custos, além de aumentar a participação de pessoas de fora do eixo Rio –São Paulo, na elaboração de normas técnicas.

Colaboração é a palavra chave da ABNT. Segundo o gerente de Tecnologia da Informação  da associação Nelson Al Assai Filho, toda empresa é uma rede social. No caso da entidade, foi possível animar a rede de colaboração com base nos documentos. Cada membro dos comitês dá a sua contribuição no desenvolvimento das normas, sem precisar se desclocar fisicamente e produzir conhecimento. “É preciso aproveitar o conhecimento de cada pessoa e  aliá-lo à tecnologia para termos mais agilidade.”, diz.

O Brasil tem hoje mais de 11 mil normas sendo estudadas e discutidas. Isso,  antes da ferramenta de ECM, era feito por e-mail e em reuniões dos comitês, o que gerava gastos com passagens de avião e estadias, segundo ele. A implementação e a adesão por parte dos técnicos foi muito rápida, em três anos, 90% dos comitês já estão integrados, o que permite maior controle dos processos com a utilização de workflow e relatórios. O último investimento da Associação foi em uma plataforma de web conference que possibilita que as reuniões sejam feitas pela web. “O ROI é imenso”, garante Assai.

Quando se fala em conhecimento, principalmente o corporativo, é preciso destacar também em gestão, para que não se perca o que há de mais importante dentro da companhia. O conhecimento é o único ativo que não entra no cálculo do ROI. Segundo Sergio Storch, consultor e diretor da Content Digital, a gestão do conhecimento se organiza em práticas. Uma delas é o ECM, as outras são as comunidades que reúnem pessoas interessadas em um mesmo tema. Mas para que não se perca o conhecimento construído, Storch afirma que é preciso a governança do conhecimento com papéis e atribuições definidas como em qualquer processo.

Para o especialista, a principal ferramenta para se construir conhecimento é a interação. Os responsáveis pela gestão devem  propiciar um ambiente em que haja socialização. “A melhor forma de aprender é conversando, uma vez que conhecimento é o que está na cabeça das pessoas”, explicou Storch. Quando esse conhecimento é externalizado, passa a ser informação e da forma como é aprendido passa a ser o conhecimento de outra pessoa.

Três segmentos da indústria mostraram como o ECM é benéfico para suas empresas e uma evolução em termos de políticas empresariais.  Em uma mesa redonda moderada por Luis Alfredo Santoyo, o Banco Santander, o Wal-Mart e a Johnson & Johnson nada tem em comum em suas operações, mas todos concordam que os conteúdos são organizados para serem usados na corporação. Para Ana Lúcia Maida, gerente de registros e informações da Johnson & Johnson, a área de gestão de conteúdo é responsável pela organização dos documentos, mas se os mantém sem acesso, está fadada ao fracasso.  Por isso, seu setor apoia todos os demais dentro da empresa.

No Santander, a gestão documental tornou-se uma prestadora de serviços dentro da própria empresa. Hoje, há uma facilidade enorme em encontrar documentos pedidos pelos clientes do banco. “Prestamos basicamente um serviço de backoffice para outras áreas do banco afirma Salvatore Clemente, gerente  executivo da área de Processamento Centralizado. 

O Wal-Mart, que incorporou a sua operação outras bandeiras, passou por um processo vigoroso de mudanças, com um mapeamento e padronização de todos os processos, além do desenvolvimento de palavras-chave que fossem comuns a todas as regiões, uma vez que a rede expandiu por todo o país. Segundo, Edson de Assis Guilherme, Control Manager e Asset Protection do Wal-Mart Brasil, como todo sistema de informação, o ECM precisa ser bem estruturado, os documentos devem estar indexados de forma correta para que não se percam, e apesar de toda a tecnologia, o capital humano ainda é o maior bem que uma empresa pode ter. Em outra mesa redonda empresas como Nextel e Ticket sob a moderação de José Guilherme Junqueira, se discutiram a gestão documental na visão das grandes corporações.

Em sua palestra, Irineu Granato, gerente de tecnologia da linha de negócios em GED/ECM da Montreal, integradora de soluções, mostrou como algumas empresas estão gerenciando sistemas tecnológicos para enfrentar o desafio de diferentes áreas de seus negócios. Os casos de sucesso da Gerdau e do McDonalds América Latina foram examinados pelo gerente.

Tanto para a gigante brasileira de siderurgia como para uma das maiores redes de fast food do mundo a dificuldade a ser superada estava no controle de notas fiscais. Devido à grande capilaridade na geração desses documentos em ambos os casos, à tarefa de controlar o fluxo de informações era agregado altos custos e riscos diversos. No caso da Gerdau, a central em Porto Alegre, recebia documentação de 150 pontos espalhados pelo Brasil. Já o McDonalds controlava de Buenos Aires (Argentina) documentos gerados por 18 centros em 13 países da America Latina, com o esforço de atender legislações diferentes.

Os sistemas implementados pela Montreal desenvolveram um workflow que não mais depende do transporte físico dos documentos. Cada um dos pontos geradores de notas fiscais foi equipado com plantas de digitalização. O sistema realiza, além das tarefas de digitalização, captura automática e alimentação do ERP,  tradução e compatibilização dessas informações, reduzindo custos e melhorando o desempenho e a velocidade da gestão. 

“O que grandes empresas como Gerdau e McDonalds estão mostrando ao mercado é que maiores níveis de competitividade não são alcançados sem aplicações robustas e flexíveis na área de gerenciamento eletrônico da informação. Há pouco tempo, pensávamos que essas aplicações serviam para melhorar a gestão de negócios. Hoje percebemos que elas são imprescindíveis”, comentou Granato.

O case da digitalização de processos no Supremo Tribunal de Justiça foi apresentado por Carlos Leonardo Pires, coordenador de TI do órgão. O projeto está em andamento há quase dois anos. Nesse período, cerca de 400 mil projetos já foram digitalizados por 500 pessoas envolvidas, dos quais, 250 deficientes auditivos. Um modelo de digitalização foi implantado nos tribunais de origem, integrando os órgãos do judiciário. Segundo Pires cerca de duas mil páginas são digitalizadas por dia e no mesmo período 20 processos são validados. Com isso, o tempo de distribuição do processo, que era de  100 dias (em papel) passou a ser de dois dias para os que são recebidos eletronicamente e seis dias para os digitalizados no STJ.

O sucesso do projeto do Supremo teve alguns fatores determinantes como patrocínio, determinação, envolvimento multidisciplinar e, principalmente gerencia de projetos. Em uma segunda palestra, sobre os trâmites legais pelos quais as documentações devem passar e a informatização dos recursos do STJ,  Pires ressaltou a importância de um órgão como este perceber a relevância da digitalização e afirma que este passo fez com que judiciário percebesse as possibilidades existentes na realização desta mudança.

A terceirização de processos de negócios de formalização de contratos no varejo foi o case apresentado por Pedro Alexandre Pedrassani Neto, que terceirizou toda a formalização de contratos e digitalização de documentos da Sul-Financeira com a P3 Image. Por meio de um portal os usuários acessam os documentos que são disponibilizados via web.  Hoje a P3Image faz a guarda gerenciada de mais de sete mil caixas, com mais de 550 mil contratos formalizados, além de cinco mil imagens armazenadas.

Maria Antonia Petrizzo, da Construtora Andrade Gutierrez apresentou um case sobre Gestão de conhecimento na indústria de construção, mercado em crescente expansão e que gera um um grande volume de documentos. Segundo Maria Antonia, a gestão de documentos  nessa área, precisa funcionar de maneira exemplar pois é o coração do negócio. Ela apresentou os caminhos que percorrem os documentos dentro da construtora, tanto físicos quanto de forma eletrônica, para exemplificar a simplicidade da segunda versão dos processos aplicados na companhia, e mais que isso, ressaltando a segurança oferecida na implantação de um sistema de gerenciamento de documentos. 

Cristiano Barbieri, CIO da SulAmérica Seguros e Previdência falou sobre como aumentar a agilidade, por meio da redução de  papel nos processos de sua empresa. Depois de mostrar a solução encontrada pela companhia e a implementação realizada pela P3Image, dividiu com os participantes alguns pontos de atenção que devem ser contemplados em um projeto de ECM.  Para o CIO, são três os pontos importantes em qualquer projeto, dessa natureza. O primeiro sigilo das informações – montar um plano que contemple o correto nível de segurança esperado entre as empresas.  Depois o SLA – a escolha de uma empresa com estrutura para garantir os SLAs combinados (principalmente na digitalização). E por último, sobre a armazenagem das imagens, cuidando para que se tenha uma real percepção sobre o custo e o número gigabites que tendem a  crescer muito mais que o número de negócios realizados .

A SmartGed apresentou as diferenças entre Captura Centralizada, Distribuída e Transacional. Daniel Dias Pinto, diretor da empresa e consultor em ECM, mostrou as vantagens e desvantagens de cada um desses sistemas de captura comparando tecnologias, tempo e custos entre elas e quais as melhores, ou piores, opções para que os participantes pudessem refletir sobre essas possibilidades de trabalho.

A Haztec, empresa especializada em gestão de resíduos e biogás,  apresentou seu case sobre “Mais Agilidade e Segurança no Controle de Projetos Simultâneos Utilizando BPM”  Christian de Freitas Alves discorreu sobre sucesso do projeto de BPM implementado pela Lab 245 Uma vez, definido o projeto, prazos e custos, todo o controle é feito diretamente no sistema web do workflow.  A data e hora quando a atividade é iniciada e o tempo gasto são diretamente computados pelo sistema.  Desta forma, o gerente de projeto está sempre atualizado de todo o desenvolvimento dos trabalhos e pode alocar mais profissionais à equipe mesmo estando eles em diferentes postos de trabalho.

Toda a documentação da execução do projeto e registros são anexados ao processo,  em cada etapa de conclusão das tarefas. Como resultado, todas as informações online são disponibilizadas. Os indicadores obtidos são: relatórios gráficos de prazo, atrasos, etapas críticas, custos previstos, custo real, análise por projeto ou global. 

Ferramentas

A Totvs apresentou o Business Process Management do byYou ECM para gestão de conteúdo, processos de negócios e análise de processos de negócios. A palestra, sob o tema Sociedade do Conhecimento- Case byYou ECM, apresentada pelo gestor de inovação e tecnologia da empresa, Vicente Goetten Jr.,   mostrou uma ferramenta que atua em todas as fases do ciclo da vida da gestão do conteúdo, desde a captura até a divulgação.

“É uma plataforma de tecnologia de gestão que tem como objetivo extinguir o papel”, afirmou. O byYou ECM  também foi lançado para as versões para iPad, iPhone e Android, além do analytics para BPM. E para que os participantes entendessem um pouco mais sobre Gestão de Processos de Negócios (BPM) e workflow, Marcelo Celebroni, consultor especializado em BPM da Celebroni e professor do Guia Training fez uma apresentação sobre o assunto. Segundo ele, o processo é um conjunto de atividades em seqüência lógica, que possuem entradas e saídas bem definidas e com objetivo previsível.  “A questão chave numa iniciativa de gestão organizacional, orientada por processos de negócio, não é saber se existem processos, mas mapear se existem oportunidades para redução de custos, melhoria da interface entre áreas, otimização da tomada de decisão, aumento dos resultados do negócio, etc., que só serão descobertas se o processo for conhecido”, explicou o consultor.

Denis Abrantes, gerente de produto da Oracle, fez uma apresentação sobre a solução para gestão de conteúdo da empresa - o Oracle Enterprise Manager, um software de gerenciamento de TI com abordagem que combina ferramentas para gerenciamento de aplicativos Oracle, incluindo as suítes Fusion Middleware e Banco de Dados.

Rogério Rodrigues, gerente de pré-vendas da LSK/Xerox demonstrou na teoria como funciona uma multifuncional inteligente. A máquina  pode ser usada  como estação de documentos.

Graças à plataforma de interface extensível  é possível obter uma nova gama de possibilidades de uso, que permite a criação de aplicações personalizadas que podem ser acessadas diretamente do painel do equipamento ou via web , dando mobilidade a seus usuários.

O Grupo Store, em uma palestra muito concorrida, apresentou no evento uma tecnologia revolucionária para a gestão da informação – o DNAPaper. A novidade, que quebra os paradigmas na gestão documental, foi apresentada pelo executivo de Negócios e Desenvolvimento da empresa, Flávio Oliveira.  A nova tecnologia possibilita que todas as etapas do gerenciamento (identificação, localização, autenticação e rastreamento), permite a atuação remota na camada mais interna do documento, possibilitando a gestão inédita em cada nível do conteúdo inserido no documento. 

Stefan Schimenes, responsável por projetos de inovação da Tecnoset realizou uma palestra bem humorada sobre o “Custo/Página = 0,00 – Se a página mais barata é aquela que não se imprime o que fazer com ela?”.

A empresa especialista em outsorcing de impressão tem algumas dicas eficientes, como enviar fax diretamente do microcomputador, imprimir duas ou mais páginas em uma só folha, ler e-mails, documentos e páginas da Internet na tela computador, e evitar que impressões sejam extraviadas ou esquecidas. Outras dicas importantes dizem respeito à configuração correta das páginas antes de imprimi-las, só utilizar a impressora colorida quando for realmente necessário, e ter bom senso ao definir a quantidade de cópias, além de imprimir apenas a(s) página(s) necessária(s), sempre utilizando o verso de páginas de rascunho para imprimir documentos que ainda não são a “última versão”. A principal dica é se perguntar antes de imprimir se há necessidade.  Segundo Schimenes na maioria das vezes a resposta será negativa.

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