Por Bruno Rezende, CEO da 4intelligence, startup de soluções que apoiam a tomada de decisão por meio da análise de dados
A evolução tecnológica trouxe inúmeras oportunidades no ambiente corporativo. Basta comparar com o cenário há alguns anos para perceber que a forma de fazer negócios mudou bastante. Entretanto, o desenvolvimento da tecnologia é uma moeda e, do outro lado, também carrega importantes desafios que devem ser superados pelos gestores. Curiosamente, um desses obstáculos diz respeito à própria comodidade: com tantas ferramentas disponíveis, qual é o melhor sistema para as empresas? Nesse sentido, a inteligência artificial e o desenvolvimento de soluções específicas são importantes aliados na busca por melhor rendimento e eficiência no dia a dia.
As organizações já perceberam esse movimento. A pesquisa encomendada pela IBM e realizada pela Morning Consult mostra que quatro em cada dez profissionais de TI do país informaram que já trabalham com IA em algum processo no negócio. Além disso, levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) indica que três em cada quatro empresas (74%) acreditam que a tecnologia de inteligência artificial pode afetar positivamente as organizações no futuro. Ou seja, a demanda já está em alta e há uma oportunidade de crescimento ainda maior no futuro.
Mais do que resolver problemas específicos no dia a dia da empresa, a presença da inteligência artificial cresce justamente por ir além e trazer mudanças significativas no relacionamento com o consumidor. Tanto que algumas corporações nem trabalham mais com a proposta de IA, mas sim com o conceito de “inteligência aumentada”. Ou seja, uma colaboração entre as técnicas virtuais (a inteligência virtual) com o próprio pensamento humano. Nós temos uma capacidade que máquina nenhuma vai conseguir reproduzir: a imaginação. Assim, é possível antever situações e antecipar tendências, tomando as melhores decisões, para deixar a empresa em evidência.
Essa capacidade não se trata de achismo e inferência, mas da profunda análise de dados disponíveis na estrutura do negócio. Somente com o apoio de inteligência artificial e aumentada é possível chegar aos resultados esperados. O processo conta com três pilares fundamentais para isso. O primeiro deles, indiscutivelmente, é a qualidade das informações em todo o processo, que permite consolidar os indicadores e cruzá-los com outras fontes disponíveis, como as econômicas e climáticas.
Na sequência, é preciso desenvolver bons modelos, estatísticos ou não, para explicar todo o contexto por trás daquelas variáveis. Por fim, a partir das relações encontradas, a tomada de decisão por parte dos gestores.
No fim, o que se espera da inteligência artificial no ambiente corporativo é transformar a organização em um verdadeiro ecossistema de decisão. Isso significa que os gestores sempre terão em mãos as melhores informações antes de adotarem quaisquer medidas que impactam o presente e o futuro de qualquer negócio. Afinal, a transformação digital tem mais a ver com o sucesso dos clientes do que pela presença de soluções tecnológicas. Trata-se, finalmente, de instituir uma cultura data driven dentro da companhia, elaborando rotinas e técnicas para a coleta de informações, processamento e divulgação em dashboards. Quanto mais dados tiver, melhor.
A decodificação do futuro começa com a preparação do presente. Mais do que um diferencial, o uso de soluções tecnológicas tornou-se questão estratégica para o negócio. Elas automatizam processos, coletam dados valiosos e garantem a competitividade necessária em um mundo em constante transformação. Hoje, a IA está no topo das prioridades por fazer tudo isso com mais rapidez e praticidade – itens fundamentais em um cenário ainda incerto por conta da pandemia de covid-19. Combinar as inteligências humana e artificial, portanto, é a melhor alternativa para quem pretende se destacar em seu segmento e obter um melhor desempenho a curto, médio e longo prazo.