O Gartner mundial em pesquisa e aconselhamento imparcial em tecnologia, aponta que as vendas de smartphones para
usuários finais totalizaram 349 milhões de unidades no primeiro trimestre de 2016, um aumento de 3,9% sobre o mesmo período de 2015 (vide tabela 1). Esse total equivale a cerca de 3,8 milhões de aparelhos comercializados por dia.
A Apple registra sua primeira queda de dois dígitos, enquanto fabricantes chineses ocupam três dos cinco primeiros lugares do ranking e somam 17% das vendas. Os smartphones representaram 78% do total das vendas de celulares no período, direcionadas pela demanda de aparelhos de baixo custo e dispositivos 4G em países emergentes, tendo em vista os planos promocionais de conectividade oferecidos por provedores de serviços de comunicação em muitas regiões pelo mundo.
“Em um mercado em declínio, com os grandes vendedores vivenciando uma saturação de crescimento, as marcas em estágio de desenvolvimento estão afetando os modelos de negócios consagrados das empresas existentes. Com essa mudança de dinâmica do mercado de smartphones, as companhias chinesas estão surgindo como as novas marcas globais. Duas delas se classificaram entre as cinco maiores vendedoras de smartphones no primeiro trimestre de 2015 e representaram 11% do mercado. Já no primeiro trimestre de 2016, três empresas chinesas estão no top 5 (Huawei, Oppo e Xiaomi) e somam 17% do mercado”, afirma Anshul Gupta, Diretor de Pesquisa do Gartner.
A Oppo obteve o melhor desempenho do trimestre, alcançando a quarta posição com um crescimento de 145% nas vendas unitárias. Como a Huawei e a Xiaomi, a Oppo presenciou um forte aumento na China, conquistando parte do mercado de marcas como Lenovo, Samsung e Yulong. A Huawei obteve uma expressiva elevação na demanda por smartphones na Europa, nas Américas e na África, enquanto a Xiaomi e a Oppo tiveram aumentos de 20% e 199%, respectivamente, em mercados na Ásia/Pacífico emergente.
No primeiro trimestre de 2016, a Samsung estendeu sua liderança sobre a Apple com 23% da participação de mercado. “Os celulares da série Galaxy S7 e o portfólio renovado posicionaram a empresa como uma competidora forte no setor de smartphones e ainda mais nos países emergentes onde ela enfrentou competição intensa dos fabricantes locais”, explica Gupta.
A Apple teve seu primeiro declínio de dois dígitos no período, com as vendas de seus celulares caindo 14%. O “programa de atualização” da empresa nos EUA ajudou a reduzir o preço do iPhone 6s e alavancar as vendas em seu maior mercado de smartphones. Em países emergentes, a Apple também está explorando formas de reformar iPhones de segunda mão que chegam por meio do programa.
A Lenovo não foi classificada no top 5 dos maiores vendedores de smartphones e nem no top 10 dos vendedores de celulares no primeiro trimestre de 2016. “A empresa teve outro trimestre desafiador com uma queda de 33% em suas vendas mundiais de smartphones. A comercialização desse modelo caiu 75% na grande China, onde a empresa enfrentou forte competição de marcas locais. A Lenovo também está trabalhando na sinergia com os negócios de dispositivos da Motorola, gerenciando custos menores e despesas gerais das duas marcas”, afirma Gupta.
Em relação ao sistema operacional (OS, do inglês Operating System) de smartphones, o Android recuperou participação sobre o iOS e o Windows, alcançando 84% (vide tabela 4). "Conforme os mercados consolidados atingem a saturação, o Google está buscando novas oportunidades de crescimento de renda ao expandir o alcance de sua plataforma para carros, utilitários, casas conectadas, experiências de imersão e mais. Apesar dos avanços do Android e de sua participação dominante no mercado, os fabricantes que adotam esse sistema ainda encaram desafios de lucratividade. Isso terá um impacto no landscape do vendedor, em que modelos de negócios inovadores se tornarão cada vez mais o segredo para o sucesso”, afirma Roberta Cozza, Diretora de Pesquisa do Gartner.
“O retorno anunciado pela Nokia aos mercados de smartphones e tablets não será uma missão fácil. No cenário atual, é preciso muito mais que uma marca bem conhecida para vender dispositivos. Fabricar um bom hardware não será um problema para a Nokia, mas o usuário precisa de um motivo convincente para permanecer fiel. Além disso, o fato de as vendas de smartphones estarem em queda torna difícil para os vendedores de celulares alcançarem os níveis anteriores de crescimento. A nova empresa HMD está entrando no mercado em um momento menos próspero, tornando ainda mais difícil que o vendedor obtenha sucesso em curto prazo”, diz Gupta.