“Internet, comunicação e negócios: o que mudou em três meses?”, por Paula Tebett

“Internet, comunicação e negócios: o que mudou em três meses?”, por Paula Tebett

O ano de 2020 fez a gente mudar. Se não foi por vontade própria, foi por necessidade. Tivemos de nos adaptar à nova realidade, fomos obrigados a repensar relações com as pessoas, com o trabalho, com os negócios e com o nosso ambiente. Ganhamos formas de nos comunicar e interagir, e ainda veremos algumas outras surgirem.

Especificamente aqui no Brasil, estamos completando três meses dos primeiros decretos de isolamento social por causa da pandemia da Covid-19, causada pelo novo coronavírus. Nesse tempo, já foi possível perceber mudanças na maneira de consumir informações e produtos, e mesmo na nossa forma de nos expressarmos. Tudo isso está estritamente ligado, é claro, às ferramentas de internet e mídias sociais. Somente aqui no país, o uso de internet aumentou em quase 50%, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A empresa sueca Ericsson divulgou números que mostram que, no Brasil, o uso individual diário de internet teve crescimento de 4h no tempo de conexão.

Um crescimento também considerável foi na utilização de plataformas como as de videoconferência, que não só apareceram para as pessoas usarem como meio de trabalho e de aprendizado (no caso dos cursos online e ensino à distância, por exemplo), mas para conectar pessoas em conversas de família e amigos, e promover eventos e festas. Escolas e instituições tiveram de se adaptar ao uso recorrente de aplicativos como Zoom e Skype, além de funcionalidades do Google. A empresa Facebook até adiantou o lançamento do Messenger Rooms para não ficar para trás na concorrência durante o período da pandemia, embora ainda seja uma ferramenta com mais problemas do que as outras do gênero.

O Brasil é, também, um grande mercado para as empresas de comunicação e redes sociais, que testam muitas das suas inovações por aqui. Os usuários estão interagindo em todas as frentes, como o Messenger, o direct do Instagram, LinkedIn e o TikTok, que cresceu muito e foi a mídia mais baixada durante a quarentena. O Youtube segue liderando o ranking em plataformas de vídeo, e foi a rede mais usada.

O WhatsApp, no entanto, é o que está no gosto popular. Ele já é o meio de comunicação que o brasileiro mais utiliza, e foi usado ainda mais neste período pela função de videoconferência, aumentando o número total de usuários. Eles conheceram mais a fundo também o WhatsApp Business, ferramenta que mostra produtos e serviços. Será possível, em breve, receber e enviar dinheiro via Whatsapp, conforme a empresa anunciou no dia 15 de junho. O teste da nova função será feito justamente no Brasil.

É possível constatar que a quarentena acelerou o processo de vários setores e segmentos de mercado. Muitos dos pequenos e médios empreendedores tiveram que se atualizar e se reinventar quando não esperavam ou, apenas, “não gostavam” da internet e, por isso, não se utilizavam do marketing digital. A única saída foi entrar neste universo para manter os negócios funcionando, a fim de aproveitar a mudança de comportamento do consumidor. O próprio termo “marketing digital” bateu recorde de busca na história do Google, sinal que evidencia que as pessoas querem entender e saber como começar.

No Brasil, apesar de termos grandes empresas fazendo bem o seu próprio marketing, estamos ainda engatinhando para perceber a importância de uma presença online. Mesmo que as pessoas entrem por contra própria para fazer, sem procurar um profissional da área, já compreendem que não podem ficar de fora. Ganhou espaço o e-commerce, geralmente um processo de cara implementação, mas agora simplificado pelas facilidades de se vender na rede. O Facebook, por exemplo (sim, ele mais uma vez), anunciou a ferramenta Facebook Shop, que vai permitir o comércio em plataformas digitais integradas, que não jogam o internauta de um site para outro na hora de fazer uma compra.

A internet e as mídias sociais potencializam os negócios com a geração de conteúdo e a comunicação entre as marcas e potencial cliente, criando vínculos e humanizando o mercado, promovendo interação através do posicionamento da empresa para vender mais e melhor. É um exercício constante de promover relacionamento, e não apenas transportar o mercado da loja física para a virtual.

Essa é a era também do home office forçado. A forma de trabalho já existia, porém agora foi difundida pelas necessidades e todo mundo teve que se adaptar. Isso inclui modificar espaços, rotinas e processos de trabalho. Assim, se tornou essencial também criar estações de trabalho equipadas para cada demanda, o que significou o aumento de vendas em eletrônicos e acessórios de computador.

A pandemia indica um novo rumo que está sendo pensado para as empresas, independentemente do tamanho de cada uma. Muitas companhias consideram manter o home office no futuro, muitas lojas e comerciantes individuais pretendem focar nos serviços de delivery e vendas por e-commerce. Por enquanto parece o caminho natural, que vai abrindo possibilidades ao passo que as inovações na área da tecnologia aparecem. Para os negócios, significa menos gastos, e as iniciativas podem gerar mais lucros. Nenhuma dessas formas de comunicação vai substituir o poder do encontro e do contato direto entre as pessoas, embora sejam capazes de aproximar com rapidez e em poucos cliques quem está distante.

Se adaptar é se transformar. E por que não?

 

Referências:

https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/06/11/com-maior-uso-da-internet-durante-pandemia-numero-de-reclamacoes-aumenta-especialistas-apontam-problemas-mais-comuns.ghtml

https://www.msn.com/pt-br/dinheiro/economia-e-negocios/consumo-de-internet-cresceu-quatro-horas-durante-a-pandemia-no-brasil/ar-BB15t2nu?li=AAvYtnX

 

[author] [author_image timthumb='on']https://docmanagement.com.br/wp-content/uploads/2020/06/unnamed-19-scaled.jpg[/author_image] [author_info]Paula Tebett

Especialista em marketing digital e mídias sociais[/author_info] [/author]

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