Home office: as maneiras pelas quais o Coronavírus mudou para sempre a forma como trabalhamos

Home office: as maneiras pelas quais o Coronavírus mudou para sempre a forma como trabalhamos

A Pesquisa ABEINFO apontou o que muitos especialistas afirmam: o home office definitivamente se tornou rotina em grande parte das empresas, mudando permanentemente as relações de trabalho e a maneira como organizações lidam com a equipe.

Milhões de trabalhadores ao redor do mundo, inesperadamente no último mês de março, tornaram a sua própria residência na nova filial das empresas em que trabalham. Enquanto isso, companhias buscaram soluções em meio à disseminação do Covid-19 e aceleraram a criação de uma comunicação objetiva mesmo a distância.

Na pesquisa ABEINFO desta edição, 83,3% das empresas entrevistadas afirmaram que já adotavam o trabalho remoto ou passarão adotar ao menos 1 dia da semana, mas é consenso que algumas mudanças no modelo de trabalho serão permanentes.

A tecnologia remota já era bem desenvolvida, porém ainda existiam barreiras culturais e dúvidas sobre produtividade que impediam seu uso massivo. Esta percepção mudou “Já que os funcionários se mostraram bastantes pró-ativos trabalhando de casa, e muitas empresas puderam medir de maneira real os impactos positivos em produtividade”, avalia Maurício Suga, diretor de tecnologia da Logicalis.

Essa visão otimista é reforçada pelo VP da Digisystem, Cal Aguiar. “A transparência, engajamento e agilidade nas respostas fez com que a produtividade da equipe aumentasse durante este período. Nosso maior aprendizado, na verdade, uma constatação, pois sempre acreditamos na qualidade das entregas e não na quantidade de horas trabalhadas”, completa.

O momento trouxe a oportunidade às empresas que ainda não tinham adotado o trabalho remoto, e que se viram sem outra opção. “Isso mostrou que a questão cultural, em que o ambiente de escritório é prioridade, pode ser evoluída e que, com isso, é possível que os profissionais de diferentes áreas passem a trabalhar em um modelo home office, mantendo a  segurança e a produtividade”, ressalta o diretor de Soluções da VMWare, Rodrigo Mielke.

Trabalhadores: responsabilidades para um trabalho mais remoto
Se por um lado, gastar menos horas no trânsito e deslocamentos tornam o dia mais produtivo, por outro, a obrigação de definir e manter as rotinas do escritório sem o contato físico com a equipe forçou trabalhadores a terem autodisciplina e trouxe alguns problemas causados pelo distanciamento, que vão desde a desmotivação e até a solidão.

“O trabalhador também está passando por um processo de amadurecimento. Em um primeiro momento, o que se percebe é a dificuldade de separar o pessoal do corporativo“ recorda Maurício.

Para o Diretor, é necessário haver uma separação entre casa e trabalho por mais que esteja no mesmo ambiente físico. “À medida que ele começa a entender que essa situação é prejudicial tanto para o pessoal quanto para o corporativo, naturalmente ele começa a se adaptar”.

Para Rodrigo Mielke, é preciso garantir um equilíbrio  entre a vida profissional e a pessoal, separando os momentos em que a casa é o escritório e os que ela é o lar. “É muito comum, para aqueles que nunca tiveram a experiência do home office, trabalhar 12 a 13 horas direto, almoçar na frente do computador ou até mesmo esquecer de almoçar” alerta.

“Eu não acho necessário você colocar um terno ou vestido, um sapato, um traje mais formal para trabalhar da sua casa, mas é importante criar uma rotina. Acordar sempre no mesmo horário, tomar café da manhã, coisas básicas que você faria antes de sair de casa”, completa Rodrigo.

A tendência é de que haja ainda mais evoluções na adoção do home office, como funcionários e empresas em cidades distantes e escritórios fixos passem a exercer uma nova função. “Possibilita profissionais trabalhando de qualquer região e cidade, dando maior qualidade de vida para as pessoas e gerando uma inclusão social que propicia um desenvolvimento econômico e social das mais diversas regiões do país”, reforça Rodrigo. “Acredito que os escritórios deixam de ser um local de trabalho e passam a ter uma nova função como espaço de convivência para criação de espírito de equipe e identificação dos funcionários com a empresa”, encerra Maurício.

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