Insights analíticos em um piscar de olhos

*Por Rodrigo Africani

Uma pessoa adulta pisca, em média, 24 vezes por minuto, fechando os olhos por cerca de 50 milésimos de segundo antes de adnews-19694255071405348117b02d1bbbe81b4416fc95b96d086b8a3487bc05c61cada piscada. Durante esse tempo estamos totalmente cegos. Pode parecer pouco, mas para a análise de dados, definitivamente não é.

 

Em menos de um milésimo de segundo, milhares de dados são gerados a partir de diversas fontes de informação, o que representa um dos ativos mais valiosos das empresas. Esses dados são provenientes de dezenas de bilhões de dispositivos conectados à Internet das Coisas, redes sociais e até aqueles gerados dentro dos departamentos das empresas.

 

Lidar com esse volume massivo de dados tem dado luz às tecnologias mais abrangentes para a captura de dados. Com esse intuito, os softwares de Event Stream Processing (ESP), ou Processamento de Dados em Tempo Real, popularizaram-se rapidamente nos últimos anos.

 

Com o ESP, todos os dados gerados por dezenas de milhares de eventos são analisados ainda em movimento, antes de serem armazenadas, com tempo de resposta praticamente imediato e sem interferir na velocidade do processamento. É como se ter uma mangueira jorrando continuamente, analisando cada partícula de água em movimento, sem a necessidade de filtros e captando as informações que importam para tomar decisões rápidas.

 

Trata-se de uma necessidade crescente no mercado brasileiro, especialmente o de varejo, que começa a acompanhar a velocidade de negócios, já adotada em outras áreas, como de telecomunicações e financeiro.

 

Em questão de competitividade para o setor de varejo, as ferramentas de Streaming ainda não ganharam destaque, pois os pioneiros no país são os grandes hipermercados, mas muitos possuindo a tecnologia sem saber utilizá-la com o devido potencial. Isso porque o próprio perfil do consumidor brasileiro ainda é de propensão à escolha por preço e não pela experiência da compra. Mas como fica em termos de potencial?

 

Com cada varejista são milhares e até milhões de consumidores, com necessidades e desejos particulares, buscando um atendimento diferenciado que, tradicionalmente, não recebe grandes investimentos em TI. E o mapeamento do histórico de compras e hábitos dos clientes podem oferecer insights valiosos para prever e oferecer produtos a eles, antes mesmo que percebam que estão precisando.

 

Nos Estados Unidos, a Macy’s Inc., um dos varejistas mais conhecidos do país, com receita anual acima de US$ 20 bilhões, possui uma base de clientes fidelizados nas lojas físicas e online. Para continuar esse legado em um mercado altamente competitivo, a Macy’s utilizou o SAS® Enterprise Miner™ para identificar as características dos clientes de e-commerce e reagir rapidamente com atividades de marketing. Com essa adoção, diminuiu em cerca de 20% o cancelamento de inscrições via e-mail e alcançou uma economia de US$ 500.000 ao ano, reduzindo o tempo de análise.

 

Portanto, o maior gargalo do varejo ainda é a evolução em vendas específicas para cliente, identificando as necessidades e hábitos do cliente e, principalmente, reagir rapidamente a eles. As vendas sem base deixarão de existir e o mercado tende a focar mais nos clientes. Enquanto as apostas de marketing forem tradicionais, dificilmente as varejistas acompanharão a tendência mundial na assertividade e na velocidade que os negócios estão demandando – mais rápido que um piscar de olhos.

*Rodrigo Africani, especialista em Data Management do SAS América Latina

Share This Post

Post Comment