Implementação do Pix completa 1 ano; especialista fala sobre recordes e o que esperar diante da reconfiguração do sistema financeiro

Implementação do Pix completa 1 ano; especialista fala sobre recordes e o que esperar diante da reconfiguração do sistema financeiro

Na próxima terça-feira (16), o Pix, sistema de pagamento instantâneo lançado pelo Banco Central, completa seu primeiro ano e acumula recordes e paradigmas quebrados. Criado como uma opção para os que buscam por transferências bancárias instantâneas e gratuitas, disponíveis todos os dias da semana, a modalidade facilmente caiu no gosto dos brasileiros figurando entre os meios de pagamento preferidos, competindo diretamente com cartões de débito e dinheiro vivo.

Os números em torno da mais recente modalidade de pagamento são bastante expressivos e surpreendeu até os mais otimistas com a implementação. De acordo com dados do Banco Central, compilados em setembro deste ano, foram mais 330 milhões de chaves cadastradas e mais de R$ 1 bilhão em transações realizadas por pessoas físicas e jurídicas.

Para Caio Bretones, sócio fundador e CEO da Mobile2you, mobile-house que desenvolve aplicativos financeiros sob medida, o Pix foi o primeiro passo que de fato impulsionou e popularizou a reconfiguração do sistema financeiro no Brasil. O executivo ressalta que no início houve certa desconfiança, principalmente por parte dos consumidores, que não entendiam como a nova modalidade de pagamento iria funcionar, contudo, logo após o lançamento, o Pix caiu no gosto popular, precisando de apenas dois meses para superar TEDs e DOCs em volume de transações, segundo dados do Banco Central e da Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP).

"A meu ver, a economia gerada para os consumidores - visto que, diferente do Pix, as transferência TED e DOC geram custo quando realizadas para bancos diferentes - foi um dos principais atrativos para os usuários. É importante lembrarmos que a ferramenta foi lançada no auge da pandemia, quando a instabilidade financeira do país era, e ainda é, algo muito preocupante. Toda e qualquer forma de economizar é muito bem vinda", diz o especialista que nos últimos três anos criou mais de 50 bancos digitais para seus clientes.

O tempo é algo bastante valorizado quando se trata de transações financeiras, e o Pix supriu muito bem esta demanda ao disponibilizar seus serviços 24 horas por dia e sete dias por semana. Entretanto, como era de se esperar de uma ferramenta inovadora lançada há pouco tempo, o sistema ainda passa por ajustes, principalmente no que se refere à segurança. A facilidade em realizar pagamentos e transferências resultou em um aumento expressivo no número de golpes e sequestros, conforme apontado por autoridades estaduais.

Segundo Bretones, mesmo que haja ajustes a serem feitos para que a modalidade de pagamento funcione de forma ainda mais segura aos usuários, a implementação do Pix e de todas outras facilidades que surgiram neste intervalo, é um caminho sem volta e que dificilmente os bancos, as empresas e os clientes abririam mão da comodidade conhecida hoje. "O Pix é de extrema importância para a revolução nos meios de pagamento e, ao mesmo tempo, é apenas mais uma via dentro de uma grande rodovia que é o Open Finance, seguindo no caminho da inovação financeira, posicionando o Brasil entre os principais ecossistemas financeiros do mundo", destaca.

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