89% dos executivos consideram essencial o uso de tecnologias avançadas nas fábricas, mas apenas 16% implantaram com sucesso, diz BCG

89% dos executivos consideram essencial o uso de tecnologias avançadas nas fábricas, mas apenas 16% implantaram com sucesso, diz BCG

Conceito desenvolvido pela consultoria após três anos de pesquisas em grandes organizações mostra que iniciativas isoladas não trazem resultados consistentes

Em um mundo cada vez mais digital, a transformação do processo de manufatura é fundamental para a sobrevivência das empresas. No entanto, o estudo Designing Factories That Are Built for the Future do Boston Consulting Group (BCG) aponta que muitas organizações têm lutado para alcançar resultados significativos em suas iniciativas digitais, mas fazem uso de iniciativas isoladas e deixam um vasto potencial inexplorado.

A pesquisa conduzida pelo BCG com 1.800 executivos revelou que 89% deles consideram tecnologias avançadas de manufatura, como a Inteligência Artificial (IA), cruciais para o sucesso de suas operações. No entanto, apenas 68% implementaram pelo menos um caso de uso de IA, e somente 16% alcançaram com seus objetivos nessa área.

As estatísticas destacam a desconexão entre o reconhecimento da importância da tecnologia e a capacidade de implementá-la efetivamente. Segundo a consultoria, é essencial uma abordagem mais ampla, estratégica e holística para impulsionar o desempenho nas fábricas, representada pelo conceito da Fábrica do Futuro (FoF na sigla em inglês), que abrange cinco elementos críticos:

  • Digitalização e Automação: operações transparentes, previsíveis e automatizadas.
  • Processos Enxutos: melhoria dos processos produtivos.
  • Estrutura Eficaz: adaptação de estrutura e layout da fábrica para flexibilidade e agilidade necessárias.
  • Pessoas: recrutamento, capacitação e governança adequados.
  • Tecnologia: tecnologia certa e fornecedores adequados para hardware e software.

Essas dimensões se alinham com os seis atributos-chave para preparar uma empresa para o futuro: alinhar a liderança em torno de um propósito corporativo, criar uma vantagem diferenciada de talentos, construir um modelo operacional ágil e resiliente, fomentar uma cultura orientada para a inovação, incorporar a IA na organização e migrar para plataformas tecnológicas modernizadas.

O foco nesses atributos trazem retornos que impactam mais que a produtividade, há ganhos de reputação. As companhias que estão mais avançadas nesses quesitos acabam se destacando por serem líderes no setor, destinando 2,5 mais gastos operacionais para iniciativas FoF. Isso resulta em pontuações sobre a capacidade de operação digital e de manufatura que são quase um terço mais altas que o restante do mercado.

Os primeiros passos para a implementação da FoF envolvem cinco etapas: diagnóstico, projeto, engenharia, implementação e expansão. E a estratégia para o sucesso dessa abordagem prevê que todas as dimensões sejam consideradas de forma holística e não abordadas isoladamente.

Dados do BCG mostram que mais de 50% dos executivos do setor manufatureiro acreditam que a abordagem FoF tem o potencial de melhorar significativamente a produtividade, sustentabilidade, flexibilidade e talento em suas operações. No entanto, a maioria ainda tem um trabalho significativo pela frente, já que apenas 3% têm o conceito plenamente implementado em suas fábricas e 16% estão em vias de implantação.

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