Big data na manufatura: uma bússola para o crescimento

*Por Lisandro Scuitto

Os dados têm sido a força motriz essencial da manufatura, promovem melhorias na eficiência e reduções nos resíduos e LisandroSciuttoInfor
aumentam a margem de lucro. Mas hoje uma nova geração de análises de dados está dominando o setor e dando uma nova dimensão para o valor das avaliações de tendências e pesquisas. Agora, os dados não são mais usados para relatar atividades passadas, ao contrário, ajudam os fabricantes a prever eventos futuros, antecipar riscos, compreender sua cadeia de valor estendida e aprimorar a experiência do cliente. Os dados evoluíram e hoje têm capacidades multidimensionais e horizontes mais amplos – e são como uma bússola, apontando o caminho para o crescimento da indústria.

O que os fabricantes podem fazer com todos esses dados?  Dentro desse novo paradigma de dados da manufatura, o foco não é na elaboração de relatórios sobre eventos passados, pois hoje os dados também são usados para prever tendências e antecipar necessidades, e nesse sentido, o big data é a porta de entrada para o futuro.

Os fabricantes, certamente, entendem o valor dos recursos preditivos, e antecipar tendências de consumo, estocar o necessário e manter recursos adequados para satisfazer os pedidos dos clientes têm sido prioridades absolutas para a indústria há décadas. À medida que a velocidade de entrega e as estratégias de estoque "just-in-time" ganharam importância, a capacidade de prever necessidades com precisão também cresceu. Os fabricantes aprenderam - às vezes da maneira mais difícil - a importância de escolher os fatores de influência corretos ou a sua combinação certa, pois utilizar só uma fonte de dados ao tentar prever o futuro raramente é suficiente.

Hoje, a análise preditiva tornou-se uma ciência e uma ferramenta valiosa para os fabricantes, transformando dados coletados de diversas fontes em um modelo para futuras ações, e as soluções modernas de inteligência empresarial têm a capacidade de projetar tendências com um alto grau de precisão. No entanto, como em qualquer iniciativa de dados, o resultado depende do tipo de dados coletados, por isso, é preciso ter cuidado ao escolher fontes de dados confiáveis e continuar a filtrar os fatores de influência. Eles devem ter em mente que recursos preditivos oferecem muitos benefícios, como o recrutamento de funcionários mais preparados, o melhor planejamento dos níveis de estoque de matérias-primas e uma compreensão exata do ciclo de vida do produto.

Antecipar as tendências de consumo também gera uma vantagem competitiva inicial indispensável, permitindo que o fabricante ágil seja o primeiro a comercializar uma inovação de produto ou o primeiro a introduzir um conceito inovador para um nicho de mercado emergente. As empresas que se destacam geralmente dominam o mercado, e a inovação de produto bem sucedida depende muito de uma leitura precisa das preferências e necessidades do mercado. Por isso, cabe aos engenheiros de projeto entender o desconforto do consumidor e determinar o valor potencial dos novos produtos e ajudar a priorizar a alocação das verbas em P&D – o big data torna isso possível.

Como os megadados podem impulsionar o crescimento? Como podem gerar um retorno significativo sobre o investimento (ROI) e levar ao aumento da produção? Estas são as perguntas que os fabricantes devem responder, se quiserem aproveitar ao máximo o potencial do big data.

Os megadados funcionam como uma bússola , mas não irão gerar mais vendas e trazer mais clientes num passe de mágica. A coleta de dados, a partir de máquinas com a Internet das Coisas (IoT) ou de clientes por portais on-line não são a última parte do processo. Esses dados devem ser transformados em ações. Esse é o passo que exige uma atenção especial aos detalhes e uma profunda compreensão da relevância dos dados, e é onde muitos fabricantes falham em suas iniciativas com megadados.

No entanto, com uma análise cuidadosa os dados podem ser usados para identificar, analisar e fomentar oportunidades de crescimento, ajudando os fabricantes a identificar novas regiões geográficas alvo para expandir em nichos/micro mercados. Assim, é possível a entrar em contato com uma base de clientes,  conhecê-los melhor, inovar,  aprimorar o ciclo de vida do produto,  aumentar o valor agregado e, consequentemente, as  margens de lucro.

 

* Por Lisandro Scuitto é Diretor de Produto para a Infor LATAM

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