Conforme o mundo dos negócios evolui, os CIOs (Chief Information Officers) podem – e devem – atualizar as perspectivas defasadas que os demais executivos mantêm sobre seu papel. Isso é o que aponta o estudo DNA of the CIO, realizado pela Ernst & Young. A pesquisa, feita com 301 profissionais sêniores de empresas com base na Europa, América do Norte, Ásia, América Latina, Austrália e África do Sul, traça o perfil dos líderes da área, abordando expectativas, desafios e habilidades necessárias para os que ocupam o cargo.
Uma das conclusões é que os CIOs precisam mudar a relação com outros C-level. Enquanto 60% dos gerentes de TI dizem agregar valor na definição de estratégias corporativas, apenas 35% de seus colegas C-level concordam. Com isso, somente 43% dos CIOs afirmam estar envolvidos em profundidade nos processos decisórios das corporações. Segundo o estudo, 38% dos entrevistados apontam a falta de apoio de outros executivos como um obstáculo. Muitos líderes mantêm as discussões em torno dos orçamentos de TI, impedindo um diálogo amplo sobre o valor da tecnologia para o sucesso das empresas.
O papel central que a tecnologia desempenhou nos segmentos da indústria e nos negócios nas últimas duas décadas enfatiza o tamanho da oportunidade aberta para os CIOs. Os CEOs claramente necessitam de “co-pilotos” que combinem conhecimento em tecnologia com habilidade para os negócios. No entanto, poucos CIOs são considerados de fato membros da equipe executiva.
“Para que os CIOs se mantenham relevantes em um cenário tecnológico em evolução, eles precisarão sair da zona de conforto. Aqueles que não o fizerem correrão o risco de serem rebaixados na hierarquiacorporativa, ou deixados de lado”, afirma Elizabete Waller, sócia de Consultoria da área de Tecnologia da Ernst & Young Terco.
Garantindo um lugar no C-level
Se os CIOs forem realmente investir no potencial de suas funções, e no potencial da TI para os negócios, eles terão que trabalhar duro para garantir seu lugar no C-level. Menos da metade (48%) dos executivos C-level afirmam que os CIOs progrediram nos últimos anos em relação a vários aspectos, desde a inovação de produtos até ao apoio na agilidade operacional da companhia.
Ainda de acordo com o estudo, 38% dos CIOs entrevistados relatam falta de apoio da equipe de liderança executiva como o principal obstáculo, particularmente em empresas de alto faturamento (acima de US$ 1 bilhão), onde o índice foi de 46%. Os CIOs admitem que será difícil mudar a percepção de que sua função refere-se somente ao controle de custos, mas isso será um pré-requisito para a reinvenção da função de CIO, e da TI, para um papel mais amplo e estratégico nos negócios no futuro.
Mais do que orçamentos de TI
Anteriormente, os líderes de TI não fizeram o suficiente para construir relações de longo prazo com outras áreas que poderiam ajudar nas mudanças. Com o histórico da TI como uma função de controle de custos, os CIOs têm uma relação mais próxima com os CFOs. Mas os CIOs reconhecem que incluir o CEO e outros líderes nas questões, pode elevar a discussão sobre o valor da TI e seu papel crucial nos negócios.
“Os CIOs do futuro precisarão mostrar, de forma proativa, como a TI pode ser usada para a inovação nos negócios, e não apenas como uma função de apoio. Naturalmente, parte disso será garantir o suporte a um projeto específico, que possa causar impacto na operação. Uma vez que os executivos começarem a ver os líderes de TI como pessoas que podem transformar a forma como os negócios são feitos, as percepções podem ser mudadas rapidamente. Isso ficará especialmente claro em relação às transformações no modelo de operação de negócios que trouxerem crescimento de alto nível”, conclui Elizabete Waller.