*Por Maurício Lima
O cenário macroeconômico de 2016 é ainda mais crítico que o do ano passado, agravado por uma séria crise política e de legitimidade do atual governo, o que desestabiliza ainda mais o mercado e se reflete no humor de todo o empresariado brasileiro. Além de baixo crescimento, inflação em alta, aumento do desemprego e uma estrutura de governo com gastos administrativos elevadíssimos, com reflexo nas contas do país, soma-se a esses fatores a indefinição dos rumos políticos do país e as alternativas viáveis para que o Brasil saia do atual imbróglio institucional.
Diante de tantos desafios, fica a pergunta: como o empresário vai conseguir sobreviver a 2016? É certo que o caminho será tortuoso e o impulso para o sucesso não virá do ambiente externo. Assim, seguem algumas das lições mais valiosas que aprendemos investindo e trabalhando com empresários de muito sucesso em mais de 30 negócios ao longo dos anos:
Prepare-se para o pior: Trabalhe firme no dia a dia para superar a crise, mas considere em seu planejamento o pior cenário possível. Só assim você será capaz de fazer os ajustes necessários. Assim, você estará psicologicamente preparado para atravessar a crise.
Arrume a casa: É hora de olhar para dentro, pois é impossível prever quando se dará uma retomada macroeconômica. Não espere a crise passar para então organizar sua empresa. Reveja processos, mapeie indicadores financeiros e de desempenho, analise pontos de melhoria e o que é possível fazer para cortar gastos e estimular a produtividade. Lembre-se, se quer uma empresa sólida deverá contar com carteira pulverizada, receita recorrente e contratos de longo prazo.
Atenção redobrada com a satisfação do cliente: O momento é delicado e todos estão pressionados para reduzir custos. Seus concorrentes muitas vezes não fazem a conta e estão dispostos a fazer qualquer preço para gerar alguma receita. Não deixe que seu cliente ponha em dúvida o valor da sua oferta. Mostre-se mais do que nunca parceiro, renegocie contratos, aproxime-se de clientes estratégicos, personalize ao máximo seu atendimento. Os tempos pedem esforço redobrado com a satisfação dos clientes.
Disciplina e comprometimento: Parece básico, mas muitos negócios e empresários carecem dessas habilidades. A empresa tem um plano de negócios definido? Qual o faturamento que se pretende atingir no curto, médio e longo prazo? As metas são perseguidas e acompanhadas sistematicamente? Prove que sua empresa foi construída para durar, rentável para os sócios, os funcionários e o país.
Mais dinheiro é melhor que menos dinheiro: Outro ponto que parece básico, mas passar momentos de crise com a gestão financeira controlando cada recurso gerado é chave. O momento é difícil, mas há diversas oportunidades para atrair investidores e financiadores para o capital da empresa. Gestão, oportunidades de aquisição de concorrentes ou fusões estratégicas podem ser elementos geradores de interesse para novos sócios.
*Por Maurício Lima, sócio fundador da Invest Tech, gestora de fundos de investimentos focada em Venture Capital e Private Equity para o mercado de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC).