Consumerização avança, mas ainda precisa romper barreiras nas empresas brasileiras

Consumerização é a introdução dos dispositivos tecnológicos e aplicativos de consumo pessoal no ambiente de trabalho. Mas, na prática, até onde este tema já avançou? Sabe-se que na realidade as empresas ainda estão em processo de preparação para receber e, principalmente, gerenciar dispositivos móveis pessoais. Estudos mostram que atualmente os principais desafios dos CIOs são relacionados à Governança, Gerenciamento dos dispositivos móveis (MDM, na sigla em inglês) e Segurança.consumerização-da-TI

 

“Percebemos que na pauta dos CIOs, os investimentos rondam os três tópicos: governança, MDM e segurança, principalmente porque é de interesse das empresas estar bem preparada para o BYOD (Bring your own device, na sigla em inglês), já que este é um caminho sem volta” afirma Carlos Luzzi, diretor para o segmento corporativo da Intel no Brasil.

 

Se há 25 anos as empresas ditavam as tendências para a tecnologia, hoje é o consumidor que tem guiado o mercado. Dados de 2009 do Gartner já apontavam que os usuários ditos “comuns” consomem mais tecnologia do que os negócios. Seja em smartphones ou aplicativos, os usuários trazem para o ambiente de trabalho as redes sociais, os arquivos que ficam hospedados na nuvem e uma gama cada vez maior de dados que são utilizados no dia a dia da empresa.

 

Proibir não é uma escolha para os executivos, segundo Luzzi. “Estar o tempo todo conectado por meio de algum dispositivo pessoal é um fenômeno natural hoje em dia e que só vai aumentar, por isso é fundamental que as empresas encarem este desafio de trazê-los para dentro do negócio como vantagem competitiva em um futuro próximo” – esclarece o executivo da Intel.

 

Para a Intel, a definição de consumerização está mais ligada em como experiências proporcionadas pela aplicação da tecnologia se refletem no usuário, seja por meio do hardware, software, ou no consumo de serviços, e como elas estão afetando a tecnologia que os funcionários esperam usar no ambiente de trabalho. Além dos novos dispositivos, as novas soluções (especialmente em áreas que exigem colaboração) estão mudando a forma que as pessoas se relacionam no trabalho e fora dele – neste caso, não só as novas tecnologias têm peso; a nova geração que chega ao mercado tem sua parcela de efeito nesta mudança.

 

“A verdade é que a atual geração Y que chega agora ao mercado de trabalho traz uma nova maneira de se relacionar, muito mais aberta e colaborativa, baseando-se em ferramentas interativas e redes sociais”, enfatiza Luzzi. Para eles é natural usar Facebook, Twitter, Skype e outras ferramentas no dia a dia da empresa.

 

Pensando em infraestrutura

 

De nada adianta incentivar a consumerização, BYOD ou CYOD (Choose your own device, na sigla em inglês) se o negócio não estiver bem preparado para enfrentar os desafios que virão de carona com os dispositivos.

 

Antes de mais nada é fundamental alinhar a consumerização com estratégias mais amplas do negócio; medir os riscos, e neste caso envolver diversas áreas da empresa, como Recursos Humanos, Operações, Jurídico e Finanças; além de documentar claramente as políticas de governança e uso dos dispositivos móveis. São alguns dos must-do durante o planejamento.

 

“A preparação para receber os dispositivos móveis pessoais é talvez a tarefa mais difícil dos executivos de TI”, destaca Luzzi. “Responder questões como quem paga pelos planos de internet/telefonia e quanto, quem paga em caso de roubo ou furto, quais aplicativos serão permitidos, o usuário aceitaria ter as informações criptografadas, devem estar na lista dos CIOs”, conclui o executivo.

 

Em termos de infraestrutura, a Intel destaca que é preciso pensar em investimento em serviços como MDM e software de segurança, solução de e-mail mobile, virtualização do cliente (permitindo assim usar diferentes perfis no mesmo dispositivo) e infraestrutura de datacenter – nuvem privada e pública, e virtualização que possibilite expansão de dados e usabilidade.

 

Preparando a implementação

 

Depois de preparar o terreno para receber os dispositivos móveis pessoais, surgem as etapas exigidas na implementação. Para a Intel, o primeiro passo é garantir que o usuário aceitará contratualmente as condições de BYOD, de preferência focando inicialmente em aplicações para os e-mails corporativos. Para os funcionários que lidam com informações confidenciais do negócio, o ideal é continuar oferecendo a eles dispositivos móveis corporativos. A empresa deve considerar dispositivos móveis de todos os tipos de dispositivos e mídia, não somente smartphones e tablets.

 

Ao olhar para dentro do próprio negócio, a Intel identificou que o uso de dispositivos móveis reduziu o TCO (Total Cost Ownership, da sigla em inglês) – gastos com hardware e software - em 67% em 11 anos. Dos 80% de funcionários que utilizam mobilidade, 97% se disseram satisfeitos destacando maior produtividade como principal benefício.

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