Por Romina Seltzer, head de Soluções para a Visa América Latina e Caribe
O modo de vida na América Latina e no Caribe está mudando rapidamente. Considerando que o futuro é influenciado por vários fatores - a dinâmica digital, transformações econômicas, a crescente polarização política, movimentos sociais, mudanças climáticas e, claro, a pandemia -, nem sempre é fácil vislumbrar como ele será.
A Visa tem um compromisso histórico com o design centrado no ser humano, filosofia que respalda nossa abordagem à inovação. Levamos o futuro a sério e sabemos que ele começa com as pessoas.
Quando investigamos o futuro da LAC nos próximos 10 a 20 anos, analisamos o comportamento do consumidor e a inovação que impulsionará e acompanhará essa jornada, e esses insights nos dizem muito sobre quem seremos.
O consumidor do futuro
A confluência de movimentos revolucionários sociais e de gênero está levando a uma geração de pessoas movidas por propósito, identidade e ética.
Até 2030, quase 60% de nossa força de trabalho será composta por millennials e indivíduos da geração Z, uma geração combinada que aceita muito mais tranquilamente identidades fluidas e flexibilidade de modo geral. Para esses nativos digitais, a conectividade é parte de seu jeito de trabalhar, se divertir e consumir. Eles esperam que suas experiências sejam perfeitamente integradas, algo que a plataformas digitais continuarão proporcionando.
A economia gig continuará crescendo, acelerada pelo ponto de prova apresentado ao mundo pela Covid: com as ferramentas digitais certas, praticamente qualquer um pode trabalhar de qualquer lugar. Essas gerações esperam comprar da mesma maneira. Ou seja, como e onde quiserem.
Os millennials e geração Z continuarão insistindo nessa flexibilidade, e as empresas e os inovadores se adaptarão a essa tendência. Isso já está acontecendo, a julgar pela profusão de formas de colaboração, acesso a plataformas virtuais de aprendizagem inéditas e o crescimento de 37% no e-commerce da região provocado pela pandemia no ano passado - e essa tendência só deve crescer.
Como ficam o dinheiro e os pagamentos
Os pagamentos em dinheiro ainda predominam nos mercados da América Latina e do Caribe. Isso acontece principalmente porque grande parte da população e dos comerciantes de menor porte da região não têm acesso a ferramentas bancárias e de pagamento.
No entanto, nossa experiência financeira toda está evoluindo.
A popularização das carteiras digitais e das criptomoedas e a necessidade de consumir via comércio eletrônico durante a pandemia criaram uma rota clara para um ecossistema de troca de valor invisível e digital. Os governos da região estão reconhecendo que esta é a onda do futuro e vários Bancos Centrais da LAC já anunciaram que vão explorar o CBDCs, ou moedas digitais emitidas por um Banco Central. Alguns países até já lançaram pilotos, entre os quais, Brasil e Bahamas. Essa migração para pagamentos digitais de todos os tipos permite que o dinheiro venha acompanhado de informações e ofereça uma nova camada de valor personalizado aos consumidores, impulsionada simplesmente pela forma como eles escolhem pagar.
Nossa forma de comprar foi fundamentalmente alterada. Com o aumento nas vendas P2P, 30% dos consumidores atualmente afirmam que fariam compras por meio da mídia social. De plataformas de consumo puramente digitais a tendências de produtos personalizados produzidos sob demanda, simplesmente não há como prescindir de soluções de pagamento digital.
O sucesso dos novos modelos de varejo também depende de uma experiência de cliente fluida no checkout. Para concorrerem, as plataformas precisarão oferecer opções que reduzem a fricção, como pagamentos móveis e por aproximação, pagamentos com um clique, renovação automática de assinaturas, carteiras digitais e outras soluções de pagamento convenientes. Segundo o Futurist Group Study, quase 40% dos consumidores já consideram a ausência de contato uma funcionalidade básica dos pagamentos.
Como líder em pagamento por aproximação, a Visa foi pioneira na habilitação dessas soluções de pagamento inovadoras em toda a América Latina e o Caribe - de pagamentos P2P a carteiras eletrônicas, passando por opções bancárias inovadoras criadas para melhor atender a população com pouco ou nenhum acesso a serviços bancários e mais. Estamos olhando para frente.
Tecnologia e dados moldarão o futuro das cidades, do bem-estar e das viagens
Ficção científica à parte, tecnologia e dados parecem uma dupla natural no dia a dia do futuro que enxergamos, onde humanos conectados que fazem questão de flexibilidade podem pagar de várias formas inovadoras.
Tecnologia e dados estarão presentes em nosso cotidiano de uma forma inédita, desde o boom de cidades inteligentes que veremos nos próximos anos até os jogos ativistas - com pessoas trabalhando em harmonia com inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT) para expandir e enriquecer a própria vida.
Já vemos sinais claros disso no fenômeno dos jogos no metaverso, onde realidade virtual e pagamentos integrados se combinam, envolvendo crianças e adultos. Ou na telemedicina, com dispositivos que funcionam como monitores pessoais de saúde e aplicativos de saúde mental.
Até as viagens serão repensadas, pois precisam se adequar à ética e à justiça ambiental exigidas por essas gerações enquanto brincam com o escapismo por meio de experiências imersivas e estimulantes aprimoradas por tecnologia.
A missão da Visa é ser a melhor forma de pagar e ser pago em todos os lugares - agora e no futuro. Para ver o futuro, não é preciso ter uma bola de cristal e, sim, estar comprometido em entender as pessoas e suas motivações e saber usar a tecnologia, os dados e os pagamentos para prever e atender aos interesses delas. Mas nunca é demais enfatizar que, no futuro, as soluções vitoriosas serão as que criarem as experiências de usuário mais convenientes, seguras, ágeis e confiáveis para quem paga e para quem recebe.
Colaboramos, pesquisamos e criamos soluções de pagamento para o futuro. Fique ligado, pois em breve traremos mais insights.