Por Kerry Grimes, chefe de parceiros globais da AVEVA
Em meio a um cenário de incerteza econômica global e aceleração das mudanças tecnológicas, os próximos meses apresentam desafios, mas também oportunidades, para as indústrias manufatureiras.
Os proprietários de fábricas, que enfrentaram ventos contrários desde o início da pandemia, tiveram que se adaptar a tumulto triplo: cadeias de suprimentos interrompidas, aumento dos custos inflacionados e trabalho remoto.
Neste contexto, prevejo que este ano dará início a tendências de tecnologia industrial centradas em aproveitar as oportunidades de modelos de operações globais em rápida mudança.
Mobilidade
Este será um tema crítico em 2023. Passada a pandemia, as empresas seguem trabalhando de forma diferente, ao permitir que os funcionários fiquem em casa. Armados com a tecnologia certa, essas organizações poderão, cada vez mais, operar fábricas com menos pessoas no chão de fábrica.
Tanto gerentes como operários poderão monitorar, progressiva e remotamente, o que está acontecendo na fábrica, por meio de interfaces homem-máquina externas avançadas para controlar as operações da planta.
Para tanto, aplicativos como o Edge da AVEVA, agora funcionam a partir de praticamente qualquer dispositivo. Disponíveis na Web em versões para Windows e Linux, permitem monitorar e controlar aplicativos SCADA ou HMI ricamente ilustrados a partir de smartphones, tablets e PCs.
Evolução da HMI
À medida que o trabalho remoto se torna a norma, a HMI e a SCADA se tornarão mais ricas e capazes de exibir pontos de dados cada vez mais inspiradores, para ajudar a transformar e otimizar as operações da planta. A HMI avançada se tornará um poderoso diferencial na produtividade e na otimização da planta.
Eficiência
Condições econômicas difíceis, como instabilidades políticas regionais, picos inflacionários e flutuações cambiais, continuarão a representar desafios para os proprietários de fábricas e parceiros de canal. Mas as organizações agora podem recorrer a processos e tecnologia ultra eficientes a fim de garantirem que suas operações estejam voltadas para a redução de custos, agilidade e sustentabilidade.
Realizar negócios na economia global de hoje exige uma abordagem flexível e ágil, na qual o software deve ser usado para potencializar os efeitos e garantir que os recursos estejam bem alocados, o desperdício seja minimizado, e a previsão, otimizada.
Nos próximos anos, as fábricas voltadas para o futuro investirão em operações digitais flexíveis de ponta a ponta, para entregar valor, inovação e redução de custos em um mercado competitivo.
Software como Serviço (SaaS) e assinaturas
Para sobreviver e prosperar no mercado flutuante de hoje, as empresas vão comprar assinaturas de pacotes de software econômicas ou contratar software como serviço (SaaS) para garantir o acesso à tecnologia mais recente e dentro do orçamento.
Por meio de modelos de assinatura, os clientes podem adquirir e escalar toda uma gama de soluções tecnológicas emergentes, à medida que seus negócios evoluem ao longo do tempo. Isso significa que eles podem reduzir seu investimento inicial em tecnologias industriais, diminuir o tempo de implantação e aumentar o retorno total ao longo do tempo, reagindo mais rapidamente às oportunidades de mercado.
Dessa maneira, a flexibilidade nos gastos e a realocação do investimento estarão constantemente alinhadas às mudanças no ambiente de negócios e na produção das empresas.
É possível que, nos próximos anos, a venda de equipamentos seja substituída pelo aluguel ou pelo pagamento pelo uso, em linha, por exemplo, como o modelo de negócios da indústria de ar condicionado evoluiu. Se antes elas costumavam vender unidades físicas de ar condicionado, oferecem agora serviços que assegurem a temperatura desejada em todos os momentos.
Eu prevejo que as fabricantes de máquinas venderão às plantas o equipamento e o serviço ao mesmo tempo, e que serão medidas pelo nível de serviço oferecido.
Modelos de vendas em evolução
As cadeias de suprimentos bem-sucedidas de hoje são alimentadas por operações ágeis, eficientes e sustentáveis. Essa tendência abrirá um mercado crescente para modelos de assinatura para promover a resiliência organizacional, além de permitir que os parceiros de canal façam a transição para modelos de receita recorrentes.
Esse novo, e em evolução, modelo de vendas exigirá um nível maior de proximidade com o cliente na forma de Gerenciamento Contínuo do Sucesso do Cliente (CSM - Customer Success Management), o que significa que os parceiros industriais de canal precisarão melhorar seus recursos de engajamento e ações de venda.
Tal movimento interromperá os fluxos de caixa habituais e exigirá investimento no curto prazo. No entanto, a longo prazo, os parceiros e os clientes verão um aumento sustentado do crescimento da receita, e uma maior valorização do negócio de parceiros.
Parceiros prosperarão se forem capazes de combinar, com sucesso, clientes e ofertas comerciais com sua visão organizacional.
Os parceiros de canal vencedores são os que entendem que as necessidades de um cliente estão em constante evolução, agora e no futuro. E os mais bem-sucedidos crescerão com eles, antecipando e atendendo às suas necessidades, em um mundo de inovação em constante mudança.
A nova economia requer uma abordagem fundamentalmente diferente para o ciclo de vendas e posiciona o parceiro como um membro colaborativo de uma equipe que pode enfrentar desafios imediatos e ajudar os clientes a obter o máximo de suas implantações de tecnologia.
